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Peacemaker prepara final grandioso em penúltimo episódio catártico
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Peacemaker prepara final grandioso em penúltimo episódio catártico

Sétimo capítulo da série da DC já chegou à HBO Max

Gabriel Avila
Gabriel Avila
10.fev.22 às 13h02
Atualizado há mais de 3 anos
Peacemaker prepara final grandioso em penúltimo episódio catártico

A cena pós créditos de O Esquadrão Suicida (2021) serviu para duas coisas: confirmar que a série Peacemaker se passaria após os eventos do filme e deixar o público irritado com o fato de que o Pacificador, um dos personagens mais odiáveis do Universo DC, sobreviveu. A soma dessas informações levou à conclusão que o criador James Gunn aproveitaria a produção do HBO Max para redimir Christopher Smith perante o público.

Ainda que tenha levado a jornada para cantos esquisitos do universo dos super-heróis e incluído pitadas de críticas sociais, a série manteve uma busca por reparação que chegou ao ápice no sétimo episódio. Em preparação para o grand finale, Peacemaker apostou todas as fichas na tese de que “não há hora errada para o rock” e promoveu uma catarse aguardada desde a estreia.

[Cuidado com spoilers do sétimo episódio de Peacemaker]

Com o título de "O que os Olhos Não Veem o Dragão Não Sente" e os acontecimentos do sexto capítulo, não é surpresa que o sétimo seja sobre o confronto final entre o Pacificador (John Cena) e seu pai, o vilão supremacista conhecido como Dragão Branco (Robert Patrick).

Para o embate no presente fazer sentido, voltamos ao passado e finalmente descobrimos o que aconteceu entre Christopher e seu irmão. Um flashback de partir o coração conta que quando criança, os garotos Smith participavam de uma rinha organizada pelo pai August. Em uma dessas brigas, Chris acaba matando por acidente o irmão Keith, causando uma ira e repulsa do progenitor que durou a vida inteira.

É interessante notar que antes do evento que mudou a vida do protagonista, essa cena mostra os garotos curtindo rock, uma válvula de escape utilizada por Keith para se rebelar das ações e crenças preconceituosas do pai. Mais do que trilha sonora para as cenas de ação ou dancinhas de cueca, a música agora ganha um caráter libertador que ajuda a entender a devoção do Pacificador, que recorre a ela em todos momentos.

Não por acaso, no presente, o rock embala a jornada dele ao lado de Vigilante (Freddie Stroma), Economos (Steve Agee) e da águia Eagly rumo à destruição da “vaca” que alimenta as borboletas. Porém, antes que o trio tenha a chance de concluir a missão, eles são interceptados pelo Dragão Branco e seus asseclas vestindo capuzes brancos.

Graças a rastreadores dos capacetes do Pacificador, o vilão encontra e ataca o filho, que só escapa graças a uma atitude desesperada do Vigilante. Ao explodir uma granada que atingiu tanto os supremacistas quanto a si mesmo, Adrian dá aos amigos uma chance de fugir. Usando um guaxinim para despistar os vilões, a dupla consegue escapar momentaneamente e chega a tempo de socorrer o Vigilante antes do embate definitivo contra os criminosos.

Como era de se esperar, a luta final entre o Pacificador e o Dragão Branco é um misto de pancadaria franca com lavação de roupa suja. Sem rodeios, o vilão vomita todos os “desgostos” que sente pelo filho, se comparando a personagens bíblicos para explicar que deveria tê-lo matado por questões que vão desde a decepção com o rock and roll até o fato de que Chris dormia com “mulheres impuras” e homens. Utilizando toda a retórica nazista, ele consegue envolver até um patriotismo irracional na justificativa para tirar a vida do herói.

Em uma cena que se tornou o auge da catarse da série até aqui, o Pacificador se livra do pai com a ajuda do Vigilante, que esfaqueia o Dragão Branco e danifica seus circuitos, e de Economos, que metralha os capangas supremacistas sem dó. Com a situação sob controle, Chris finalmente coloca um ponto final nessa história com uma bala no meio da testa de August.

É irônico perceber que o vilão causou a própria morte duas vezes. A primeira e mais óbvia está na questão de que ele criou Chris para ser uma máquina de matar. Já a segunda é o detalhe que a arma utilizada pelo herói foi uma Luger, pistola associada aos nazistas desde a Segunda Guerra Mundial.

Murn e o efeito borboleta

Enquanto um trio se livra os racistas, o outro lida com as consequências da incriminação do Pacificador. Harcourt (Jennifer Holland) confronta Adebayo (Danielle Brooks) sobre plantar o diário falso no apartamento do justiceiro e acaba descobrindo toda a verdade. A garota admite que foi escolhida pela mãe Amanda Waller para executar essa tarefa, aproveitando o histórico violento e conspiracionista do herói para colocar toda a culpa nele.

Chocante para Harcourt e para o público, a descoberta não causa incômodo para Murn (Chukwudi Iwuji), que surge apressado para sair dali. Isso porque uma das Borboletas tomou conta de Locke (Christopher Heyerdahl), aliado que sabia demais e poderia comprometer a localização deles. Infelizmente, a fuga não dá certo e os alienígenas chegam ao agente, matando-o enquanto as colegas ouvem. Um desfecho triste, mas que já havia sido adiantado pelo altruísmo disposto ao sacrifício demonstrado por Murn no capítulo anterior.

Após perder o chefe, as duas reencontram o resto da equipe no veterinário. Em um de seus últimos atos, o Dragão Branco atingiu Eagly com força o suficiente para que a águia precisasse de cuidados médicos e ficasse à beira da morte.

Para a alegria do Pacificador – e do público – o animal se recupera e novamente abraça o justiceiro em uma espécie de “milagre” que faz Adebayo mudar de ideia e aceitar ficar com o time para pôr um fim à invasão que já custou demais. Sob o comando de Harcourt, que assumiu a liderança após a morte de Murn, o grupo se une de forma definitiva para destruir a Vaca das Borboletas antes que ela seja teletransportada pelos alienígenas.

Ainda que o grande objetivo para o último episódio de Peacemaker esteja mais claro do que nunca, o sétimo capítulo deixou incógnitas o suficiente para deixar a conclusão menos previsível. Dúvidas sobre a capacidade de Chris em perdoar a traição ou como o Mestre Judoca vai se encaixar na batalha final deixam no ar algumas brechas para que a série retorne ao drama.

Nesse ponto, vale ressaltar como esse capítulo colocou à prova todo o trabalho de Peacemaker em fazer com que o público se importe com um bando de desajustados como os protagonistas. Colocar o espectador para torcer pela sobrevivência do Vigilante e se emocionar com o desabafo do Pacificador sobre a importância de Eagly é uma vitória dessa construção, que começou lá atrás em O Esquadrão Suicida.

Ao som da canção “By the grace of God” do Hellacopters, a produção deixa a equipe e o público prontos para uma conclusão explosiva e emocionante. Ainda que o final da temporada seja importante para cravar a qualidade da obra, esse penúltimo capítulo já provou que Peacemaker é uma série que vale ser vista.

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