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The Last of Us: 2ª temporada é menos corajosa, mas tão intensa quanto o game | Crítica
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The Last of Us: 2ª temporada é menos corajosa, mas tão intensa quanto o game | Crítica

Nova leva de episódios traz ajustes pequenos e menos mudanças que 1ª temporada

Jessica Pinheiro
Jessica Pinheiro
09.abr.25 às 16h44
Atualizado há 6 dias
The Last of Us: 2ª temporada é menos corajosa, mas tão intensa quanto o game | Crítica
(HBO/Divulgação)

Adaptar um jogo que originalmente traz uma narrativa contada de maneira mais cinematográfica pode parecer uma tarefa fácil, mas isso se complica quando falamos de The Last of Us. A primeira temporada da adaptação produzida pela HBO contou os eventos do primeiro game desenvolvido pelo estúdio Naughty Dog de uma maneira que, pessoalmente, achei brilhante.

Na primeira temporada, Craig Mazin e Neil Druckmann (ambos showrunners, diretores e roteiristas) conseguiram estender e complementar o rico universo e a mitologia de The Last of Us por meio de lacunas que o primeiro jogo havia deixado, ao mesmo tempo em que alteraram eventos pontuais para fazer da série uma verdadeira adaptação, e não uma reprodução do material original — ao menos não na maior parte do tempo.

A segunda temporada, por sua vez, também possui momentos assim, mas em menor escala e com pequenos ajustes em eventos ainda mais específicos. Isso quer dizer que The Last of Us: Parte II é mais completa em relação ao jogo original e, por isso, a HBO não precisou mexer em nada ao adaptá-lo como série de TV? Não, longe disso. Na realidade, a 2ª temporada de The Last of Us é apenas extremamente fiel ao segundo jogo da franquia desenvolvida pela Naughty Dog — mostrando até mesmo cenas que parecem diretamente retiradas do game.

The Last of Us: 2ª temporada é menos corajosa, mas tão intensa quanto o game | Crítica Ninguém está pronto pra atuação de Pedro Pascal como Joel nessa temporada de TLOU (HBO/Reprodução)

Só que, para mim, isso tornou a experiência um pouco decepcionante, já que esperava ver um aprofundamento maior em eventos e personagens para além de Joel (aqui, interpretado mais uma vez por Pedro Pascal) e Ellie (novamente vivida por Bella Ramsey); ou ainda, mais conceitos descartados e trechos cortados da versão final do game ganhando vida na 2ª temporada da série.

De forma resumida, achei a 2ª temporada menos corajosa do que a primeira. E obviamente esse desapontamento reflete as minhas expectativas e a minha realidade, mas para quem nunca jogou nenhum dos games, a experiência pode ser mais positiva, visto que Mazin e Druckmann trocaram alguns acontecimentos de ordem, e reposicionaram personagens em momentos importantes; não apenas para nos dar uma perspectiva levemente diferente dos fatos, mas principalmente para deixar o desenrolar da história com mais cara de série de TV, e não com o formato instável e, por vezes confuso, da narrativa no jogo.

Por outro lado, as atuações de Pascal e Ramsey novamente carregam a série. Elas são extremamente comoventes e impactantes, e há até mesmo um acontecimento em específico que me deixou mais abatida na série do que no jogo. Kaitlyn Dever também entrega uma versão especial de Abby, tão confiante e detestável quanto a sua contraparte 3D dos games, enquanto Isabela Merced rouba a cena todas as vezes que aparece como a apaixonante Dina.

Isabela Merced e Bella Ramsey encenam a memorável dança de Dina e Ellie (HBO/Reprodução)

Young Mazino e Gabriel Luna, que interpretam Jesse e Tommy, respectivamente, também se destacam, mas os diálogos, a química, as interações e a sinergia brilham mesmo quando os holofotes estão sobre os quatro citados acima — o que faz sentido, já que Joel, Ellie, Abby e Dina são os personagens centrais da primeira metade do segundo game.

Falando em metade, a história da segunda temporada se passa cinco anos após o fim da primeira. Joel e Ellie agora vivem no condado de Jackson, em Wyoming, mas a relação entre eles parece ter mudado com o passar do tempo. Depois de uma tragédia de proporções inigualáveis atingir a região onde eles moram, inicia-se uma busca implacável por “justiça”.

A 2ª temporada de The Last of Us também utiliza os mesmos conceitos complexos do segundo game para construir seus pilares — justiça, obsessão, convicção, propósito, legado, família, etc. —, apresentando e trabalhando estas temáticas extremamente bem ao longo de seus sete episódios.

The Last of Us: 2ª temporada é menos corajosa, mas tão intensa quanto o game | Crítica Kaitlyn Dever entrega uma Abby especial na 2ª temporada (HBO/Reprodução)

Entretanto, por mais que tenha sido executada de maneira excelente, uma parte de mim ainda queria que Mazin e Druckmann tivessem ousado mais, talvez escolhendo um ponto de vista  levemente diferente para guiar alguns de seus sete episódios. A escolha para o desfecho certamente vai causar entre a comunidade de fãs de The Last of Us, mais uma vez — e aqui, eu facilmente trocaria a polêmica pela coragem de ser um pouco diferente.

De toda forma, tudo que disse de nenhuma maneira invalida a 2ª temporada de The Last of Us. Com as alterações na ordem de eventos e o reposicionamento de personagens, o ritmo se tornou muito mais dinâmico, e a experiência audiovisual como um todo é fascinante: seja nos visuais, fotografia, atuações, trilha sonora ou qualquer outro aspecto, a série da HBO continua se destacando como uma das obras mais bem feitas da atualidade.

A segunda temporada de The Last of Us estreia no serviço de streaming Max em 13 de abril e os episódios serão exibidos semanalmente aos domingos na plataforma, sempre às 22h (horário de Brasília). A crítica do NerdBunker foi feita por meio de um acesso antecipado aos sete episódios, cedido pela HBO. Siga de olho e aproveite para entrar em nosso grupo do Telegram e mais - acesse e confira.

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