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DC Comics lança comunicado sobre bissexualidade do Robin: “o ícone LGBT+ que sempre foi”
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DC Comics lança comunicado sobre bissexualidade do Robin: “o ícone LGBT+ que sempre foi”

Quadrinho que confirma sexualidade de Tim Drake foi publicado na última semana

Gabriel Avila
Gabriel Avila
11.ago.21 às 17h23
Atualizado há mais de 3 anos
DC Comics lança comunicado sobre bissexualidade do Robin: “o ícone LGBT+ que sempre foi”

A DC Comics divulgou um comunicado sobre a revelação de que Tim Drake, o terceiro Robin das HQs, é bissexual.

A revelação foi feita na última semana com a publicação da sexta edição de Batman: Urban Legends. Nas páginas da revista, o herói aceita sair em um encontro com seu velho amigo Bernard Dowd.

Em um texto publicado em seu site oficial, a editora relembra a dificuldade em retratar personagens homossexuais nos quadrinhos graças a um infeliz histórico de “pais desinformados e figuras de autoridade acusar [as HQs] de serem uma ferramenta para corromper a juventude”.

Indiretamente, o texto cita a polêmica causada por Sedução do Inocente, livro de 1954 que, entre outras coisas, acusou Batman e Robin de viver uma relação homossexual. O pânico foi tanto que criou-se um código de censura das HQs que colocava regras rígidas nas histórias. A DC por sua vez chegou a dar namoradas para a dupla apenas para acalmar a repercussão da publicação:

“A codificação queer nas HQs, a ideia de expressar seu verdadeiro eu através de uma fantasia colorida que esconde sua identidade do mundo, já foi considerada muito escandalosa por uma nação amplamente homofóbica. Enquanto jovens LGBT+ estavam encontrando um pedaço de si mesmos em personagens como Robin, juízes, psicólogos e até as próprias editoras, alarmadas por uma cultura que se volta contra elas, fizeram de tudo para censurar temas queer das HQs por décadas. E apesar desses temas terem sido sufocados, as especulações sobre a sexualidade do Robin nunca parou.”

O texto afirma que a figura do Robin sempre permitiu leituras queer, independente dos heróis aparecerem com namoradas nas edições. Isso porque é natural que o público encontre no Menino Prodígio um representante no universo de Gotham:

“Mas isso não deveria ser surpresa. De volta aos anos 1940, Robin foi criado com a intenção de ser um substituto do leitor — um personagem que o público poderia se projetar, combatendo o crime nos telhados por baixo das enigmáticas asas do Batman. Há Robins femininas, negros, ricos, pobres. Por que um leitor LGBT+, especialmente um abertamente ostracizado pela própria cultura dos quadrinhos por tantas décadas, deveria se sentir menos digno da mesma relação de representação?”

Por conta desse retrospecto, a editora celebra o fato de Tim Drake ser oficialmente bissexual nos quadrinhos. O texto chega a citar Kate Kane, Batwoman cuja origem nas HQs serviu como crítica à lei que proibia homossexuais assumidos no exército dos EUA na vida real:

“É um momento sobre o qual continuaremos falando e celebrando por anos. O momento em que os fãs LGBT+ foram — não por meio de subtextos ou da leitura de “ponto de vista” — mas abertamente e textualmente apoiados pela primeira vez desde que Kate Kane foi expulsa do exército. O momento em que um Robin, que poderia ser qualquer Robin, mas particularmente um Robin com história, legado e décadas de leituras com codificação queer em seu cinto de utilidades, recebeu a permissão de ser o ícone queer que sempre foi.”

A HQ Batman: Urban Legends não tem data para ser publicada no Brasil. Os quadrinhos da DC chegam ao país pela Panini.

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