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Ainda que 2023 seja marcado por lançamentos para todos os gostos, alguns gamers ainda insistem em comparar jogos de propostas diferentes. Para um desenvolvedor de Cyberpunk 2077, ter seu trabalho usado para diminuir Starfield não é nada legal.
No Twitter, Patrick K. Mills, que serviu como designer sênior de quests no game da CD Projekt RED, fez uma thread para rebater um vídeo que comparava diálogos de Cyberpunk 2077 ao game da Bethesda. A postagem original apontava detalhes supostamente ausentes em Starfield, como expressões, gestos e reações mais genuínas dos personagens.
O desenvolvedor então decidiu explicar que ambos os estúdios fazem coisas bem diferentes. Mills abriu a thread esclarecendo que muitas das reclamações dos jogadores a respeito do motor gráfico (ou engine) da Bethesda são errôneas:
“Gosto muito de Starfield, então não vou entrar no mérito da crítica aqui, mas vou dizer que a forma que eles ou até nós lidamos com momentos cinematográficos não é uma questão de engine, mas sim de ferramentas e design. São elementos relacionados, mas não a mesma coisa.Bom dizer que não sou um cara da engine e tenho pouca experiência com kits de criação, portanto se um programador quiser aparecer e me corrigir, sinta-se a vontade. Mas não vejo nenhum motivo que impeça a Bethesda de fazer algo mais elaborado se quisessem ou tivessem as ferramentas.”
Ele então partiu para a comparação direta entre Cyberpunk 2077 e Starfield, explicando que o escopo enorme do game da Bethesda impede o mesmo acabamento que a CD Projekt RED colocou nos diálogos cinematográficos:
“Não é o foco deles por vários motivos, e o alto nível de liberdade do jogador é, na real, tão importante quanto as ferramentas. Não dá para comparar com a cena de Judy no telhado [em CP 2077] porque cenas como essa [em Starfield] podem acontecer em centenas de planetas diferentes e em qualquer momento.A Bethesda faz cenas que são mais refinadas, como encontrar uma constelação pela primeira vez e alguns momentos de quests, mas eles têm muito mais cenas, um elenco rotativo de personagens e um número insano de locações possíveis.”
Mills ainda reforçou o tom de defesa para afirmar que se a Bethesda tivesse tentado fazer algo com a mesma abordagem de Cyberpunk 2077, Starfield nunca seria lançado:
"Toda grande cena de CP 2077 levou anos para ser feita. Em Starfield, posso pedir 10 NPCs diferentes em casamento e posso fazer isso em mil planetas diferentes. Não dá para planejar uma cena assim, senão você ficaria para sempre fazendo o jogo.Ao invés disso, a Bethesda investiu seus recursos em dar o máximo de liberdade para os jogadores. Eles só fizeram algo diferente com o tempo deles e isso é legal. Você até pode querer que as cenas deles sejam mais ‘cinematográficas’ ou qualquer coisa assim, é justo, mas saiba que tudo têm um preço.”
Por fim, o desenvolvedor trouxe a tona comparações injustas que outros RPGs tiveram com Baldur’s Gate 3, e finalizou sua thread com uma lição para os gamers: “Nem todo jogo consegue fazer tudo ao mesmo tempo. Não dá para fazer um jogo que tenha todo elemento no mesmo patamar que os melhores de cada segmento. Isso não tem nada a ver com a engine que está sendo usada.”
Vale ressaltar que essa não é a primeira vez que Patrick Mills defende Starfield. No mês anterior, o designer já havia apontado que comparações injustas entre os jogos são “críticas falsas” que prejudicam a indústria de games.
Cyberpunk 2077 está disponível para Xbox Series X | S, PC e PlayStation 5, além de versões de Xbox One e PlayStation 4 que não tiveram atualizações. Já Starfield foi lançado para Xbox Series X | S e PC, e está no catálogo do Game Pass de ambas as plataformas.
Fonte: Twitter
Paloma Pinheiro)
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