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Lobisomem na Noite | Crítica
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Lobisomem na Noite | Crítica

Especial do Marvel Studios diverte com trama de terror competente e carisma do elenco

Pedro Siqueira
Pedro Siqueira
07.out.22 às 10h00
Atualizado há mais de 1 ano
Lobisomem na Noite | Crítica

É bem provável que a maioria dos espectadores de Lobisomem na Noite sequer saiba do que trata o quadrinho de mesmo nome. Ousada, a aposta em personagens desconhecidos do grande público já se provou uma faca de dois gumes no Marvel Studios. Do ponto de vista financeiro, basta que os bilhões dos Guardiões da Galáxia falem por si. Mas, se tomada de qualquer jeito, a decisão resulta em coisas como o desinteressante Cavaleiro da Lua. A boa notícia é que o especial de terror triunfa por manter suas ambições baixas, reconhecendo o próprio lugar e focando em oferecer um competente e divertido espetáculo visual nos seus pouco mais de 50 minutos.

Lançada no Disney+, a trama apresenta Jack Russell (Gael García Bernal), um refinado caçador de monstros convocado a um encontro de colegas de ofício, mesmo ele mesmo sendo, secretamente, uma das criaturas que deveria caçar. Os personagens são jogados em uma gincana em busca da joia mágica guardada em um monstro a ser caçado. A competição, claro, descamba para um vale tudo onde um tenta matar o outro.

Se a história parece não conversar com heróis Asgardianos, homens com armaduras de ferro ou advogadas verdes gigantes, é porque Lobisomem na Noite funciona em um universo próprio. Não seria exagero dizer que, salvo a tradicional logomarca no início dos créditos, algum desavisado poderia até achar que não se trata de uma produção do estúdio. Não espere citações a outros filmes do estúdio ou sequer alguma indicação de quando (ou até em que universo) o especial se passa.

É principalmente aí que o novo formato de "Special Presentation" (Apresentação Especial, em tradução livre) sinaliza um caminho interessante para histórias fechadas que podem até flexionar os músculos da empresa em outros gêneros. Neste caso, o terror cômico.

Da fotografia majoritariamente em preto e branco, até os sets de filmagem com caveiras, cabeças de animais e livros sagrados enormes, tudo em Lobisomem na Noite grita homenagens aos filmes de horror trash dos anos 1930 a 1960.

Estreando como diretor no MCU, o compositor Michael Giacchino rege as cenas com a mesma maestria com que assinou ótimas trilhas sonoras como Os Incríveis (2004) e Doutor Estranho (2016), provando-se um apaixonado pelo gênero. Por trás da câmera, o músico até testa os limites da censura ao não pegar leve nas sequências de sangue, com cabeças e corpos estraçalhados a rodo, ainda que com a tranquilidade Marvel de que nada muito chocante ocorra.

No elenco, Gael García Bernal brilha como o atormentado Jack Russell, conciliando a escuridão de ele mesmo ser um dos monstros que diz caçar, com a leveza e charme de protagonista boa pinta. O astro divide o protagonismo com a competente Laura Donnelly (Outlander). Carismática, a atriz dá personalidade a Elsa Bloodstone, tirando o máximo de um arco clichê.

Satisfeito em divertir o espectador sem precisar estabelecer um novo universo ou criar a necessidade de pausar cada cena em busca de referências, Lobisomem na Noite apresenta um caminho interessante para o futuro do universo Marvel. Resta torcer que a produtora siga tomando riscos, ainda que controlados, em mais bem-vindas surpresas.

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