Com mais de 70 anos de carreira, Stan Lee foi responsável por criar alguns dos mais importantes personagens da Marvel, como o Homem-Aranha e os X-Men. Listamos aqui os principais:
Quarteto Fantástico (1961)
O Quarteto Fantástico surgiu de uma maneira inusitada. Martin Goodman, editor da Marvel na época, estava jogando uma partida de golfe com Jack Liebowitz, editor da DC, que se gabou do sucesso da Liga da Justiça. Goodman então encomendou uma superequipe para Stan Lee, que, ao lado de Jack Kirby, criou o Quarteto Fantástico.
Homem-Aranha (1962)
Na época, o Homem-Aranha foi um personagem revolucionário. Até então, os super-heróis, como o Batman, o Superman e o Capitão América, eram ícones que representavam ideais maiores como a Justiça e a Liberdade, sendo considerados heróis larger than life, termo usado para se denominar personagens que personificam algum sentimento ou ideia. Quando Lee criou o Homem-Aranha, o sucesso foi imediato, com jovens se identificando com os problemas cotidianos de Peter Parker, que iam de contas atrasadas à dilemas amorosos.
Hulk (1962)
Lee criou o conceito do Hulk inspirado no livro O Estranho Caso do Dr. Jekyll e Sr. Hyde, popularmente conhecido como O Médico e o Monstro. Por problemas de impressão, o personagem, que foi pensado na cor cinza, saiu na revista com um tom esverdeado, que foi mantido até os dias de hoje. Ficou popular no mundo inteiro na década de 70, com a estreia da série O Incrível Hulk, com Lou Ferrigno interpretando o Gigante Esmaralda.
Thor (1962)
Inspirado na mitologia nórdica, Lee criou o Thor ao lado de seu irmão mais novo, Larry Lieber, e Jack Kirby. O personagem fez sua estreia na revista Journey Into Mysteri #83, e desde então é um dos personagens mais famosos da Marvel.
Doutor Estranho (1963)
Criado ao lado de Steve Ditko, que tinha trabalhado com Lee no desenvolvimento do Homem-Aranha, o Doutor Estranho foi concebido em meio ao crescente interesse dos americanos no ocultismo, no misticismo e nas religiões orientais, um dos fenômenos da década de 60. A partir disso, o Mago Supremo se tornou o principal personagem do chamado Universo Místico da Marvel.
Homem de Ferro (1963)
Stan criou o Homem de Ferro como uma provocação aos leitores jovens da época. Era o auge da Guerra Fria, e Lee queria criar um personagem que representasse tudo que os adolescentes da época detestavam: um homem de negócios rico, que fabricava armas para o Exército e um industrialista. Ele diz que achou que seria legal brincar com esse conceito. No final das contas, Tony Stark se tornou altamente popular.
X-Men (1963)
Os X-Men surgiram a partir de todo o clima sociocultural em torno dos protestos pelos direitos civis dos negros nos EUA. Lee concebeu o Professor Xavier como uma contraparte ficcional de Martin Luther King Jr., enquanto Magneto era uma versão fictícia de Malcolm X. A partir disso, o roteirista queria criticar o racismo, o antissemitismo e os preconceitos no geral.
Demolidor (1964)
Enquanto o Homem-Aranha sempre foi o Amigão da Vizinhança, o Demolidor surgiu como um herói urbano presente nos bairros mais violentos da Nova York da época. Apontado por muitos como uma cópia do Doutor Meia-Noite, o herói cego da DC Comics, o Demolidor rapidamente se tornou um herói popular entre os leitores. Suas primeiras histórias tinham um tom leve e aventuresco, algo que se manteria presente até os anos 70.
Pantera Negra (1966)
O Pantera Negra foi o primeiro herói negro do mainstream dos quadrinhos. Inspirado pelas histórias pulp dos anos 30 e 40 e por figuras bíblicas como Cam e Canaã, T'Challa logo se tornou popular entre os estudantes universitários da época. Apesar do nome do personagem, Lee sempre negou que ele tivesse qualquer relação com o movimento dos Panteras Negras, que surgiu nos anos 60 como uma forma de se combater a violência policial para com a comunidade negra dos EUA.
Lee criou diversos personagens que se tornaram peças fundamentais da cultura pop: o Homem-Aranha, o Hulk, os Vingadores, o Homem de Ferro, Thor e os X-Men. Além de revolucionar a indústria criativamente, Stan mudou a forma como o público encarava os quadrinhos, criando um senso de comunidade entre os fãs e interagindo diretamente com eles através da coluna Stan’s Soapbox.