Dez anos após seu último lançamento, a franquia Dead Space retorna com um remake do primeiro jogo, que saiu originalmente em 2008. Não se trata apenas de uma remasterização da obra da Visceral Games, mas um projeto refeito do zero. Sendo assim, como as duas versões se comparam?
- Dead Space é a modernização de um clássico atemporal | Review
- Remake de Dead Space tem final secreto; saiba o que acontece
O novo game é tocado pela EA Motive Studios (Star Wars Squadrons), que reproduz muito da essência, trama e progressão do original, modernizando o design das missões e também da narrativa.
O resultado é algo que é 80% similar ao clássico, com esses 20% de novidades para refinar a experiência para sensibilidades modernas e expandir o universo da saga. De certa forma, é até possível comparar o remake com o mesmo tratamento que o primeiro título da franquia Resident Evil recebeu, mas que não é uma reinvenção como aconteceu com Resident Evil 2 e 3.
Reunimos abaixo as principais diferenças entre o remake de Dead Space e o game original!
1 - Uma nova USG Ishimura

Há sim um certo nível de exploração no Dead Space original, que era um pouco acima do comum para jogos de ação da época. Hoje em dia, porém, o game pode soar “reto” demais, portanto o novo título expande o mapa e as possibilidades de navegação por ele.
Na versão mais recente, a Ishimura se parece ainda mais com um espaço real, no sentido que suas várias áreas são interconectadas de forma lógica. Sendo assim, é possível se afastar dos objetivos principais para cutucar todos os cantos da nave, coletar itens, ou tomar sustos.
Há ainda algumas missões secundárias para aprofundar o conhecimento do que realmente aconteceu no lugar. Mas não vá pensando que Dead Space virou um “The Witcher da vida”: ao total, há apenas três missões paralelas para resolver, e concluí-las só adiciona algumas linhas de diálogo durante outros trechos da quest principal.
Vale lembrar que não há exatamente uma abordagem melhor ou pior, e também não é uma mudança drástica reconfigurar todas as mecânicas ao redor do mapa mais aberto.
2 - A voz (e o rosto) do protagonista

Para garantir uma trama um pouco mais aprofundada, ao invés de ter apenas um protagonista quieto que segue ordens, o remake enfim dá voz ao engenheiro - mas não uma nova, exatamente. Gunnar Wright, que interpretou Isaac Clarke nos jogos anteriores, retorna ao papel no remake do único capítulo em que ainda não havia atuado.
Pelo fato de Isaac Clarke ter a mesma voz que tinha antes, os fãs não reclamaram tanto, mas uma mudança se provou polêmica: o novo rosto do personagem. Ao invés de seguir o mesmo visual da trilogia clássica, o remake usa também a aparência de Gunnar Wright para o personagem, e muita gente não foi com a cara dele - literalmente.
3 - Jogabilidade e visuais afinados

A nova versão é, obviamente, muito mais bonita ao se aproveitar de técnicas e resoluções modernas, refinando o que já era ótimo. Os controles seguem a mesma lógica. Não há uma diferença drástica na jogabilidade, mas agora é um pouco mais fluida, com o protagonista se movimentando mais rápido.
Nesse quesito, a diferença mais significativa acontece nos trechos de Gravidade Zero. No original, as seções espaciais limitavam Isaac Clarke a ficar fixado em alguma superfície com suas botas magnéticas. Agora, ele consegue também usar propulsores para se mover livremente pelo vácuo.
Não é exatamente uma novidade, já que a mecânica foi introduzida em Dead Space 2 (2011), mas pelo menos torna o primeiro capítulo mais consistente com o resto da trilogia.
4 - Narrativa melhor e maior

O original é repleto de momentos cinematográficos mas, no geral, consiste em Isaac Clarke - que não fala - ouvindo ordens e navegando pela USG Ishimura em busca de resolver problemas. Na versão mais recente, o personagem discute abordagens e dá ideias de como solucionar os vários problemas que surgem pelo caminho, batendo boca com seus colegas e cultistas inimigos.
Além disso, com a maior liberdade da nova USG Ishimura, há também um universo mais rico para ser explorado em missões secundárias e relatos de texto, áudios e hologramas. Pode parecer só encheção de linguiça, o tipo de tarefa chata que você faz para conseguir um troféu, mas essa é a principal diferença entre os títulos.
Tanto as missões secundárias, quanto os colecionáveis expandem o escopo da tragédia na nave. É possível encontrar chamadas de socorro, em que membros da tripulação pedem ajuda da segurança para conter algum tipo de loucura, e ainda encontrar os cenários onde esses eventos se passaram.
A jogabilidade e a atmosfera de ambos os jogos são muito parecidas, mas a melhora na narrativa é o que justifica uma nova versão do primeiro Dead Space, uma adição ótima tanto para os novatos, quanto para os veteranos que não querem ver mais do mesmo.
O novo Dead Space está disponível para Xbox Series X | S, PC e PlayStation 5, enquanto a versão antiga ainda pode ser jogada no Xbox 360 (ou sistemas mais novos via retrocompatibilidade), PlayStation 3 e no computador.