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It: Capítulo Dois | Crítica
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It: Capítulo Dois | Crítica

O conhecimento é a única maneira de escapar de um destino terrível ou de repetir o mesmo ciclo

Marina Val
Marina Val
03.set.19 às 16h39
Atualizado há mais de 1 ano
It: Capítulo Dois | Crítica

Passaram-se 27 anos desde que Bill, Bev, Richie, Eddie, Mike, Stan e Ben se uniram para enfrentar Pennywise e seus próprios medos. Nesse tempo, os membros do Clube dos Otários cresceram, tiveram carreiras bem sucedidas, constituíram família e esqueceram literalmente tudo que se passou em Derry. Uma ligação de Mike, o único que permaneceu no local e que ainda lembra dos acontecimentos terríveis, os leva (relutantemente) para onde tudo começou.

It: Capítulo Dois tem um ar mais sombrio, mas não é necessariamente mais assustador, optando por um clima parecido com o do primeiro. A inocência se foi, e, mesmo com o esquecimento, as marcas dos traumas de infância dos Otários estão mais mais profundas, mais evidentes, especialmente em Richie, Bev e Bill. À medida que as memórias voltam, em forma de flashbacks, os personagens entendem um pouco mais de si mesmos e das origens de suas feridas emocionais.

Lembranças suprimidas são um tema recorrente entre todos, de maneiras distintas. Para alguns, o esquecimento os fez cair em uma armadilha de abusos; em outros, fez com que a culpa distorcesse completamente os eventos do passado. O conhecimento é a única maneira de escapar de um destino terrível ou de repetir o mesmo ciclo.

Se no primeiro filme Richie, então interpretado por Finn Wolfhard, pareceu apenas um alívio cômico, com a performance incrível de Bill Hader (Barry) ele ganha novas nuances. As piadas idiotas às vezes surgem como reflexo, mas servem para camuflar um lado do personagem que ele tentou propositalmente esconder dos amigos e dele mesmo.

Esses 27 anos que separam os dois filmes não têm efeitos apenas nos membros do Clube dos Otários. Pennywise também mudou. Depois de um longo período dormente, A Coisa está mais sedenta por sangue, mais impiedosa e mostra que não está para brincadeira logo nos minutos iniciais, transformando Derry em um caldeirão de ódio e intolerância sob sua influência.

Enquanto isso, por trás das câmeras, um longo tempo também se passou entre as gravações e o elenco infantil cresceu, por isso foi necessário usar tecnologia digital para rejuvenescer os atores nas cenas que mostram eventos passados. A escolha foi inevitável para contar a história e, na maior parte do tempo, foi bem feita. Entretanto, em alguns momentos, é possível notar que algo está estranho, mas não é o suficiente para cortar o clima do filme, especialmente pelo carisma dos atores mirins.

O longa segue de maneira fiel a maioria dos eventos do livro e se aprofunda na mitologia da criatura. As partes que estão diferentes são um grato alívio, atenuando, por exemplo, as partes mais exageradas e místicas do reencontro com Pennywise. As alterações certamente receberam a aprovação do próprio Stephen King, considerando que o autor faz uma breve aparição em uma cena.

Entretanto, mais elementos poderiam ter sido cortados para talvez diminuir as quase três horas de duração. A aparição de Henry Bowers, o bully que atormentava as crianças, não acrescenta tanto à trama e poderia ter sido omitida, da mesma maneira que as subtramas de Tom, marido de Bev, e Audra, esposa de Bill, foram simplesmente apagadas.

It: Capítulo Dois chega aos cinemas trazendo respostas sobre a origem do monstro que aterrorizou a infância dos membros do Clube dos Otários. Pode não ser tão impactante quando o primeiro, mas é um capítulo necessário para encerrar de vez o ciclo de Pennywise e concluir a história.

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