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Irmão do Jorel | Conversamos com Juliano Enrico, criador da série
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Irmão do Jorel | Conversamos com Juliano Enrico, criador da série

Um papo sobre criação, pôr a mão na massa e realização

Pedro Duarte
Pedro Duarte
28.jul.17 às 11h23
Atualizado há quase 8 anos
Irmão do Jorel | Conversamos com Juliano Enrico, criador da série

O Irmão do Jorel foi a primeira animação do Cartoon Network feita na América Latina. Com humor ácido, personagens e situações loucas, é um desenho para todas as idades, que não subestima a inteligência das crianças e se torna algo bacana também para os mais velhos.

Conversei por telefone com Juliano Enrico, criador e diretor da série, sobre suas influências, o processo de criação e as etapas do trabalho do diretor! Confira abaixo:

Jovem Nerd News: Você sempre fala que a inspiração para o Irmão do Jorel veio de elementos da sua vida, fotos de família, vídeos, mas que não é exatamente a sua história... O que é que tem de real no desenho?

Juliano Enrico: Tudo é um pouco real, quando não é uma coisa da minha história, da minha vida, é a história do ator que faz a voz, ou de um dos roteiristas — porque a sala de roteiro é bem ampla, desenvolvo o roteiro com uma equipe bem grande. Todos os roteiros eu assino a redação final com o Daniel Furlan, então muita história vem do Daniel também. A gente tá na origem e no encerramento das histórias. Alguns lugares são reais, alguns objetos de cenas são reais...

JNN: Não é exatamente tudo seu, de você, mas tudo é real de algum jeito porque veio da história de alguém que faz parte do projeto...

JE: A maioria veio do meu passado, muitos personagens... Eu me baseei em minha experiência de vida, em fotos da família, porque minha família é de acumuladores, então foto é só uma das coisas que eles acumularam, então existe um tesouro ali: muitas coisas, roupas engraçadas, cada membro da minha família teve um visual bem caricato em alguma fase da vida... Tem até hoje.

Juliano - Cartoon

JNN: Você falou sobre roteiro e recentemente o Irmão do Jorel ganhou o prêmio de melhor roteiro infantil/infantojuveil da Associação Brasileira de Autores Roteiristas (ABRA). É uma lista enorme de roteiristas, muitos nomes, de diferentes cidades. Como é o processo, a divisão desse trabalho?

JE: Não são todos aqueles nomes que fazem todos os episódios, tem roteirista que trabalha em um episódio só, tem roteirista que é mais fixo, que tem mais episódios pra fazer. Não é todo mundo que trabalha ao mesmo tempo. Eu e Daniel, a gente tá sempre ali, criando as sinopses, conduzindo as reuniões e fechando a redação. Cada momento é uma escalação diferente. O roteiro é feito pelo núcleo criativo da TV Quase e a gente tem colaboradores, às vezes a gente chama nomes novos também.

JNN: Eu vejo você envolvido em tudo, até no processo das vozes, você faz questão de estar presente em todas as etapas...

JE: Eu tô dirigindo todos os núcleos da série. Eu escrevo, acompanho as conversas relacionadas com a produção, eu tô sempre com a equipe de animação junto com o diretor de animação, estou sempre nas gravações de voz dirigindo os atores junto com a Mel (Melissa Garcia, diretora de voz), eu vou pessoalmente mixar os episódios junto com o técnico. Muitas vezes as pessoas chamam isso de showrunner, mas sei lá, acho essa expressão meio cafona. Então, acho que eu sou mesmo o diretor da série, o criador, então é legal estar em todas as etapas.

Mas a etapa que eu acho mais importante, que eu me dedico mais, é a edição de animatic (que é quando você trabalha o storyboard com as vozes, e você coloca trilha, vê todo o episódio, o timing da cena, das piadas. Eu, literalmente, controlo o tempo, escolho as falas, desconstruo o roteiro.

JNN: E hoje você participa do Anima Mundi. Você preparou algo para o evento, algo da nova temporada... Como é fazer parte disso?

JE: Uma das primeiras vezes que eu tive contato mesmo com a animação, como uma forma de manifestação artística, usando outros recursos, outras linguagens, foi no Anima Mundi. (...) Me ajudou a enxergar a animação de uma forma muito mais ampla e foi no evento que eu vi um desenho meu ser animado pela primeira vez. Foi uma coisa que me ajudou a enxergar o que eu realmente queria fazer da minha vida e hoje, tá aqui, contando a minha história, falando sobre o processo criativo, conversando, tirando foto, abraçando as pessoas... Ver a reação do público ao ver um episódio que não foi pro ar ainda é a melhor parte, ver ele ganhando vida. Além de ver o seu episódio em potência máxima de som e imagem. Então é muita coisa ao mesmo, muitas emoções aí!

irmao-do-jorel-temporada-3

Juliano Enrico estará no Anima Mundi, em São Paulo, nesta sexta-feira (28), a partir de 14h30, para uma mesa redonda sobre a criação das vozes da série, com a presença dos atores das vozes originais. Já no domingo (30), às 16h, no Caixa Belas Artes, haverá uma sessão especial chamada “Sessão Brutal Irmão do Jorel”, com dois episódios inéditos do Irmão do Jorel, além da interação com o criador e diretor. Os ingressos custam R$ 10 a inteira e R$ 5 a meia.

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