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Ninguém é mocinho ou vilão no quinto episódio de The Last of Us
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Ninguém é mocinho ou vilão no quinto episódio de The Last of Us

Apesar de cortes na história, capítulo apresenta o arco de Henry e Sam com cenas contemplativas - e muitos infectados

Tayná Garcia
Tayná Garcia
11.fev.23 às 00h00
Atualizado há cerca de 2 anos
Ninguém é mocinho ou vilão no quinto episódio de The Last of Us
The Last of Us/HBO/Divulgação

Não parece, mas já passamos da metade da 1ª temporada da série de The Last of Us, que chegou ao quinto episódio na sexta-feira (10), adiantado graças ao Super Bowl.

Com um roteiro bem amarrado, mas alguns cortes na história original, o capítulo inicia e finaliza o arco dos irmãos Henry e Sam em um contexto que reforça: não há mocinhos ou vilões no universo de TLOU, apenas humanos fazendo o que é preciso para sobreviver.

[Atenção! A partir de agora, spoilers de The Last of Us]

O episódio começa com um flashback da noite em que o grupo liderado por Kathleen (Melanie Lynskey) inicia uma rebelião na Zona de Quarentena (“ZQ”) de uma cidade – que, agora, descobrimos é Kansas City. No jogo, o local fica em Pittsburgh, mas essa não é uma mudança que afeta a trama.

A brutalidade dos rebeldes contra os guardas da quarentena é destaque na cena de abertura. Em poucos minutos, vemos que Kathleen é uma líder com postura firme, capaz de fazer o que for preciso para sobreviver e se vingar daqueles que a prejudicaram no passado, incluindo até ordenar a execução em massa das pessoas que colaboraram com a FEDRA. Com exceção de um homem, que conseguiu escapar e se esconder: Henry.

Com isso, o foco muda para Henry (Lamar Johnson) e Sam (Keivonn Woodard), mostrando o lado deles da história. Os dois são irmãos e estão se escondendo de Kathleen, enquanto procuram uma maneira de fugir da cidade. Algo curioso é que Sam é surdo na série, o que resulta em várias cenas silenciosas da dupla, em que a mixagem de som e as atuações expressivas de Johnson e Woodard ganham destaque.

Pôster do Henry da série de The Last of Us Johnson brilha como Henry, que tenta esconder o desespero que sente pela situação para não alarmar o irmão mais novo (Imagem: The Last of Us/HBO/Divulgação)

Ao procurar por um novo esconderijo, Henry vê Joel e Ellie sendo emboscados pelo grupo de Kathleen e decide tentar se juntar a eles, oferecendo um caminho para fora da cidade em troca de ajuda. Com isso, os quatro personagens unem forças para escapar de Kansas City, resultando em cenas com uma dinâmica excelente entre Joel e Ellie, com Pedro Pascal e Bella Ramsey cada vez mais à vontade nos papéis.

Ao decorrer do arco, a série opta por condensar vários acontecimentos de dois capítulos do game (“Pittsburgh” e “Os Subúrbios”), cortando boa parte das cenas no hotel, desde a maneira como o quarteto foge da ZQ, até a sequência do esgoto. Tudo é substituído por uma trama que une as principais ideias desses arcos, com Henry planejando escapar por túneis interligados pelos prédios.

Assim, eles encontram áreas subterrâneas, que eram o lar de um grupo de sobreviventes. A cena faz referência à sequência que se passa no esgoto no original, mas corta praticamente todo o arco e apenas coloca easter eggs para os fãs mais atentos. Ver uma parte tão marcante do jogo (e talvez meu lado saudosista esteja falando mais alto) ser reduzida a poucos minutos é um pouco decepcionante. No entanto, ao analisar o episódio como um todo e de forma isolada, tudo funciona e resulta em um roteiro amarrado que faz sentido para espectadores sem bagagem. Apenas fica a sensação de que há sequências do game que poderiam ter sido mais exploradas em tela.

Em certo momento, Henry ainda revela o que fez para se tornar um “fugitivo”. Sam foi diagnosticado com leucemia, e o único remédio estava nas mãos da FEDRA. Então, para garantir que o irmão sobrevivesse, ele teve que matar o irmão de Kathleen. É uma cena pesada e contemplativa, em que Henry reforça que é o “vilão” da história por ter tirado uma vida para salvar quem ama, enquanto Joel ouve em silêncio. Uma cena com muitos simbolismos escondidos.

Ao fugir da cidade, o quarteto chega em um bairro aparentemente vazio, até que o grupo de Kathleen os surpreende, culminando em uma das cenas mais angustiantes (no bom sentido!) com os infectados até agora. Uma horda imensa aparece e finalmente temos a revelação do Baiacu, um tipo ainda mais perigoso das criaturas. O momento é cheio de ação, mortes e violência, mostrando de uma só vez todo o estrago que eles podem causar. O Baiacu ainda arranca a cabeça de Perry com as mãos, dando um fim à aparição de Jeffrey Pierce (ator do Tommy nos jogos) na série de forma brutal.

Cena com Kathleen da série de The Last of Us Vemos um pouquinho do que a vingança é capaz de fazer a alguém com o arco de Kathleen... (Imagem: The Last of Us/HBO/Divulgação)

Após muito caos, Joel, Ellie, Henry e Sam escapam do local com vida. Então, temos uma mudança pequena na história, mas muito importante.

Durante o ataque da horda, Sam foi infectado – só que, ao contrário do jogo, ele não mantém isso em segredo e mostra o machucado para Ellie. Ela tenta curá-lo com o próprio sangue, mas a tentativa não funciona, como já era de se esperar. Sam acaba sendo “transformado” e é morto por Henry, que se suicida em seguida (em uma sequência tão impactante, quanto no original). Joel enterra os dois, e Ellie deixa a frase “desculpe” em cima do túmulo do garoto. Essas mudanças deixaram as mortes dos irmãos com um tom ainda mais pesado, evidenciando a vontade de Ellie em curar as pessoas do Cordyceps. Ela se mostra magoada e frustrada pelo o que aconteceu diante de seus olhos, sem poder fazer nada. Algo que definitivamente terá peso nos próximos capítulos.

Apesar de cortar várias sequências do jogo, o quinto episódio também apresenta adições e alterações significativas que expandem o arco de Henry e Sam, além de aprofundar questões envolvendo Ellie que são importantes para a história como um todo. Fica ainda um destaque extra para as cenas com os infectados, que são desesperadoras, bem feitas e conseguem chocar o espectador. Com isso, o saldo do capítulo é positivo, sendo um dos melhores até agora.

The Last of Us ganha episódios inéditos aos domingos, com transmissão simultânea na HBO e no streaming HBO Max. A segunda temporada da série já foi confirmada.

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