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Ms. Marvel | Crítica
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Ms. Marvel | Crítica

Mesmo com protagonista carismática, série prova que o maior vilão do MCU é ele mesmo

Camila Sousa
Camila Sousa
13.jul.22 às 14h36
Atualizado há mais de 1 ano
Ms. Marvel | Crítica

Não há dúvidas de que o Universo Cinematográfico da Marvel precisa de renovação. Após construir uma grande saga que culminou em Vingadores: Ultimato (2019), o estúdio se despediu de alguns nomes e começou a preparar o terreno para novos heróis. Um deles é a Ms. Marvel, protagonista da nova série do estúdio lançada no Disney+. E, ainda que a jovem seja carismática ao ponto de tornar a produção interessante, os seis episódios provam que o maior vilão do MCU é ele mesmo.

Chamado de “Geração Por quê?”, o capítulo de estreia do seriado trouxe um bem-vindo frescor ao universo de heróis da Casa das Ideias. Fã dos Vingadores, a jovem de origem paquistanesa Kamala Khan cativa os espectadores por ser uma adolescente típica: apaixonada, agitada, confusa e muito, muito divertida. Por conta disso, é preciso dizer que Ms. Marvel acerta ao ter Iman Vellani no papel principal. É perceptível que o seriado é protagonizado por uma adolescente de verdade, diferente de outras séries teen de Hollywood, e a atriz estreante se conecta rapidamente com o público ao entregar cenas cheias de veracidade.

Além de um rosto novo, outro ponto que chama a atenção no começo da produção é a linguagem escolhida para contar a história. O primeiro episódio é comandado pela dupla Adil El Arbi e Bilall Fallah, que decide mostrar toda a confusão de sentimentos de Kamala com uma câmera rápida e cenas que misturam live-action e animações estilizadas. O resultado lembra o filme Scott Pilgrim contra o Mundo (2010) e combina com a vida inquieta de Kamala, em sua ânsia por se aproximar do universo dos heróis que tanto admira.

Quando dá tal abertura para que criadores coloquem suas assinaturas nas obras, a Marvel é capaz de dar vida a coisas únicas. O problema é que isso raramente é levado adiante, algo que se repete aqui. Grande parte dos pontos positivos e da personalidade da série somem a partir do segundo episódio, em prol de uma trama imensa que precisa apresentar universos, personagens, raças e vários outros elementos.

De repente, a história não é mais sobre Kamala e sua jornada para entender a vida como uma super-heroína. Trocam-se os diretores, tudo fica grandioso demais e os espectadores se pegam com saudade de como a produção começou. Ainda que tenha bons momentos (no geral, quando Vellani está em cena), o meio da série é corrido e confuso, porque precisa lidar com muita coisa ao mesmo tempo. Como consequência, a história da protagonista fica de lado, e partes importantes de sua vida pessoal são resolvidas de forma apressada, afinal, há uma cena de ação que precisa de mais tempo de tela.

Com essa construção, Ms. Marvel chega ao sexto e último episódio com muitas coisas para explicar e arcos para concluir. De volta ao comando da série, Adil El Arbi e Bilall Fallah fazem o possível para amarrar todas as pontas de forma satisfatória, mas nem mesmo eles conseguem recuperar o bom começo que a produção teve. Há uma certa empolgação ao ver a evolução natural de Kamala como heroína, mas o sentimento geral é de que uma boa história foi desperdiçada em troca da construção de um universo maior.

Prova disso são as cenas finais e pós-créditos da série. Importantes para o futuro do MCU e da própria Ms. Marvel, os trechos geram entusiasmo nos fãs e rapidamente se tornaram tema de discussão nas redes sociais. É a Marvel sendo ela mesma: compensando os problemas de roteiros com citações e easter-eggs que, sem dúvida, são divertidos, mas não seguram a barra de um roteiro mal construído.

Olhando como um todo, há muito o que elogiar em Ms. Marvel, apesar dos problemas. A série teve o cuidado de apresentar vários traços da cultura paquistanesa de forma respeitosa, sem deixar de lado os problemas que existem ali. A família de Kamala também é um ponto positivo. Diferente dos quadrinhos, aqui os pais da Ms. Marvel são parte ativa de sua construção como heroína e isso faz toda a diferença em quem a jovem se torna ao final da série. É uma pena que todas essas qualidades não sejam levadas adiante por conta do maior vilão do Marvel Studios: ele mesmo.

Todos os episódios de Ms. Marvel estão disponíveis no Disney+.

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