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His Dark Materials | E se existisse um objeto que sempre mostrasse a verdade?
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His Dark Materials | E se existisse um objeto que sempre mostrasse a verdade?

Visitamos o estúdio da nova série da HBO e usamos o aletiômetro - que é (quase) mágico

Pedro Duarte
Pedro Duarte
17.out.19 às 10h38
Atualizado há mais de 5 anos
His Dark Materials | E se existisse um objeto que sempre mostrasse a verdade?

“Ele foi até a escrivaninha e tirou de uma gaveta um pacotinho embrulhado em veludo preto. Quando abriu o pano, Lyra viu uma coisa como um relógio de pulso grande, ou um relógio de parede pequeno: um disco espesso de ouro e cristal. Parecia uma bússola ou algo do tipo.”

E se existisse, no nosso mundo, um objeto capaz de dizer sempre a verdade, que apontasse para o caminho justo? Viveríamos em uma sociedade com menos problemas? Philip Pullman, na série de livros Fronteiras do Universo (His Dark Materials), já imaginou uma sociedade assim, onde seis desses objetos, os aletiômetros, existiam. E as coisas não deram muito certo...

Publicados entre 1995 e 2000, os três livros do autor vão ganhar mais uma adaptação (já tiveram versões para teatro e cinema), dessa vez, em formato de série, pela HBO. Mais uma chance de ver o trabalho de Pullman, que criou um universo fantástico com ursos polares de armaduras, daemons (a nossa alma fora do próprio corpo representada por um animal), multiversos; mas também um cenário com problemas tão reais como preconceito e a corrupção de grandes instituições.

“O objeto pesava nas mãos dela, a face de cristal brilhando, o corpo de ouro muito bem-feito. Era muito parecido com um relógio, ou uma bússola, pois havia ponteiros apontando para lugares em volta do mostrador, mas em vez de horas ou pontos cardeais havia várias figuras pequeninas, todas pintadas com precisão extraordinária, como se fosse em marfim com o mais fino e delicado dos pincéis.

Com orçamento enorme, elenco estelar e o trabalho primoroso do Bad Wolf Studios, que tem no currículo Sherlock e Doctor WhoHis Dark Materials chega com a responsabilidade de ser "a nova série de fantasia" da HBO depois do sucesso gigantesco de Game of Thrones. E coube ao estúdio a missão de transpor todos os detalhes descritos por Pullman em seus livros para as diversas telinhas (no celular, tablet, TV...).

O NerdBunker esteve na sede da empresa, em Cardiff, no País de Gales, para acompanhar as gravações da série. E, mesmo que seja arriscado dizer isso — já que ainda não estreou — His Dark Materials tem tudo para dar certo. É inegável o trabalho delicado, o cuidado com cada detalhe, de toda a equipe de produção.

“Ela girou o aletiômetro nas mãos para observar todas elas. Havia uma âncora, uma ampulheta encimada por uma caveira; um touro, uma colmeia… Ao todo eram trinta e seis desenhos, e ela não fazia ideia do que significavam."

O time de Joel Collins mergulhou nos livros e criou versões para cenários, roupas, objetos e, de certa forma, conseguiu transformar a magia do material escritor por Pullman em algo palpável. E aí destaca-se o aletiômetro, um dos itens mais importantes de toda a saga. O objeto é bem pesado e o compromisso com os detalhes descritos pelo autor é notável, tirando um "Uau" de todos os jornalistas presentes que, assim como eu, puderam manusear o objeto, enquanto Collins explicava:

Nós fazemos tudo aqui. Fizemos múltiplas versões do aletiômetro, alguns estáticos, outros que giram… Quando você fecha, vê os discos de ajuste nas laterais. Quando você abre, vê que eles giram [os ponteiros].

Aletiômetro na oficina. Créditos: HBO

"A mecânica é muito simples.", Collins continua. "Nós primeiro fizemos em plástico com uma impressora 3D, depois mandamos para a oficina, onde fazemos o trabalho em metal."

"Tudo é finalizado a mão. Qual o sabor, qual o tom... Pra mim, tem um ar nostálgico, como um relógio de bolso, algo vitoriano. Algumas pessoas podem dizer 'Oh! Mas é quadrado!'. Mas é uma mudança sutil que acompanha a mudança do tom da série, que é um pouco diferente."

O trabalho de acabamento do aletiômetro é feito a mão. Créditos: HBO

Ter o aletiômetro em mãos, pegá-lo, sentir o peso (segundo Collins, ele é bem pesado para ajudar aos atores a terem uma noção real do que seria carregar um item como aquele), girar os ponteiros: um parando na âncora, outro em um tipo de raio; explorá-lo do mesmo jeito que Lyra fez nos livros, foi como se eu também fizesse parte da história.

Tudo tão perfeito que eu quase esperei que ele também me dissesse a verdade. Claro que isso não aconteceu. E, como a gente já leu (e também verá na série da HBO), talvez seja melhor assim.

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