Uma notícia, no mínimo, curiosa chamou a atenção dos fãs de mangás no Brasil na última semana. A editora Ao Leitor, Com Carinho começou uma publicação não oficial de Urusei Yatsura, obra de Rumiko Takahashi, no Brasil.
Os detalhes foram publicados pelo site Fora do Plástico, que fez uma entrevista com Erik Yoshitaki, responsável pela empresa. Segundo ele, houve uma tentativa de contato com a editora Shogakukan, que publica a obra no Japão, para fazer o licenciamento nacional.
Um suposto agente passou um valor considerado alto pela editora estreante, já deixando claro também que não havia interesse no licenciamento. Após parar de receber respostas do Japão, Yoshitaki optou por começar a publicar os volumes em formato BIG, ao preço de R$ 67,90 cada.
"Eu não consegui a licença, pois não consegui chegar a editora de fato. O valor que me foi passado foi por uma pessoa que se diz agente no Japão e foi muito alto e impraticável. Não tenho como confirmar a veracidade dos valores e se, de fato, o mesmo entrou em contato com a Shogakukan. Seria muito melhor ter o contato de um agente oficial aqui do Brasil, o que eu não consegui até agora.
Meu objetivo com essa publicação é abrir uma fresta no mercado editorial brasileiro e sim, chamar atenção dos japoneses para mostrar que há outras editoras e projetos possíveis que eles possam querer explorar. Há uma infinidade de títulos japoneses que estão e continuarão inéditos no Brasil por muitos anos e talvez nem venham a ser publicados aqui devido ao pequeno número de editoras e a dificuldade que é para o surgimento de uma nova editora por diversos fatores", afirmou Yoshitaki ao Fora do Plástico.
O site ressalta que o mangá de Urusei Yatsura nunca chegou oficialmente no Brasil e que, de acordo com as leis do nosso país, qualquer publicação sem autorização oficial é considerada uma violação de direitos autorais.
Após a publicação da matéria, fãs tiveram opiniões divididas nas redes sociais, inclusive em postagens da própria editora Ao Leitor, Com Carinho.


Atualmente, o Instagram oficial da empresa conta com 290 seguidores e a descrição afirma que “a editora tem como objetivo trazer mangás que foram publicados no Japão antes dos anos 2000 e que ainda permanecem inéditos no Brasil.”
[Atualização 28/04] Após a publicação da matéria pelo site Fora do Plástico, a Folha de São Paulo também conversou com o responsável pela empresa, que se apresentou desta vez como Eric Bernardo da Silva. Na entrevista, ele afirma que adquiriu as edições japonesas do mangá, digitalizou os arquivos, fez o tratamento de imagens e contratou tradutores, que estão creditados na publicação com outros nomes, para evitar complicações jurídicas para eles. Todo o processo levou sete meses.
Eric afirmou à Folha que sabe das possíveis consequências legais das ações, mas seguiu com a ideia de chamar a atenção da editora japonesa: "O meu objetivo é que os japoneses me notem, conversem comigo, ouçam o meu projeto para trabalharmos juntos."
A Folha afirmou que entrou em contato com a editora original do mangá, a Shogakukan, sobre o caso, mas não teve retorno até o fechamento da matéria. Fique ligado para saber mais novidades sobre o caso.
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Fonte: Fora do Plástico, Folha de SP