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Zuckerberg usou dados de usuários do Facebook como moeda de troca, diz site
Ciência e Tecnologia

Zuckerberg usou dados de usuários do Facebook como moeda de troca, diz site

NBC teve acesso a 4 mil páginas de documentos

Cesar Gaglioni
Cesar Gaglioni
16.abr.19 às 18h13
Atualizado há cerca de 6 anos
Zuckerberg usou dados de usuários do Facebook como moeda de troca, diz site

A NBC teve acesso a cerca de 4 mil páginas de documentos sigilosos do Facebook e reportou que Mark Zuckerberg e outros membros da empresa usaram dados de usuários como uma espécie de moeda de troca, combatendo concorrentes e ajudando amigos.

Os documentos, que foram enviados de forma anônima, incluem e-mails, logs de chats privados, apresentações, tabelas e resumos de reuniões. A reportagem aponta que o Facebook pensou em uma série de políticas para que empresas terceiras tivessem acesso aos dados de usuários, incluindo pagamento direto, investimento em publicidade ou troca de informações sobre clientes. Baseado em qual era a relação da rede social com essas empresas, o acesso era negado. Até o momento, nenhuma das práticas foi configurada como crime ou contravenção da Lei.

"Hoje em dia, a nossa base de negociação é 'dados para a distribuição', e queremos mudar para '$ para dados' ou '$ para distribuição", disse Chris Daniels, diretor de desenvolvimento de negócios do Facebook em um e-mail de 2012.

"O objetivo não é fechar os negócios em si, mas, através do processo de negociação, saber o que os desenvolvedores realmente estariam dispostos a pagar", diz Zuckerberg em uma mensagem. "Nós estaríamos melhor informados no nosso caminho para definir um valor público", completou.

Também em 2012, a política do Facebook não previa que os desenvolvedores de aplicativos terceiros eram obrigados a compartilhar dados de seus usuários com a rede social. Isso mudou a partir do final daquele ano. "Era algo bom para o mundo, mas não bom para nós", descreveu Zuckerberg. "Nosso propósito é amarrar todo o universo dos aplicativos sociais para permitirmos mais compartilhamentos e sermos o centro do hub social", completou.

Em 2013, alguns funcionários do alto escalão da empresa se mostraram um pouco preocupados com as decisões. "O que é confuso é que não anunciamos essas mudanças para o público ainda", escreveu Justin Osofsky, ex-diretor de parcerias com plataformas.

"Não é somente confuso, é meio que antiético", foi a resposta de David Poll, ex-líder de engenharia de sistemas da plataforma.

No fim das contas, o Facebook não implementou uma política de pagamento direto para acesso aos dados de usuários. "Mas esses documentos mostram o valor que os dados de usuários têm para a empresa", analisa Jason Kint, CEO da Digital Next, em entrevista à NBC.

Recentemente, Zuckerberg escreveu um texto opinativo pedindo para que governos criassem regulamentações para a internet. David Carroll, professor na universidade The New School e crítico da plataforma, disse que enxerga as demandas do executivo como um preparativo para a redução de danos.

O Facebook não se manifestou sobre as informações.

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