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O Legado de Júpiter – 1ª Temporada | Crítica
Séries, TV e Streaming

O Legado de Júpiter – 1ª Temporada | Crítica

Com trama instigante e mistérios, série é uma aposta acertada da Netflix para ser relevante entre as produções de heróis

Fernanda Talarico
Fernanda Talarico
07.mai.21 às 04h01
Atualizado há quase 4 anos
O Legado de Júpiter – 1ª Temporada | Crítica

Séries de super-heróis feitas para plataformas de streaming não são exatamente uma novidade. Temos o Amazon Prime Video com The Boys, o Disney+ com WandaVision, Falcão e o Soldado Invernal e outras séries que integram o MCU e, neste cenário, a Netflix parecia ficar para trás sem novos títulos do gênero há um bom tempo. Mas isso acabou de mudar.

Neste dia 7 de maio de 2021, chega à plataforma O Legado de Júpiter, título inspirado na HQ homônima criada por Mark Millar e Frank Quitely. Com os ingredientes necessários para uma boa produção de heróis – efeitos especiais, mistérios, trama envolvente e mais – a série tem grandes chances de ganhar relevância entre os títulos do gênero e não ser apenas mais uma.

O Legado de Júpiter acompanha um grupo de heróis intitulado União que segue um código de regras bastante rígido, que obriga os membros a nunca executarem os inimigos – para eles, sempre existe outra saída. A trama apresenta desde a criação da União, mostrando os personagens ganhando seus poderes durante o período pós-crise de 1929 nos Estados Unidos, até tempos mais recentes, quando heróis são obrigados a lidar com seus filhos e políticas atuais.

Josh Duhamel como Utópico, o líder dos heróis de O Legado de Júpiter (Créditos: Netflix)

Neste cenário, o líder Utópico (Josh Duhamel) tenta conciliar suas responsabilidades como super-herói com a sua família, que está enfrentando diversos problemas. Ele é casado com a também heroína Lady Liberty (Leslie Bibb) e tem dois filhos que herdaram seus poderes, Brandon (Andrew Horton), que o idolatra e segue seus passos, e Chloe (Elena Kampouris), uma jovem rebelde que não aceita a responsabilidade que lhe foi designada ao nascer filha de um herói. Os problemas familiares e de conflito de gerações são somados à tramas políticas e mistérios, que acrescentam camadas à série e a tornam ainda mais instigante.

Desde a primeira cena da produção, vemos como a dinâmica familiar dos protagonistas é falha, pois os filhos acabam sendo colocados de lado quando qualquer emergência aparece. Assim, surge um questionamento: qual a coisa certa a ser feita, priorizar a sua família ou o bem da humanidade?

Brandon, vivido por Andrew Horton, tenta seguir os passos do pai, o Utópico (Créditos: Netflix)

Já faz um tempo que, para serem significativos, filmes e séries de super-heróis precisam ir além de apenas pessoas com poderes usando trajes apertados. Claro, esta ainda é uma característica importante para este tipo de produção, mas agora é preciso entregar algo além e O Legado de Júpiter o faz ao nos apresentar diferentes mistérios. O trajeto percorrido pelos integrantes da União para ganharem seus poderes e a procura por um supervilão que está desaparecido nos dias atuais são bons exemplos disso.

Comparações prévias com outros títulos de heróis são inevitáveis, mas, logo de início, a série se distancia do que já assistimos. O lado humanizado dos heróis, os conflitos familiares e as discussões morais e políticas fazem de O Legado de Júpiter um drama que eventualmente tem cenas de aventuras e não o contrário. A ideia de colocar os heróis no divã não é exatamente nova, como acontece em The Boys, mas tratar as divergências enfrentadas por eles de maneira séria e realista é um grande diferencial.

Vale ressaltar que os pontos altos de O Legado de Júpiter são as cenas que se passam durante os anos 1930, com os personagens ainda sem poderes. Acompanhamos Sheldon – que se tornaria o Utópico – tentando superar o luto de uma grande perda e lidando com alucinações. São elas que o fazem vislumbrar uma ilha misteriosa para a qual ele deve ir e levar um grupo de pessoas com ele. Para dar uma sensação épica, as cenas são mostradas em tela cheia, diferente do resto da série, que é apresentada no formato 16:9. A impressão é de assistir a uma produção baseada em A Ilha do Medo: uma estética similar, com o personagem enlouquecendo aos poucos, mas bem mais fantasiosa do que o filme de Martin Scorsese.

Integrantes da União em cena dos anos 1930: R. Conrad, Walter Sampson, Sheldon Sampson, Grace Sampson, Fitz Small e George Hutchence (Créditos: Netflix)

Ao final dos oito episódios disponíveis na Netflix, ficamos com uma sensação de que a segunda temporada já está programada, pois não temos todas as respostas. O fim do último episódio não é exatamente de explodir mentes, como estamos acostumados, mas deixa mistérios no ar e, caso a série continue seguindo a HQ como tem feito parcialmente até então, ainda tem muita coisa para acontecer.

Ao se aproximar do drama, O Legado de Júpiter pode atrair um público que não necessariamente assiste às produções de heróis. Por isso, ela foi uma aposta acertada da Netflix para também se fazer relevante no cenário de séries do gênero. Caso seja renovada para um próximo ano, a produção pode se tornar uma grande franquia, abrindo possibilidade até mesmo para spin-offs, como é o caso dos quadrinhos com Jupiter's Circle.

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