Não é segredo para ninguém que a DC enfrenta alguns obstáculos para montar um universo em live-action, mas o mesmo não pode ser dito das animações. Ao longo de décadas, o estúdio entregou séries animadas competentes e que marcaram época, como Batman: The Animated Series (1992-1995) e Liga da Justiça (2001-2004).
Assim, não é surpresa que a empresa queira investir também no mercado dos animes, que segue em constante crescimento. A aposta da vez é Esquadrão Suicida Isekai, que aproveita a loucura do grupo liderado pela Arlequina (voz original de Anna Nagase) para criar uma história cheia de ação e caos.
Produzido pela Warner Bros. Japan e Wit Studio, o anime tem uma história já conhecida pelos fãs da equipe da DC: a sempre incrível Amanda Waller (voz original de Kujira) recruta presos especiais da instituição Belle Reve e os manda em uma missão suicida (risos), que ninguém mais teria coragem de realizar. A mudança aqui é que o objetivo está em um outro mundo, o que justifica o “isekai” do título.
Tal conceito, aliás, é explicado literalmente na primeira cena da série, quando Arlequina aparece animada dizendo como seria maluco ser transportada para outra realidade. Ao lado do Coringa (voz original de Yûichirô Umehara), a personagem explora as ruas do que parece ser Gotham City, em mais uma noite de crimes. Mas esta termina com sua captura e prisão no Belle Reve, culminando na missão principal.
Caos, cores e diversão

O destaque para a Arlequina não é à toa. Brilhante desde que foi introduzida no universo do Batman (curiosamente, também em uma animação), a personagem combina perfeitamente com os traços e linguagem do mundo dos animes, tornando a jornada por Esquadrão Suicida Isekai extremamente divertida.
A jovem é ainda uma boa adição à equipe, formada também por Pistoleiro (voz de Reigo Yamaguchi), Cara-de-Barro (voz de Jun Fukuyama), Tubarão-Rei (voz de King Shark) e Pacificador (voz de Takehito Koyasu). Para quem está chegando agora, o anime toma o cuidado de explicar as habilidades de cada um. E, para quem está habituado a produções como a série do Pacificador, ou a própria animação americana da Arlequina, é um complemento interessante ver outra versão de cada um dos personagens.
Em termos narrativos, o anime acerta ao usar elementos da equipe Esquadrão Suicida para inserir uma corrida contra o tempo junto com a chegada a um mundo novo. Como é de praxe, Amanda Waller coloca uma bomba-relógio na nuca de cada membro do Esquadrão, que será detonada em caso de fuga, ou após 72h. Nesse contexto, os personagens precisam entender exatamente onde estão, executar a missão, que consiste em facilitar a exploração de recursos do local – e não podem perder muito tempo.
E, claro, no meio de tudo isso, a equipe também se envolve com as questões do mundo em que chegaram, algo clássico de todo bom isekai. Neste caso, o Esquadrão Suicida está em um universo medieval com toques de magia, mais exatamente em um reino em constante guerra. A chegada do grupo mexe com o conflito, e logo algumas alianças são formadas com benefícios aos dois lados.
Embora a movimentação tenha uma fluidez estranha em certos momentos, as sequências de ação dos três primeiros episódios são muito satisfatórias, adicionando cores e música a acontecimentos extremamente caóticos. Cada personagem tem a oportunidade de brilhar e mostrar um pouco de sua personalidade, deixando claro que a Arlequina é o destaque, mas não é o único nome importante da história.

Esquadrão Suicida Isekai terá oito episódios ao todo e o começo é promissor. Para quem ama animes e o universo da DC, é um deleite ver esses dois mundos se misturando. E, para quem ainda não entrou na onda otaku dos últimos anos, mas curte a equipe de desajustados, o lançamento é uma boa oportunidade para dar uma chance ao gênero.
O anime ganha novos episódios às quintas-feiras, na Max. Aproveite e conheça todas as redes sociais do NerdBunker, entre em nosso grupo do Telegram e mais - acesse e confira.