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Quem é Mia Goth, a talentosa estrela de Pearl com DNA brasileiro
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Quem é Mia Goth, a talentosa estrela de Pearl com DNA brasileiro

Grande expoente do cinema de terror é neta da atriz Maria Gladys

Gabriel Avila
Gabriel Avila
02.fev.23 às 18h05
Atualizado há cerca de 2 anos
Quem é Mia Goth, a talentosa estrela de Pearl com DNA brasileiro
Pearl/A24/Reprodução

Se você gosta de filmes de terror, é possível que já tenha assistido algum título protagonizado por Mia Goth. Estrela da dobradinha X- A Marca da Morte e Pearl, a atriz vem se consolidando como um grande nome do horror, então esse é o momento perfeito para conhecer esse grande talento que conta com DNA brasileiro.

Mais do que uma curiosidade, a ligação com o Brasil é fundamental para a carreira de Mia Goth. Com direito a ‘Silva’ no sobrenome – ela se chama Mia Gypsy Mello da Silva Goth –, a jovem nasceu na Inglaterra, mas viveu com a mãe no Brasil durante a infância. Foi nesse período em que ela teve o primeiro contato com o mundo das artes ao acompanhar a carreira da avó: Maria Gladys.

Quando Goth nasceu, Gladys já era um grande nome graças a filmes e novelas brasileiras, e o cotidiano em frente às câmeras ensinou muito sobre a vida no audiovisual: “Vi em primeira mão que os altos são muito altos, mas que os baixos podem ser realmente, realmente baixos. A vi lutar, e acho que isso realmente me marcou para sempre”, lembrou à W Magazine.

O outro lado da família também influenciou os caminhos da jovem na arte. Além de ser neta do cineasta, músico e artista plástico Lee Jaffe, ela cita o período em que morou com o pai no Canadá como um empurrão para atuar, já que precisava fingir para fugir do bullying nas escolas que estudou.

Ainda na adolescência Mia Goth voltou para Londres, onde se tornou modelo de revistas consagradas como a Vogue. Ela começou a fazer testes de elenco durante o ensino médio, época em que foi contratada para seu primeiro filme, o polêmico Ninfomaníaca, do diretor Lars von Trier.

A chocante estreia de Mia Goth no cinema

Lars von Trier já era um nome controverso quando anunciou que seu próximo projeto seria Ninfomaníaca, um filme com mais de cinco horas de duração sobre uma mulher viciada em sexo, que traria cenas explícitas. Escalada três meses após concluir os estudos, Mia Goth afirma que a produção mudou sua vida.

Ao invés de um filmão de cinco horas, Ninfomaníaca acabou dividido em duas partes. A segunda apresenta Goth como P, uma jovem vulnerável que começa como protegida e depois se torna amante e ajudante da protagonista Joe (Charlotte Gainsbourg).

O desafio de protagonizar cenas de nudez e escatologia logo em seu primeiro trabalho foi visto pela atriz como uma aula prática de atuação: “Decidi que, se tivesse a chance, a melhor forma de aprender [a atuar] seria com atores como Charlotte Gainsbourg, ao invés de ir a uma escola de teatro”, afirmou ao iNews.

Mia Goth e Charlotte Gainsbourg em Ninfomaníaca: Volume 2 ( Zentropa Entertainments/Divulgação) Mia Goth como P ao lado de Charlotte Gainsbourg como Joe em Ninfomaníaca: Volume 2 ( Zentropa Entertainments/Divulgação)

Anos depois, ela afirmou que a experiência foi “divina” por ter apontado o estilo de projetos, diretores e elenco com os quais gostaria de trabalhar ao longo da carreira. “Fui incrivelmente sortuda em ter esse como meu primeiro projeto. Ele realmente preparou o terreno em termos do que aspiro a fazer”.

Ainda em 2013, ela participou da série The Tunnel, um dos poucos projetos televisivos da carreira, ao lado de uma aparição em Wallander. Já no cinema, seguiu em projetos como o pós-apocalíptico The Survivalist (2015), o drama de sobrevivência Evereste (2015) e nos terrores A Cura (2016) e O Segredo de Marrowbone (2017).

Primeiros passos na desgraceira

Mia Goth já havia se aventurado no terror e no drama psicológico quando protagonizou dois dos projetos mais importantes da carreira: o remake do clássico Suspiria com direção de Luca Guadagnino (Me Chame Pelo Seu Nome) e High Life: Uma Nova Vida, ficção científica com horror, dirigida por Claire Denis (Desejo e Obsessão).

Sombrios e perturbadores, os dois filmes são bons exemplos do que a atriz imaginou para a carreira. Como explicou à Wonderland Magazine: “Gosto de filmes que te desafiam e que estão tentando dizer algo. Quando vejo um filme, não quero ser entretida, gosto daqueles que te tocam de alguma forma. Amo filmes que são sobre pessoas.”

Mia Goth em Suspiria e High Life (Memo Films/A24/Reprodução) Mia Goth em Suspiria e High Life (Memo Films/A24/Reprodução)

Por um lado, Goth não se limita apenas a filmes perturbadores, e você pode vê-la passeando pela comédia-romântica em Emma (2020), na ação em Mayday (2021) e até nas animações como uma das vozes de The House (2022). Por outro, foi em uma dobradinha de terror que ela colocou de vez seu nome no radar de qualquer fã de cinema.

X, Pearl e a ascensão de Mia Goth

Os fãs de terror foram presenteados em 2022 com X - A Marca da Morte e Pearl. O primeiro conta a história de uma equipe que vai ao interior do Texas gravar um filme pornô e encontra a morte ao cruzar os caminhos da idosa Pearl. Já o segundo é um prelúdio que volta à época da Primeira Guerra Mundial para contar a origem da assassina que dá nome à produção.

Aclamados por público e crítica, os filmes devem muito a Mia Goth. Em X, ela interpreta não apenas a ‘velha Pearl’, como também a mocinha Maxine. Com isso, ela ficou responsável por dar vida tanto à final girl que deve conquistar a torcida do público, quanto à vilã que o aterroriza.

Durante a preparação para A Marca da Morte, Goth e o diretor e roteirista Ti West elaboraram a história de origem da assassina. Criada como uma forma de ajudá-la a se conectar com a personagem, a ideia deu origem a um novo filme, que teve a atriz como roteirista.

O resultado é Pearl, produção que se aproveita de todos os interesses e talentos de Mia Goth. O longa é um estudo de personagem perturbador e cheio de drama em que a atriz mata, dança e se entrega em uma atuação memorável. O impacto foi tão grande que levou o longa a festivais de prestígio como o de Veneza, além de ganhar o carinho do público.

Mia Goth como Pearl em X e Pearl Mia Goth como Pearl em X e Pearl

Uma adoração que inclui também o Brasil, que já abraçou o filme antes mesmo de ele chegar aos cinemas do país. Quem diz isso é a própria Mia. Em entrevista exclusiva ao NerdBunker, a atriz deixou a língua inglesa um pouco de lado para dizer, em português, que sente o amor dos espectadores pelo projeto:

“Senti especialmente o amor do público brasileiro por Pearl. O que tem sido incrível, porque o Brasil está no meu coração, eu amo o Brasil. Adoro mesmo, significa muito para mim e me emociona ter esse retorno e que tenham pedido por Pearl. É a melhor coisa do mundo.”

Pouco depois de contar a origem de um dos mais novos ícones do terror, ela não ficou parada e encontrou outro filme perturbador para protagonizar. Chamado Infinity Pool, o longa de Brandon Cronenberg (Possessor) tem dado o que falar em festivais devido a sua natureza gráfica, com uma história cheia de sexo e violência. Não há previsão de estreia no Brasil até o momento.

Porém, como um é pouco e dois é apenas bom, Mia Goth e Ti West já estão preparando o terceiro filme da saga iniciada em X - A Marca da Morte. Chamado MaXXXine, o novo longa vai acompanhar a final girl Maxine após os eventos da primeira história. Sem poder falar muito, a atriz prometeu apenas que esse é o “melhor roteiro” da trinca.

Enquanto a terceira parte não chega, o público brasileiro finalmente poderá conferir Pearl, que chega aos cinemas do país na próxima quinta-feira (9).

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