Após mais de 20 anos, Metroid Prime está de volta! Os fãs da franquia foram pegos de surpresa com o anúncio e o lançamento imediato de Metroid Prime Remastered logo no início de fevereiro.
Comandado pelo próprio Retro Studios, estúdio responsável pelo original, o novo jogo não apenas resgata um clássico do GameCube, como também entrega uma das melhores remasterizações já feitas para Nintendo Switch.
Galáxia em paz e atualizada
Metroid Prime Remastered é uma remasterização que foca em melhorias principalmente visuais, mantendo toda a história, exploração e quebra-cabeças de ambiente no planeta Tallon IV, que fizeram muitos jogadores se apaixonarem em 2002.
A nova versão eleva a experiência original com gráficos repaginados, em que é perceptível o cuidado dos desenvolvedores na recriação de tantos elementos icônicos, sem descaracterizá-los.
Os cenários parecem mais “vivos”, com texturas modernas, sistema de iluminação aprimorado, física melhorada da água e paleta de cores mais intensas, realçando as características de cada região do planeta. Revisitar a gelada Phendrana Drifts, o vulcânico Magmoor Caverns e os laboratórios de Phazon Mines é uma sensação nostálgica e nova ao mesmo tempo.

As criaturas de Tallon IV, que vão desde pequenos besouros a piratas espaciais, também foram remodeladas. A aparência de cada uma está mais rica em detalhes e cores, resultando em visuais ainda mais grotescos (no bom sentido!). Alguns chefões, como a imensa planta Flaahgra e o famoso Meta Ridley, ficaram ainda mais imponentes e impressionantes, o que adiciona uma nova atmosfera aos confrontos.
A interface foi atualizada visualmente, mantendo as mesmas informações e disposição do original. Mas há opções de personalização da HUD, heranças de Metroid: Trilogy (a trilogia com os games de Metroid Prime para Wii). É possível reduzir a opacidade dos ícones da interface para retirá-los completamente, gerando uma tela livre de barras de vida, quantidade de munição e nível de toxicidade.
O sistema de salvamento ainda é o mesmo, em que é preciso encontrar câmaras específicas pelo mapa para salvar manualmente o progresso. Assim, a nova versão descarta a opção de adicionar “autosave” para preservar a experiência original. No entanto, é quase unânime a existência de salvamento automático em games atuais, então nem mesmo oferecer a possibilidade não é uma estratégia muito inteligente.

De forma geral, a jogabilidade está fluida e funciona nos controles do Switch, com a movimentação no analógico esquerdo e a mira no direito, o que cai como uma luva para um FPS.
Os comandos de Samus são os mesmos e foram bem adaptados aos Joy-Cons, mas também é possível personalizá-los com outros três estilos pré-definidos: o “pointer”, em que se usa sensor de movimento para andar e mirar (similar ao Wii); o “clássico”, baseado no original de GameCube, com o analógico esquerdo para movimentação e mira; e o “híbrido”, que mistura o controle padrão com sensor de movimento.
A performance de Metroid Prime Remastered impressiona pela qualidade e estabilidade, rodando liso tanto na dock (que alcança 900p a 60fps) quanto no portátil (612p a 60fps). Em ambas opções, a taxa de quadros é estável, sem quedas ou engasgos. No entanto, senti mais conforto ao jogar na dock por ser um FPS um tanto frenético e em que é preciso prestar atenção em muitos elementos ao mesmo tempo.

Ao todo, a nova versão oferece três níveis de dificuldade: Casual, Normal e Hard Mode (o mais difícil e desafiador, desbloqueado após zerar pela primeira vez). A diferença entre os modos está na quantidade de dano causado pelos inimigos e sofrido por Samus.
Apesar de oferecer várias dificuldades, a remasterização não conta com opções focadas em acessibilidade, que tornariam a experiência acessível a uma quantidade ainda maior de jogadores, incluindo pessoas com deficiência (PcD).
Também não há a inclusão de localização em português brasileiro e, ao considerar que um dos pontos fortes de Metroid Prime é justamente a história, é algo que atrapalha aqueles que não dominam a língua inglesa. Essas ausências não prejudicam o conteúdo do jogo em si, mas a implementação desses elementos ampliaria seu público — indo além da ideia de apenas trazer um clássico para uma plataforma atual.

Um parasita bem-vindo!
Metroid Prime Remastered faz jus ao próprio título e entrega uma remasterização com melhorias significativas, trazendo um clássico de GameCube para a atualidade e mantendo a essência daquela aventura que marcou a indústria no início dos anos 2000.
É a edição definitiva da primeira aventura 3D de Samus Aran, sendo a maneira perfeita para revisitar ou conhecer o jogo pela primeira vez. Mal sabia como precisava me aventurar por Tallon IV mais uma vez, procurando por artefatos, escaneando criaturas esquisitas e ficando completamente perdida nesse universo!
Esta review foi feita com uma cópia cedida pela Nintendo.
Metroid Prime Remastered está disponível para Nintendo Switch.