Maior premiação do cinema, o Oscar celebra anualmente as grandes produções da sétima arte, e sempre dá pano para discussão, desde a celebração dos filmes favoritos do público até as celeumas com esnobados e zebras. E, pros cinéfilos brasileiros, não podia ser diferente. Especialmente em 2025, quando Ainda Estou Aqui e Fernanda Torres levaram o país de volta à cerimônia.
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Porém, muito antes de Walter Salles adaptar o livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o cinema nacional teve sua cota de projetos importantes reconhecidos pela Academia — embora, tecnicamente, a única vitória de uma produção nacional não tenha vindo para os nossos produtores (já já explicamos). Abaixo, reunimos 12 principais indicações brasileiras ao Oscar, de canções, animações e dramas até o reconhecimento maior de uma diva das nossas telonas:
1- Ary Barroso - “Rio de Janeiro” (Melhor Canção Original)
A das indicações brasileiras ao Oscar veio em 1945, com o tema do maestro Ary Barroso para o longa Brazil (1944). Embora a produção seja tocada por produtores dos EUA (com o mexicano Tito Guizár no papel de brasileiro. Vai entender), o mérito da canção é do o mineiro Barroso, compositor do tema. O longa foi parte da estratégia de aproximação cultural dos EUA com os países latino-americanos, que rendeu ainda a criação do Zé Carioca, da Disney.
- Onde assistir: Não disponível em streaming
2- O Pagador de Promessas (Melhor Filme Internacional)

Clássico absoluto do cinema, O Pagador de Promessas (1962) foi a primeira indicação genuinamente brasileira ao prêmio. O longa de Anselmo Duarte disputou a edição de 1963 como Melhor Filme Estrangeiro, categoria chamada atualmente de Melhor Filme Internacional. A trama segue a jornada de Zé do Burro (Leonardo Villar) enfrentando sol, chuva e o preconceito religioso ao carregar uma cruz de madeira como promessa pela saúde de seu animal. O longa não venceu o Oscar, mas é até hoje a única produção brasileira a levar a Palma de Ouro, premiação máxima do prestigiado Festival de Cannes.
- Onde assistir: Globoplay
3- O Beijo da Mulher-Aranha (Melhor Filme, Melhor Direção)

Longa do argentino naturalizado no Brasil Hector Babenco, O Beijo da Mulher-Aranha (1985) disputou o prêmio máximo da cerimônia em 1986. Embora seja uma coprodução nacional com os Estados Unidos, o longa é digno de estar nesta lista tanto por Babenco, que levou uma indicação a Melhor Direção, quanto pelo elenco com nomes nacionais, como Sônia Braga, Milton Gonçalves e Nuno Leal Maia, e pela própria trama, que aborda a relação entre dois homens presos no período da ditadura militar brasileira.
- Onde assistir: Globoplay
4- O Quatrilho (Melhor Filme Internacional)

O Brasil começou uma impressionante onda de indicações em 1996, com O Quatrilho. O filme de Fábio Barreto tem Glória Pires, Patrícia Pillar, Bruno Campos e Alexandre Paternost como dois casais que vivem em uma comunidade rural nos anos 1910. A tranquilidade é abalada quando dois dos amantes se apaixonam um pelo parceiro do outro.
- Onde assistir: Globoplay
5- O Que é Isso, Companheiro? (Melhor Filme Internacional)
Dois anos depois, em 1998, o país voltou aos holofotes da Academia com O Que é Isso, Companheiro?, drama de ação que explora o sequestro de um diplomata norte-americano pela guerrilha armada contra a ditadura. A trama tensa tem nossos queridos Fernanda Torres, Selton Mello e mais, no que é até hoje um dos retratos mais contundentes sobre o período militar.
- Onde assistir: Gratuitamente no YouTube (vídeo acima) e disponível nos streamings Globoplay, Prime Video e MUBI
6- Central do Brasil (Melhor Filme Internacional) / Fernanda Montenegro (Melhor Atriz)

Sim, nerd. Essa ferida ainda dói, mas é necessária. Dama do teatro, da TV e do cinema, Fernanda Montenegro fez história como a primeira atriz brasileira a concorrer à categoria máxima de atuação no Oscar, em 1999. A comovente história de Dora em Central do Brasil conquistou também uma indicação como Filme Internacional. Montenegro perdeu o prêmio para Gwyneth Paltrow, por Shakespeare Apaixonado.
- Onde assistir: Netflix e Globoplay
7- Uma História de Futebol (Melhor Curta em Live-Action)
Em 2001, o Brasil fez sua estreia na categoria de curtas, com o filme de Paulo Machline. O curta traz passagens da infância do rei Pelé, narrada por um amigo.
- Onde assistir: disponível gratuitamente no Vimeo do cineasta
8- Cidade de Deus (Melhor Direção, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição, Melhor Fotografia)

Embora tenha ficado de fora da disputa de Melhor Filme Internacional em 2003, o sucesso de Cidade de Deus em exibições pelo mundo trouxe a devida atenção no Oscar de 2004, no qual a produção disputou quatro categorias. O longa de Fernando Meirelles e Kátia Lund é um dos mais bem avaliados do nosso cinema, retratando o cotidiano de personagens da favela que dá nome ao filme, como Buscapé (Alexandre Rodrigues) e Zé Pequeno (Leandro Firmino).
- Onde assistir: Netflix, Max e Globoplay
9- Carlinhos Brown e Sérgio Mendes - “Real in Rio” (Melhor Canção Original)
A música popular brasileira foi reconhecida novamente em 2012, com o tema da animação Rio. A canção uniu dois mestres dos ritmos brazucas, mas o gingado não foi páreo para “Man or Muppet”, tema de Os Muppets.
- O filme Rio está disponível no Disney+
10- O Menino e o Mundo (Melhor Animação)

O país estreou na categoria de animações com a produção do paulista Alê Abreu. O Menino e o Mundoconcorreu na edição de 2016 do prêmio, com trama lúdica seguindo a história de um garoto que desbrava o mundo ao seu redor quando parte em busca dos sonhos. Ele logo perceberá que a sociedade pode não ser tão boa quanto imagina.
- Onde assistir: Globoplay
11- Democracia em Vertigem (Melhor Documentário)

Em 2020, veio a indicação a Melhor Documentário com Democracia em Vertigem, filme de Petra Costa. A produção retrata os bastidores do processo político que levou ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, em 2016.
- Onde assistir: Netflix
12- Ainda Estou Aqui (Melhor Filme e Melhor Filme Internacional) / Fernanda Torres (Melhor Atriz)

As mais recentes indicações brasileiras ao Oscar vieram em 2025, com Ainda Estou Aqui. O filme conta a história do desaparecimento do deputado Rubens Paiva (Selton Mello) durante a ditadura e a consequente luta da esposa, Eunice, em busca de respostas enquanto precisa cuidar da família. A produção foi indicada a Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e a Melhor Atriz com Fernanda Torres, e levou a estatueta inédita de Filme Internacional, para a felicidade geral da nação!
- Onde assistir: Cinema
Quais filmes brasileiros ganharam o Oscar?

Você viu que o Brasil sempre bateu na trave em todas as tentativas, mas há, sim, uma produção com tempero brasileiro com um Oscar na prateleira. Trata-se de Orfeu Negro (1959), vencedor da estatueta de Melhor Filme Internacional em 1960. O longa adapta o mito grego de Orfeu e Eurídice sob o contexto do carnaval brasileiro. Embora seja situado no Brasil, com atores brasileiros e falado em português, o longa disputou a cerimônia representando a França, que levou a estatueta. Como dizem nossos colegas do outro lado do oceano: "c’est comme ça…" ("É assim…")
- O filme está disponível para streaming na Oldflix
Além de Orfeu, o grande orgulho do cinema nacional é Ainda Estou Aqui, que trouxe para casa a estatueta inédita de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025! O longa desbancou uma concorrência pesada, com filmes como Emilia Pérez, A Semente do Fruto Sagrado e mais, confirmando o Brasil como uma potência cinematográfica a nível mundial!
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Matéria publicada originalmente em 17 de fevereiro de 2023 e atualizada em 02 de março de 2025