Alan Moore está oficialmente se aposentando dos quadrinhos. O autor não tem lançado projetos nos últimos anos e pretende continuar assim.
De acordo com sua entrevista para o The Guardian, Moore não se envolve com quadrinhos que deem continuidade em sua carreira há cinco anos. Ele acrescenta que tem gostado da ficção em prosa "há muito tempo".
"Eu sempre amarei e adorarei o meio dos quadrinhos, mas a indústria e todas as coisas ligadas à ela se tornaram insuportáveis.”

Outro ponto de destaque é a opinião de Moore em relação à forte presença de quadrinhos de super-heróis na cultura pop. Ele aparentemente não gosta de como o segmento se enraizou, mas admite ter parte da culpa por isso. Em suas palavras:
“Centenas de milhares de adultos fazem fila para ver personagens e situações que foram criadas para entreter os meninos de 12 anos – e eram sempre meninos – de 50 anos atrás. Eu realmente não achava que super-heróis fossem coisas para adultos. Acho que isso foi um mal-entendido nascido do que aconteceu na década de 1980 - ao que devo me atribuir uma parte considerável da culpa, embora não intencional - quando coisas como Watchmen apareceram pela primeira vez. [...] Eu disse por volta de 2011 que achava que teriam implicações sérias e preocupantes para o futuro se milhões de adultos fizessem fila para ver os filmes do Batman. Porque esse tipo de infantilização – esse desejo por tempos mais simples, realidades mais simples – muitas vezes pode ser um precursor do fascismo."
Alan Moore estreou no mundo das HQ's em 1978 através de revistas alternativas. Títulos que marcaram sua carreira incluem Monstro do Pântano, V de Vingança, Watchmen e A Liga Extraordinária.
- Filha de Alan Moore diz que pai saiu da indústria por problemas com pagamentos a criadores
- Alan Moore, criador de Watchmen, diz que filmes de herói arruinaram o cinema e a cultura
Sua primeira coleção de contos, intitulada Illuminations, tem lançamento previsto para amanhã, 11 de outubro.