Não falta muito para voltarmos a Bright Falls com Alan Wake II, a sequência direta do jogo de 2010, que promete um retorno, no mínimo, cheio de mistérios.
O jogo foi um dos destaques da conferência da Summer Game Fest na última quinta-feira (8) e, com o NerdBunker presente na feira do evento, tivemos a oportunidade de conferir uma apresentação a portas fechadas da Remedy Entertainment, que foi guiada por Vida Starčević, gerente de comunidade do estúdio. E, olha… como gostamos do que vimos!
Horror e muita identidade
A sessão de Alan Wake II foi um hands off – ou seja, um trecho de gameplay jogado por outra pessoa – de uma parte inicial do game, em que a coprotagonista Saga era jogável. A personagem é uma agente do FBI que está investigando um caso envolvendo elementos e criaturas sobrenaturais em Bright Falls, além de estar sendo afetada por visões esquisitas ligadas ao famoso escritor Alan Wake.
Com uma cadência relativamente lenta, o trecho mostrava Saga no meio de uma investigação em um local com muita floresta fechada. Assim, logo de cara, o cuidado com a ambientação para estabelecer uma atmosfera tensa e sufocante – o que também foi intensificado pela ausência de trilha sonora, que priorizava os sons ambientes – era perceptível. Starčević alertou que o que vimos ainda precisava de polimento, uma vez que o jogo está em desenvolvimento pesado e quase em fase beta, mas tudo já estava visualmente impressionante, com cores vivas e contrastantes, bons jogos de iluminação e detalhes minuciosos nos cenários.
Algo que chamou a atenção foi uma área que serviu como palco para uma luta contra um mini chefe. Em vez de um local aberto, o jogador estava em uma área com vários corredores estreitos que formavam quase um labirinto, então era fácil perder o inimigo de vista, o que intensificava a sensação de tensão do momento. Era preciso se guiar pelo som e ficar atento aos arredores, algo que enriqueceu a sequência de maneira inteligente.

A investigação de Saga, de alguma maneira, envolve Alan Wake, então a personagem encontrou várias páginas de livros durante a demo, em que ela estava dentro de uma história do escritor. Para analisar as pistas e consultar o que foi descoberto até então, é possível acessar um local chamado “Mind Place”, que existe apenas na cabeça de Saga e oferece vários recursos como um quadro investigativo e uma mesa para comparar ou juntar documentos e fotos. Tudo lá, no entanto, é apenas uma representação gráfica do progresso da história, então é feito de forma automática e não algo que o jogador possa controlar.
A jogabilidade (além da história) mantém o foco em elementos de luz e escuridão do primeiro jogo, o que faz com que o uso de lanterna como uma “arma” retorne aqui. Mas, de forma geral, há uma forte pegada de survival horror, o que adiciona gerenciamento de munição, slots de inventário e puzzles de ambiente aos elementos que os fãs já conhecem. O confronto com inimigos transmite a mesma sensação do primeiro Alan Wake: poucos inimigos, traços maiores de terror e combate baseado em pistola e lanterna.
A mistura toda ainda passa a sensação de um projeto com identidade única, graças à forte identidade da Remedy que está presente por todo lado, sendo um survival horror com foco investigativo pesado.

Starčević esclareceu que o jogo terá apenas uma campanha com dois personagens jogáveis, Saga e Alan Wake, em que será possível alternar entre os dois a partir de certo ponto da história. A jogabilidade de cada um será diferente, mas mantendo a mesma mecânica de lanterna – no entanto, mais informações sobre gameplay serão reveladas apenas no futuro.
Outro detalhe divertido é que as garrafas térmicas azuis de café do primeiro jogo foram transformadas em checkpoints, em que o jogador salva o progresso e alternar entre os personagens.
O finalzinho da demo ainda deixou um grande mistério no ar, uma vez que Saga encontra Alan Wake que está desacordado em uma praia vazia. Ele acorda se sentindo confuso, e a agente explica que o escritor está desaparecido há 13 anos – exatamente o mesmo tempo de distância entre o primeiro Alan Wake e Alan Wake II, o que dá a entender que é uma sequência voltada para quem jogou o anterior.
Projeto mais ambicioso da Remedy?
Alan Wake II é o primeiro survival horror da Remedy e, em poucos minutos, era impossível não pensar em como é uma abordagem bem única ao gênero, uma vez que carrega uma forte identidade do estúdio: cenários bem pensados, atmosfera misteriosa, cadência lenta e, é claro, muitos mistérios e elementos paranormais.
Entre as inspirações do projeto, Starčević ainda confirmou que Resident Evil, a série Twin Peaks e o filme Hereditário são as principais obras que inspiraram os desenvolvedores, então já é possível ter uma ideia do que vem aí.
A apresentação durou cerca de 45 minutos e, ao sair de lá, apenas pensei em como eu gostaria que outubro estivesse mais perto. Tudo o que vi por lá mostrou que definitivamente existe potencial para o jogo se destacar e ser um dos melhores em um ano tão forte quanto 2023 está sendo para os videogames.
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