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Jogamos! Pokémon Scarlet e Violet expandem a fórmula da franquia com liberdade de escolhas
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Jogamos! Pokémon Scarlet e Violet expandem a fórmula da franquia com liberdade de escolhas

Estivemos no México para testar em primeira mão o próximo grande lançamento da Nintendo

Tayná Garcia
Tayná Garcia
21.out.22 às 10h00
Atualizado há mais de 2 anos
Jogamos! Pokémon Scarlet e Violet expandem a fórmula da franquia com liberdade de escolhas

Assim que foram anunciados, Pokémon Scarlet e Pokémon Violet geraram expectativa de que seriam responsáveis pela renovação da clássica fórmula da franquia Pokémon. Algo esperado há bastante tempo por vários fãs.

Os jogos têm a proposta de apresentar três linhas narrativas diferentes e um mundo aberto, que pode ser explorado de forma não-linear. Ainda assim, as mudanças geram dúvidas. Afinal, elas realmente dão uma cara nova à série?

A convite da Nintendo, tivemos a oportunidade de viajar para a Cidade do México e testar o novo Pokémon para sanar essa dúvida – ou, pelo menos, entender melhor o que esperar dos monstrinhos que estão vindo aí.

Primeiro mundo aberto da série

Passamos cerca de uma hora com Pokémon Scarlet, a versão que tem Koraidon como lendário, em uma parte relativamente avançada do jogo – com monstrinhos entre levels 10 e 20. Apenas partes ao sul e ao leste de Paldea, região inédita em que os games se passam, estavam exploráveis, mas já oferecendo um gostinho do mundo aberto que usa heranças de Pokémon Legends: Arceus, dentro do contexto e estrutura da série principal.

O mapa é grande e incentiva o jogador a explorar livremente, com muitos indicadores visuais de itens pelo chão, Pokémon selvagens, raids, Pokémon Centers, cidades e NPCs por todo lado. Ver tudo isso acontecendo ao meu redor passou uma leve sensação de sufoco, principalmente por sentir que em apenas uma hora não conseguiria aproveitar tudo aquilo — o que, de fato, aconteceu. Em apenas uma porção do mapa, já haviam muitas atividades que exigem tempo e calma.

A montaria não é apenas visualmente chamativa, mas também muito útil para a exploração do mundo aberto

Os Pokémon selvagens são sempre visíveis, então é possível evitá-los e apenas batalhar com aqueles que desejar. Há também a possibilidade de agachar e se esgueirar por trás dos monstrinhos para ganhar vantagem no primeiro ataque da luta. A mesma ideia de escolha acontece com os treinadores pelo mapa, que não iniciam uma batalha obrigatória ao encontrar o jogador. É preciso conversar com eles para lutar.

As batalhas acontecem em tempo real, mas com uma cadência lenta. As animações são belíssimas e coloridas, mas tomam muito tempo – e, somando isso aos diálogos repetitivos de luta, o resultado é um ritmo desnecessariamente devagar.

No entanto, uma mecânica inédita de combate que causa o efeito contrário e agiliza as batalhas no mundo aberto é a capacidade de mandar um Pokémon para batalhar sozinho contra outros. Ele ainda ganha XP e itens, como um confronto comum, mas tudo se desenrola de forma automática, enquanto o jogador fica livre para fazer o que quiser nesse tempo (só que sem se afastar tanto do bichano). É uma ótima maneira de acelerar o passo das lutas e poupar (muito) tempo ao fazer "grind", algo recorrente na franquia.

A locomoção pelo mapa conta com várias opções, que inclui as clássicas viagens rápidas. Elas podem ser feitas de qualquer ponto do mapa para um dos Pokémon Centers especiais (que são muitos!). Além disso, há a montaria do Koraidon, que oferece uma corrida rápida, pulos altos, nado e até planagem. Quem precisa de bicicleta agora, não é?

A Terastal é um recurso inédito das batalhas que, além de potencializarem o Pokémon, também mudam sua aparência para uma joia brilhante

Já outra mecânica de combate que promete dar uma mexida na dinâmica e oferecer novas opções de estratégia aos jogadores, é a Terastal. Ela funciona como uma potencialização de ataques específicos do Pokémon, estando ligada ao seu tipo (Fogo, Água, Grama, Fantasma e por aí vai).

Todo Pokémon tem um "tera type" e pode usufruir da mecânica, mas há monstrinhos especiais e relativamente mais raros que possuem um "tera type" diferente do seu tipo original. Por exemplo, um Pikachu com um Terastal especial pode ter um "tera type" de Voador em vez de Elétrico, o que possibilita que ele tenha o movimento "Fly" ou outros do mesmo tipo.

Na prática, a Terastal foi decisiva em combates, sendo muito mais útil do que o Gigantamax de Sword & Shield – uma vez que dura até o fim da batalha e não apenas por algumas rodadas. Os golpes ficam super efetivos e causam um bom estrago. No entanto, ela só pode ser usada uma vez por luta e precisa ser recarregada em Pokémon Centers ou Tera Raids (batalhas especiais do mundo aberto, que podem ser jogadas cooperativamente com até quatro jogadores) antes de ser usada novamente.

Pudemos testar uma Tera Raid no teste, que é uma luta em tempo real (e não rodadas) para todos os jogadores do grupo capturarem um monstrinho com Terastal especial

Os Pokémons com Terastal especial são mais difíceis de encontrar e só podem aparecer esporadicamente em Tera Raids. Eles não são tão raros quanto um Shiny, por exemplo, mas é preciso ter paciência e dedicação para encontrá-los.

Um jogo sobre escolhas

Acompanhando a ideia de liberdade que é imposta pelo mundo aberto, Violet e Scarlet também propõem uma mudança drástica na história com três linhas narrativas que podem ser desenroladas. E é o próprio jogador que escolhe qual traçar. Em minha experiência de uma hora com Scarlet, testei uma missão de cada narrativa – e elas se diferem (e muito!) em objetivo e conteúdo.

A primeira é a rota clássica de se tornar o maior Mestre Pokémon ao derrotar todos os ginásios e a elite. Mas há algumas mudanças. Em vez de enfrentar capangas ou puzzles de ambiente, é preciso se submeter ao "Gym Test" para enfrentar o líder do ginásio. É um teste que exige alguma tarefa específica do jogador na cidade, que vai além de apenas batalhar. O meu, por exemplo, era encontrar 10 Sunflora escondidos — algo simples e fácil, mas que foi um bom refresco no meio da correria.

Já a segunda tem o objetivo de derrotar a Team Star, que é basicamente a Equipe Rocket do jogo. A ideia é enfrentar todos os líderes da organização, que se instalou por Paldea. Para isso, é preciso entrar nas bases da Team Star e derrotar um número específico de Pokémon em um tempo limitado para, então, desafiar a líder. A parte inusitada é que tive que derrotar uma chefe que tinha um Torkoal e... um carro, que tinha até uma grande barra de HP.

A Team Star é uma organização maligna que se espalhou por Paldea e precisa ser derrotada! Vai encarar?

A terceira e última é a mais distinta. A ideia é encontrar Pokémon titãs, que são gigantes e mais poderosos, para coletar dados e itens para um estudo. É preciso procurar e caçar pelos "monstrãos" (sim, trocadilho intencional) em áreas específicas e derrotá-los – uma luta relativamente dura, uma vez que eles apresentam uma enorme barra de vida.

Ao comparar o trio de narrativas, a rota de aniquilar a Team Star foi a que mais me empolgou tanto em termos de narrativa (que, infelizmente, não podemos falar sobre), quanto gameplay. A ideia de ter que cumprir um desafio dentro de um tempo limitado para impressionar a líder foi dinâmica e divertida, além de dar espaço para usar mecânicas do mundo aberto, como mandar um Pokémon para lutar sozinho enquanto você enfrenta outro mais complicado, abrindo mais brechas para estratégia de combate.

A parte curiosa é que o jogador pode optar por fazer as missões de só uma narrativa ou até de todas as três, escolhendo e finalizando uma delas só lá no final.

Frescor bem-vindo?

A impressão que fica é que, ao mesmo tempo que a série que conhecíamos ganha novidades substanciais, também há a perda de características que tornaram Pokémon o que era.

Não há mais encontros aleatórios e obrigatórios com monstrinhos ou treinadores no mundo aberto, o objetivo principal não é mais se tornar um Mestre Pokémon (se você não quiser) e nem mesmo há o incentivo de "temos que capturar todos" – o que pode ou não agradar o jogador, dependendo do que ele procura por aqui.

Sendo uma fã que pende mais para o lado saudosista quando o assunto é Pokémon (e até ficou triste por ter visto apenas um monstrinho da primeira geração no teste), a sensação é que Violet e Scarlet expandem tanto a fórmula quanto a essência da franquia. Definitivamente a dupla toma novas rédeas em cima do que conhecíamos e adota uma filosofia diferente, a de que é um jogo sobre liberdade de escolhas.

Seja como for e qual caminho escolhermos, Pokémon Violet e Scarlet têm potencial para serem um grande passo para a série principal ganhar uma cara nova, mesmo que seja relativamente tardio.


Pokémon Scarlet e Pokémon Violet serão lançados no dia 18 de novembro, exclusivamente para Nintendo Switch.

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