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Diretor é acusado de desviar quantia milionária de série da Netflix gravada no Brasil
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Diretor é acusado de desviar quantia milionária de série da Netflix gravada no Brasil

Carl Erik Rinsch, de 47 Ronin, era responsável pela produção de Conquest, mas projeto pode nunca chegar às telas do Tudum

Saori Almeida
Saori Almeida
24.nov.23 às 13h01
Atualizado há mais de 1 ano
Diretor é acusado de desviar quantia milionária de série da Netflix gravada no Brasil
Rotten Tomatoes Coming Soon/YouTube/Reprodução

Conquest é uma série de ficção científica da Netflix que, provavelmente, nunca verá a luz do dia. De acordo com publicação recente do The New York Times, o diretor Carl Erik Rinsch (47 Ronin) é acusado de usar a produção para desviar uma quantia milionária de dinheiro.

Em 2018, Conquest era um dos projetos disponíveis em um leilão competitivo, que teve a participação de streamings como Amazon, HBO, Hulu, YouTube e Netflix. A plataforma do Tudum acabou ganhando a disputa, prometendo investir cerca de US$ 61,2 milhões na série e dando liberdade tanto criativa quanto orçamentária quase total a Rinsch (o que não era comum).

De acordo com "elenco e equipe do programa, mensagens e e-mails revisados ​​pelo The New York Times", o comportamento do diretor se tornou estranho após a assinatura do contrato. Ele teria apostado parte do dinheiro da Netflix no mercado de ações e em criptomoedas.

Em 2020, o streaming vermelho já teria entregue aproximadamente US$ 44,3 milhões ao diretor, e mais US$ 11 milhões foram adicionados à conta após demanda de Rinsch. No entanto, várias metas de produção não haviam sido cumpridas, e atualizações concretas sobre uma primeira temporada não foram recebidas.

Segundo cópias de extratos bancários e de corretagem, incluídos num processo de divórcio movido pela ex-esposa de Rish, US$ 10,5 milhões, que eram a maior parte das última quantia citada acima, foram transferidos para a conta pessoal do cineasta e usados em apostas no mercado de ações. O resultado disso foi cerca de US$ 6 milhões perdidos em algumas semanas.

O resto dos US$ 11 milhões foram investidos na criptomoeda Dogecoin. Nesse caso, após a liquidação dos tokens virtuais em um bom momento, Rinsch teria acumulado quase US$ 27 milhões.

Parte desse valor (cerca de US$ 8,5 milhões) teria sido usado na compra de seis carros, um relógio, diversas mobílias e roupas de luxo. Quando questionado durante processo legal, de acordo com os documentos analisados pelo The New York Times, o diretor afirmou que tudo seria usado na produção de Conquest e que o dinheiro era "contratualmente" dele.

Prejuízo digno de ficção-científica

Em março de 2021, a Netflix decidiu parar de financiar Conquest. De acordo com Rochelle Gerson, executiva da plataforma, o projeto poderia ser comprado por outro streaming, mas tal empresa teria que reembolsar os valores investidos pelo Tudum.

Nenhum episódio da série foi finalizado ou entregue até hoje, e relatos sobre as gravações incluem trabalho excessivo e negligência com a saúde de artistas. Filmagens aconteceram em São Paulo, Uruguai e Budapeste. Na época, reclamações sobre maus-tratos à equipe contratada, como xingamentos, gritos e perturbação, vieram à tona, inclusive no Brasil: Relembre:

Curiosamente, a matéria original do The New York Times ainda aponta que os "comportamentos estranhos" de Rinsch iam além da produção da série. De acordo com os documentos analisados, o diretor, ao longo dos anos, alegou ter descoberto o "mecanismo secreto de transmissão da COVID-19", ser capaz de prever a queda de raios e erupções vulcânicas.

Segundo a matéria, o cineasta já havia comentado que era diagnosticado com autismo e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, tomando medicamentos para ambos. Mesmo que possa não estar relacionado ao caso, vale ressaltar que o uso abusivo de certos medicamentos para tais quadros pode resultar em quadros de mania, delírio e até psicose.

Na trama de Conquest, uma espécie de seres artificiais seria criada para se misturar com a humanidade e intervir em conflitos pelo planeta. No entanto, tal plano seria descoberto, e um problema de escala mundial iniciado.

O caso está em estágio de mediação confidencial no sistema judicial norte-americano. Carl Erik Rinsch processou o streaming do Tudum, alegando violação de contrato e que pelo menos outros US$ 14 milhões lhe eram devidos por danos.

A Netflix negou tais acusações e afirma que a entrega de valores dependia de metas de produção. Uma audiência judicial foi realizada este mês (novembro de 2023), e uma decisão é esperada no futuro.

Por fim, uma curiosidade é que a série teve investimento inicial até de Keanu Reeves, que protagonizou 47 Ronin e era amigo de Rinsch, antes da compra do projeto pela Netflix.

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Fonte: The New York Times

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