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Final Fantasy XVI é tão épico e grandioso quanto aparenta ser | Preview
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Final Fantasy XVI é tão épico e grandioso quanto aparenta ser | Preview

Visitamos o escritório da Square Enix em Los Angeles para jogar mais de cinco horas do próximo game da franquia

Tayná Garcia
Tayná Garcia
22.mai.23 às 10h00
Atualizado há quase 2 anos
Final Fantasy XVI é tão épico e grandioso quanto aparenta ser | Preview
Final Fantasy XVI/Square Enix/Divulgação

São poucas as franquias de videogames que conseguem se sustentar por vários anos ou décadas a fio, mas Final Fantasy é uma delas, dominando a arte de se reinventar a cada jogo. Não à toa, Final Fantasy XVI é um dos lançamentos mais esperados do ano, com a promessa de introduzir novidades à linha numerada da série.

Até então, todos os trailers e artes promocionais pincelaram um novo Final Fantasy com aspecto grandioso e visualmente impressionante, regado a intrigas da realeza e lutas icônicas de summons – uma mistura capaz de deixar qualquer fã curioso.

A convite da Square Enix, tivemos a oportunidade de visitar o escritório do estúdio em Los Angeles e jogar mais de cinco horas de Final Fantasy XVI, experimentando em primeira mão o que nos aguarda nos reinos de Valisthea. Confesso que foi difícil sair de lá sem pensar que o jogo tem imenso potencial em ser um dos capítulos mais épicos da franquia.

Casos de família

A visita no prédio da Square Enix – que tem uma aparência sutil, mas imponente – foi marcada por muitas prateleiras com colecionáveis luxuosos dos games da empresa. Era impossível não se impressionar com a pilha de chocobos de pelúcia de Final Fantasy, figures imensas de Nier: Automata e até estatuetas (surpreendentemente grandes e pesadas) do The Game Awards. A espiadinha em vídeo do escritório está no Instagram do NerdBunker.

Mas foi em uma grande sala temática de Final Fantasy XVI que pude testar as primeiras quatro horas do game, além de duas demonstrações (demos) isoladas – uma focada em combate, e a outra em exploração, mas falaremos mais sobre elas depois.

Espere por muitas intrigas familiares em Final Fantasy XVI envolvendo o Arquiduque de Rosaria e a família Rosfield (Imagem: Square Enix/Divulgação)

Final Fantasy XVI é carregado de história com ambientação original e cheia de camadas. O protagonista é Clive Rosfield, filho mais velho do Arquiduque de Rosaria, uma nação poderosa de Valisthea.

A família Rosfield é responsável pelo comando de Rosaria, então mantém status elevado, lidera exércitos e tem poderes especiais de seus ancestrais. Clive, no entanto, não herdou muito de sua linhagem, e foi seu irmão mais novo, Joshua, que recebeu habilidades mágicas ao despertar como Dominante da Fênix. O termo Dominante é dado a pessoas que servem como receptáculos para summons (criaturas que podem ser invocadas), chamadas Eikons. Elas podem “pegar emprestado” os poderes das invocações e até se transformar nelas, o que as torna estrategicamente poderosas neste jogo político de tronos.

Com este contexto, Clive foca em se tornar um guerreiro habilidoso para ser o Escudo de Joshua, protegendo o irmão dos perigos que acompanham o fardo de ser o Dominante da família. Tudo desanda, porém, quando uma reviravolta muda completamente a vida dos Rosfield. Se você sentiu uma pegada à la Game of Thrones, saiba que não é à toa e até os diretores já confirmaram a inspiração.

O início do jogo e as demos ainda estavam com localização em português brasileiro, que mostrou um bom nível de qualidade em tradução e adaptação, além de respeitar as especificidades do universo de Final Fantasy (Imagem: Square Enix/Divulgação)

Surpreendentemente, as primeiras horas do game apresentam uma cadência já acelerada, em que a trama é costurada de maneira envolvente para introduzir o jogador à história, que é cheia de casos de família, mistérios, reviravoltas e personagens complexos, além de movida por um tom trágico e sombrio.

É perceptível a pegada mais madura em Final Fantasy XVI, que é refletida em cada detalhe, desde trilha sonora ao visual dos cenários. Até mesmo os alegres Chocobos têm uma cor mais opaca, deixando de lado aquele amarelo vibrante – um simbolismo simples, mas que demonstra como FFXVI se distancia de seus antecessores em tom.

Com uma estética realista e puxada para uma paleta mais escura de cores, o jogo é uma experiência visual deslumbrante e não tive como não parar por alguns segundos em cada cenário para apreciar a vista e a riqueza em detalhes. O cuidado ainda se repete nas animações de personagens e criaturas, que apresentam movimentos naturais, principalmente durante combate.

Dose de ação em Final Fantasy

Tópico mais divisivo entre fãs, Final Fantasy XVI tem combate focado em ação em vez de turnos, que é comandado por Ryota Suzuki, conhecido por Devil May Cry V e Dragon’s Dogma. Isso somado aos trailers frenéticos deixou os jogadores (eu inclusa) com dúvidas sobre uma possível perda de identidade no meio dessa mistura. Mas, agora, posso afirmar que minhas preocupações eram em vão.

O combate de FFXVI é uma mescla equilibrada entre ataques de espada e habilidades especiais, em que esquiva, parry e timing são essenciais. O resultado é uma jogabilidade fluída e diversificada, que se torna muito viciante e divertida na prática.

As habilidades especiais estão ligadas aos Eikons, oferecendo mecânicas diferentes dependendo do summon acionado. O primeiro, por exemplo, é da Fênix e conta com ataques de fogo a longa distância e uma corrida rápida (dash) na direção de inimigos, que são extremamente úteis ao serem alternados com a espada. Esses poderes “eikonicos” aparecem no canto inferior direito da tela e são baseados em um curto período de recarga (cooldown), permitindo o jogador regular o tempo dos ataques.

Em certas partes, Clive é acompanhado de um NPC: Torgal, um simpático cachorro com comandos básicos de ataque e cura no meio de lutas, que não senti que fizeram lá muita diferença. Porém, a fofura foi muito eficaz! (Imagem: Square Enix/Divulgação)

Contrariando receios de fãs, Clive está longe de ser uma “esponja de danos” ou baseado no esquema de “macetar o botão”. Para garantir a vitória, é preciso dominar os comandos e pensar rápido no meio das lutas, sempre à procura do melhor posicionamento e de brechas para o contra-ataque. Cada inimigo exige estratégias diferentes, o que te força a entender e ler os movimentos deles. Algumas criaturas maiores, por exemplo, desferem golpes mais longos em que você precisa desviar mais de uma vez até poder contra-atacar.

Entre essas mecânicas de combate, há sistemas clássicos da franquia como atordoamento e danos elementais que se encaixam como uma luva com a ação em tempo real. No fim, a mistura apenas reforça como a série é capaz de se reinventar sem perder a essência. As lutas definitivamente gritam Final Fantasy!

Há ainda momentos de QTEs no combate, que têm consequências (tanto positivas quanto negativas) no gameplay e geram cenas grandiosas no meio da batalha (Imagem: Square Enix/Divulgação)

Há poucas opções de acessibilidade, no entanto, que são voltadas para áudio. Mas um elemento da própria jogabilidade me chamou atenção. Existem anéis especiais que dão um auxílio extra ao jogador quando equipados. Os itens são facilitadores que amenizam ou adicionam um recurso, como uma câmera lenta para facilitar a esquiva perfeita. É totalmente opcional, então, se você quer uma experiência mais desafiadora, pode simplesmente não equipá-los. Apesar de ser limitada e estar longe de ser um recurso de acessibilidade para PcD (pessoa com deficiência), é uma maneira simples de tornar a gameplay mais acessível de forma geral.

Além disso, FFXVI apresenta dois níveis de dificuldade: Modo História e Modo Ação, que se diferem por facilitadores automáticos de gameplay como esquiva automática e agressividade dos inimigos.

Nosso tempo com Final Fantasy XVI ainda contou com as lutas entre Eikons, que são tão grandiosas quanto aparentam ser – e não apenas em tamanho! Controlar um summon gera uma dinâmica completamente diferente, com uma cadência mais lenta, e você sente o peso dos ataques das criaturas. A base do gameplay muda, dando espaço para golpes visualmente deslumbrantes no meio de cenários caóticos e imensas barras de HP.

Final Fantasy XVI é o jogo da franquia que mais destaca os summons, apelidados de Eikons por aqui, uma vez que eles têm um papel importante na história (Imagem: Square Enix/Divulgação)

Final Fantasy XVI não seria Final Fantasy sem uma trilha sonora de peso. Composta pelo lendário Masayoshi Soken, cada segundo do jogo é acompanhado de uma música que amplia a sensação de grandiosidade da história. Até mesmo simples cutscenes com foco em diálogo apresentam uma faixa que estabelece um clima de inquietação e é mesclada com rearranjos do tema principal da franquia. É um detalhe minúsculo, mas genial, que me deixou empolgada até no meio de um papo político entre personagens.

E as outras demos?

Para a minha surpresa, a demo de combate me deu um bom trabalho e colocou Clive para suar. Com habilidades de três Eikons diferentes, a demonstração era ambientada em um castelo escuro com inimigos variados que terminou com uma luta contra Benedikta, personagem que terá um papel importante na trama.

O momento, somado às mecânicas disponíveis, mostraram como a jogabilidade oferece muitas possibilidades e amplia ao avançar na história – e como as lutas contra chefes são muito desafiadoras. Benedikta é uma adversária rápida e com habilidades de Eikon, então dá para imaginar que enfrentá-la não é uma tarefa fácil.

A área aberta deu uma noção do que podemos esperar da exploração na versão final do jogo (Imagem: Square Enix/Divulgação)

Já a demo de exploração ofereceu apenas o vislumbre de uma área aberta de Valisthea, com muita vegetação e criaturas hostis. Tive a impressão imediata de que a região parecia ter saído de Final Fantasy VII Remake, apresentando uma estrutura de mundo semiaberto com limitações, poucas side quests, baús escondidos e inimigos esporádicos (que podem ser evitados). Apenas senti a falta de mais afazeres únicos no local, mas tudo estava visualmente chamativo e fiquei até surpresa em ver uma área tão verde e viva após tantos toques sombrios no início do game – o que mostra como podemos esperar por diversidade de cenários.

Tão grandioso quanto um Eikon

Tudo realmente é grandioso em Final Fantasy XVI. A história é cheia de nuances e mistérios, a jogabilidade não tem medo de se arriscar e há muitos personagens complexos. Além do visual e da trilha sonora apresentarem uma pegada medieval e épica.

Minhas cinco horas pareceram minutos, me deixando completamente envolvida no que estava na tela — e sem querer entregar o controle após meu tempo esgotar. Ainda fica o aviso para não se deixar enganar: apesar de já termos vários trailers e informações, há muito ainda que está sendo mantido em segredo sobre o game, principalmente na trama.

Há muito potencial para FFXVI ser um dos jogos de Final Fantasy mais épicos que já vimos e, ouso dizer, até de todo o currículo da Square Enix. Será que falta muito para junho?


Final Fantasy XVI está previsto para ser lançado no dia 22 de junho e será exclusivo temporário de PlayStation 5 por seis meses.

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