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Como Andor melhorou Rogue One (e até Uma Nova Esperança)
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Como Andor melhorou Rogue One (e até Uma Nova Esperança)

Série chega ao fim com sarrafo alto no primor trazido à saga Star Wars

Pedro Siqueira
Pedro Siqueira
14.mai.25 às 10h00
Atualizado há 17 dias
Como Andor melhorou Rogue One (e até Uma Nova Esperança)
(Lucasfilm/Divulgação)

Em primeiro lugar, o senhor Tony Gilroy, criador da série Andor, nos deve desculpas. Nós somos fãs de Star Wars, e se tem algo que a internet sabe, é que representamos o grupo mais cri-cri do mundo nerd. A gente não gosta de estar errado, e ponto final.

Então, como este distinto roteirista ousa interferir ainda mais no evangelho sagrado que é a trilogia original de George Lucas? Como um derivado de um derivado, que muita gente nem acreditava que deveria existir, teve a pachorra de melhorar o que já era perfeito?

[Leves spoilers de Andor abaixo]

Sim, porque Andor, que terminou recentemente a trajetória de duas temporadas na TV, estabeleceu um nível de qualidade praticamente inédito em toda a saga Star Wars, ao ponto de reverberar não só em Rogue One (2016), o filme derivado que inspirou a série, como no clássico Uma Nova Esperança (1977), primeiro e mais clássico longa de Star Wars nos cinemas.

É fato que “Andor”, enquanto título, trata-se mais de uma formalidade do que um holofote no personagem de Diego Luna. Embora o rebelde seja o fio condutor narrativo, a série é mais sobre a formação de uma aliança rebelde, e os sacrifícios necessários para tal.

Ao longo de 24 episódios, conhecemos figuras dos mais variados espectros políticos da luta contra a tirania. Do inescrupuloso Luthen Rael (Stellan Skarsgard) à burocrática Mon Mothma (Genevieve O’Reilly), a rebelião tomou muitas formas, mas nenhuma delas tão duramente real quanto a opressão do Império.

Andor torna a vitória contra o Império ainda mais satisfatória. (Lucasfilm/Divulgação)

Nas últimas cinco décadas, nos acostumamos a torcer contra a força opressiva governada com mão de aço pelo Imperador Palpatine e Darth Vader, mas muito por conta de um maniqueismo comum a histórias de heroi. Afinal, se estamos do lado de Luke Skywalker e companhia, devemos, objetivamente, estar contra quem quer causar mal a eles.

Com Andor, o deleite de ver os rebeldes vencerem o Império em Uma Nova Esperança ganha novo sentido. Não se trata mais de ver nossos heróis triunfarem, mas sim de ver os bastardos perderem. Com o perdão da palavra feia.

A série tomou riscos e liberdades criativas inéditas ao retratar os vilões como a poderosa e imparável força fascista que são. Figuras autoritárias que não dão a mínima para as consequências.

Seja no que deve ser o momento mais sombrio de toda a franquia, com uma literal tentativa de estupro, ou na assustadoramente atual guerra de narrativa midiática para com o planeta Ghorman, trama que costura toda a segunda temporada.

Em Uma Nova Esperança, temos um vislumbre da frieza imperial com a destruição de Alderaan como mera exibição de força da Estrela da Morte. Mas é bem diferente acompanhar tais atrocidades na pele, sob a ótica de Andor.

Nas palavras da saudosa Maarva Andor, o Império é uma doença que cresce na escuridão. Nunca está tão vivo quanto quando estamos adormecidos.

E por falar na sábia e rebelde mãe do protagonista, como não lembrar também que o gosto da vitória torna-se ainda mais doce ao lembrarmos de todos os companheiros que deram a vida para o êxito de Luke Skywalker. Heróis anônimos dispostos a lutar por um amanhecer que nunca verão.

Por trás das câmeras, há também uma justiça tardia para Rogue One enquanto derivado de Star Wars.

Rogue One ganha interesse renovado após o sucesso de Andor. (Lucasfilm/Divulgação)

Lançado nos cinemas em 2016, o filme teve uma boa repercussão, mas acabou perdido num limbo estranho entre tropeços e acertos da franquia no cinema. Situado logo antes da guerra civil de fãs que foi a recepção a Star Wars: Os Últimos Jedi (2017), e a derrapada Han Solo (2018), o longa certamente se beneficia do interesse renovado com o sucesso arrebatador de Andor, e pontua uma das melhores eras da cronologia da franquia.

Aqui, deixamos a sugestão de uma trilogia não oficial em Star Wars, com Andor, Rogue One e Uma Nova Esperança, com a ascensão da rebelião trazida à tela com a coragem narrativa que nos encantou tantas décadas atrás.

Que venham mais histórias que achamos que não queremos, e que acabem puxando o tapete do que acreditamos ser o melhor para a amada saga espacial. Que o futuro de Star Wars queime (no bom sentido) tão intensamente quanto o poder de mil sóis. E que a Força sempre esteja com Cassian Andor.

Andor, Rogue One e os demais filmes e séries do universo Star Wars estão em streaming no Disney+. Siga de olho no NerdBunker para mais novidades. Aproveite e conheça todas as redes sociais da gente, entre em nosso grupo do Telegram e mais - acesse e confira.

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