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Unity recebe chuva de críticas após anúncio de nova taxa para games
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Unity recebe chuva de críticas após anúncio de nova taxa para games

Empresa da Unity Engine planeja cobrar por cada instalação de jogos, mas alterações no plano original já estão sendo discutidas

Saori Almeida
Saori Almeida
14.set.23 às 15h17
Atualizado há mais de 1 ano
Unity recebe chuva de críticas após anúncio de nova taxa para games
Unity/InnerSloth/Divulgação

A Unity anunciou recentemente um novo modelo de negócio para o seu motor gráfico de jogos, cobrando por cada download, e recebeu reações extremamente negativas de diversos desenvolvedores. Alterações no plano original da empresa já estão sendo discutidas, mas ainda é possível que vários serviços existentes no mercado de games sejam afetados, principalmente quando falamos de títulos indie e estúdios pequenos.

Uma das desenvolvedoras que deram fortes respostas ao anúncio da Unity é a Massive Monster, responsável por Cult of the Lamb — que foi criado sob o motor gráfico em questão. Nas redes sociais, o estúdio explicou que o novo modelo de negócio resultaria no adiamento de futuros projetos.

A Massive Monster também comentou que pode retirar Cult of the Lamb de todas as lojas após 1º de janeiro de 2024, quando as alterações para a Unity Engine começariam a valer. Caso a ameaça se torne realidade, ninguém mais poderia comprar o jogo a partir dessa data.

“A introdução dessas taxas pela Unity pode representar desafios significativos para aspirantes a desenvolvedores.”

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Outro desenvolvedor que expressou seu descontentamento, em entrevista ao Eurogamer, foi Dan Marshall, da Size Five Games, responsável por títulos como Lair of the Clockwork God e The Swindle.

"É uma catástrofe absoluta e vou substituir a Unity pela Unreal assim que puder. A maioria dos indies simplesmente não tem recursos para lidar com esse tipo de logística idiota. As publicadoras serão menos propensas a aceitar jogos Unity, porque agora há um custo e uma sobrecarga. [...] Essas mudanças são muito vagas e parece que foram pensadas pela metade."

Confira abaixo outras reações de estúdios e desenvolvedores independentes:

Agroo Crab (Another Crab's Treasure)

"A instalação de Another Crab's Treasure será gratuita para os 25 milhões de assinantes do Game Pass. Se uma fração desses usuários baixar nosso jogo, a Unity poderá cobrar uma taxa que prejudicará enormemente nossa receita e ameaçará a sustentabilidade de nosso negócio. [...] Esta decisão coloca a nós e a inúmeros outros estúdios em uma posição em que talvez não seremos capazes de justificar o uso do Unity em títulos futuros. [...] Em nome da comunidade de desenvolvedores, pedimos à Unity que reverta a mais recente de uma série de decisões míopes, que parecem priorizar os acionistas em detrimento dos usuários reais de seus produtos."

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InnerSloth (Among Us)

“Isso prejudicaria não apenas a nós, mas a outros estúdios de todos os orçamentos e tamanhos. Se isso acontecer, atrasaríamos conteúdos e recursos que nossos jogadores realmente desejam para portar nosso jogo para outro motor gráfico (como outros também estão considerando). Mas muitos desenvolvedores não terão tempo ou meios para fazer o mesmo."

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With Beam Games (Unpacking)

"Então, devo reconstruir todo o meu jogo em um motor gráfico diferente?

Gastamos uma pequena fortuna em licenças profissionais para desenvolver o jogo ao longo de vários anos — parece meio insano que a Unity possa simplesmente lançar isso por capricho.

Eles deveriam reembolsar os custos da licença vitalícia para todos."

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New Fangled Games (Papel Trail)

"Se você comprar nosso jogo em Unity, não o instale."

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Mega Crit (Slay the Spire)

"A estrutura retroativa de preços das taxas de tempo de execução não é apenas prejudicial de inúmeras maneiras para os desenvolvedores – especialmente os independentes – mas também é uma violação da confiança. Acreditamos que o Unity está totalmente ciente disso, visto que eles chegaram ao ponto de remover seu repositório GitHub.[...] Nós nunca fizemos um pronunciamento público antes. Esse é o tamanho do vacilo [da Unity]."

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Rami Ismail (desenvolvedor independente)

"(...) Continua a ser uma enorme incerteza para os desenvolvedores, um ajuste retroativo aos termos, uma quantidade absurda de rastreamento extra, uma impossibilidade técnica e o único modelo de negócios que pode levá-lo à falência."

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A Unity afirmou, na última terça-feira (12), que seu novo modelo de negócio representa "um aumento de preço que afetará apenas um pequeno subconjunto de usuários atuais do Unity Editor". Uma alteração definida para o plano é que não existiria uma taxa sobre reinstalações — ou seja, a cobrança só ocorreria quando um usuário instalasse um jogo pela primeira vez. No entanto, múltiplos valores seriam cobrados se um usuário baixasse o mesmo título em diferentes dispositivos, e as regras sobre contagem de downloads e pirataria ainda são vagas.

Quanto aos serviços de games por assinatura, as taxas seriam cobradas dos distribuidores. No Game Pass, por exemplo, a conta iria para a Microsoft.

De acordo com as informações divulgadas incialmente, a nova taxa sobre o uso da Unity Engine seria cobrada de títulos que faturaram US$ 200 mil ou mais no último ano e que têm pelo menos 200 mil instalações. Os assinantes do Unity Pro e do Unity Enterprise, por sua vez, teriam que pagar o valor extra ao ultrapassar US$ 1 milhão em receita e 1 milhão de instalações.

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Fonte: Eurogamer, Axios, IGN, TweakTown

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