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Star Wars: Visions | Crítica
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Star Wars: Visions | Crítica

Uma volta de montanha-russa com os mais variados temas, visuais e emoções!

Priscila Ganiko
Priscila Ganiko
21.set.21 às 13h00
Atualizado há mais de 1 ano
Star Wars: Visions | Crítica

Levando os espectadores em uma montanha-russa de emoções, cores e acontecimentos, a antologia Star Wars: Visions conta com apenas nove episódios, mas que são suficientes para mostrar os mais variados elementos que compõem um bom anime e também uma boa história Star Wars.

Produzido pela Lucasfilm em parceria com o Qubic Pictures e sete renomados estúdios de animação japoneses, Visions dá a volta completa ao usar o universo criado por George Lucas como pano de fundo para suas aventuras, assim como o próprio George Lucas se inspirou no filme A Fortaleza Escondida (1958), de Akira Kurosawa, para fazer sua space opera.

Como era de se esperar, alguns episódios da antologia emprestam elementos das obras de Kurosawa para contar uma história. Um deles é The Duel, feito pelo estúdio Kamikaze Douga, que tem o visual distinto em preto e branco com alguns toques de cor para realçar elementos importantes, como o sabre de luz em formato de guarda-chuva.

O curta The Duel tem alguns dos designs mais legais de sabres de luz

Este é o episódio que abre a antologia, o que dá a ele a grande responsabilidade de fisgar tanto os fãs de anime, quanto os de Star Wars — e ele faz o trabalho muito bem. Apresentando um questionamento que vemos frequentemente nos filmes da franquia, The Duel usa o visual mais sério a seu favor e também entrega alguns dos designs de sabres de luz mais interessantes de Visions. O curta é repleto de lutas intensas e cheias de tensão.

T0-B1 vai pelo caminho contrário: apostando em um visual bastante inspirado em Astro Boy, mangá clássico feito por Osamu Tezuka em 1952, o episódio usa o sentimento de esperança como ponto principal de toda a trama e mostra a evolução do robozinho que dá nome ao capítulo. Contando com ao menos uma cena diretamente inspirada por Kurosawa, as animações do estúdio Science Saru (Devilman Crybaby, Keep Your Hands Off Eizouken) são fluidas e conseguem dar aquele toque de "magia Disney" até mesmo à cena em questão. A história pode ser um bom ponto de partida para apresentar o universo Star Wars para um padawan bem jovem ou apenas para dar uma descansada após um longo dia de trabalho.

Ritmo acelerado

Tatooine Rhapsody é um experimento que deu certo. Segundo os produtores de Star Wars: Visions, ao abraçar o episódio, que é o mais curto entre os nove com apenas 13 min., eles perceberam toda a versatilidade que poderiam abranger dentro da antologia, abordando temas e investindo em narrativas que geralmente não seriam foco na galáxia tão, tão distante. O capítulo desenvolvido pelo Studio Colorido leva o termo "space opera" a sério e introduz a história de uma banda em um ritmo tão acelerado quanto uma música do Dragon Force — é como assistir a uma temporada inteira de anime em um único episódio.

Sem deixar a bola cair, logo somos apresentados ao estiloso The Twins, que usa elementos clássicos de Star Wars — irmãos gêmeos, robôs incríveis, o lado sombrio da Força — como fio condutor para uma trama que não é inédita, mas funciona muito bem. O visual deste episódio é semelhante ao do filme Promare (2019), que também é do estúdio Trigger, e enche os olhos dos fãs de anime com suas cenas exageradas e lutas brilhantes (literalmente). Ao mesmo tempo, The Twins coloca várias frases clássicas da franquia na boca dos personagens, além de nos apresentar o incrível robô R-DUO.

Um espetáculo visual proporcionado pelos gêmeos e seus poderes

Família

Depois de tanto correr e de quase ficar em pé no sofá ao assistir os dois capítulos anteriores, The Village Bride chega como uma brisa suave para colocar o espectador em um momento de reflexão. Abordando temas como natureza e relações familiares, o curta do estúdio Kinema Citrus mostra uma noiva disposta a proteger sua vila a todo custo. Mesmo com poucos minutos de duração, The Village Bride entrega uma história que é, ao mesmo tempo, muito Star Wars e muito um reflexo de aspectos da cultura japonesa, unindo perfeitamente as duas propostas de Visions e emocionando os espectadores.

Outro episódio que tem família como tema principal é Lop & Ocho, o penúltimo da antologia. O capítulo aposta em uma trama cheia de contraposições entre tradicionalismo e progressismo, alternando entre momentos de aquecer o coração e também de quebrá-lo em mil pedacinhos. O trabalho do Geno Studio nas expressões dos personagens é excelente e certamente contribui para que as emoções sejam passadas ao espectador. Foi um dos episódios que mais gostei!

Mestres, padawans e violência

Dos nove curtas de Star Wars: Visions, apenas dois apresentam violência mais explícita.

The Ninth Jedi, feito pelo Production I.G. (Ghost in the Shell, Psycho Pass), alterna entre momentos mais leves, protagonizados pela jovem Kara, à tensão do encontro de oito Jedi que nunca se viram antes. A trama é bem interessante e mostra um futuro não-oficial após os acontecimentos de A Ascensão Skywalker.

A jovem Kara se aventura sozinha enquanto descobre seu próprio potencial

O segundo curta do estúdio Trigger, The Elder, explora a relação entre um mestre Jedi e seu padawan ansioso por mostrar seus poderes. O desenrolar do episódio é mais lento, mas contribui para aumentar o sentimento de tensão entre os personagens e culmina em lutas intensas e visualmente interessantes. Pessoalmente, acho que o capítulo teria sido ainda mais legal se não tivesse sido mostrado com tanto destaque no trailer.

Um desfecho à altura

Em entrevista ao NerdBunker, o produtor executivo James Waugh ressaltou que a ordem dos episódios foi pensada especialmente para que os fãs de Star Wars pudessem apreciar toda a versatilidade deste tipo de produção japonesa, e acredito que o último episódio da antologia, Akakiri, é um ótimo exemplo disso.

Também desenvolvido pelo Science Saru, o capítulo apresenta visual único e desenvolve seus personagens com maestria e sutileza enquanto os acompanhamos em uma jornada perigosa para retomar o trono. A trilha sonora é crucial para ditar o ritmo dos acontecimentos de Akakiri, que se intensificam a cada minuto. A revelação do mistério de Tsubaki, o Jedi, é o ponto alto do episódio — mesmo ao assisti-lo novamente, a tensão e emoção do momento continuam. Encerrando com chave de ouro, Akakiri entrega uma experiência que cabe muito bem em seus 13 minutos, mas que poderia ser explorada em algo maior.

Star Wars: Visions faz um excelente trabalho em expandir o universo da franquia para lugares que nunca imaginamos, aproveitando muito bem as possibilidades e exageros dos animes para introduzir narrativas, personagens e até mesmo novas perspectivas à galáxia tão, tão distante. Apresentando os mais variados tipos de histórias e visuais, a antologia é como uma volta de montanha-russa cheia de emoções diversas (e intensas!) que ressaltam os pontos que tornam Star Wars uma obra tão querida.

Star Wars: Visions chega integralmente ao Disney+ em 22 de setembro de 2021.


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