Finalmente fazendo jus ao “s” do final de Riot Games, a empresa anunciou seu próximo título: Legends of Runeterra, um jogo de cartas colecionáveis derivado do universo de League of Legends.
Com um público focado em criar estratégias e combos com os personagens, parece um passo natural que o projeto da Riot seja voltado à estratégia. Enquanto em League of Legends é necessário ter boas habilidades para se movimentar e driblar os inimigos, em Legends of Runeterra (LoR) o jogador precisa de apenas alguns cliques e uma dose de sorte para sobrepujar os oponentes.
Assim como em Hearthstone, encontramos muitas faces conhecidas em LoR, mas também tem muita gente — e, principalmente, monstrinhos — criados especialmente para o jogo, como é o caso do Protector, que apareceu como uma Pequena Lenda no TFT antes do anúncio do cardgame (spoilers!).
Outros personagens que foram apresentados em mídias fora do jogo, como em uma animação ou até mesmo nos quadrinhos licenciados pela Marvel. Com o tempo, pode ser que novos acontecimentos da história de Runeterra sejam apresentados através do jogo de cartas: o universo está em constante expansão em todas as mídias.
Jogabilidade
Para encontrar seu espaço num mercado que já conta com títulos consolidados como Hearthstone, da Blizzard, e a versão digital de Magic the Gathering, Legends of Runeterra aposta não só nos fãs de League of Legends como também em um ritmo de jogo diferente.
Apesar de seguir algumas das regras clássicas que estamos acostumados a ver em games do estilo, LoR consegue trazer uma experiência única pela construção de seus turnos alternados dentro de rounds que revezam entre ataque e defesa. É um pouco complicado de entender num primeiro momento, ainda mais se você já tiver experiência com outros cardgames, mas a curva de aprendizado inicial é curta. O jeito como os rounds são feitos dá a oportunidade que um jogador interfira antes que o outro desencadeie um combo, usando feitiços antes do fim do turno. É necessário estar muito atento e pronto para se adaptar às situações que podem surgir entre uma jogada e outra.
Em LoR, você não escolhe uma classe e sim uma região. Cada região de Runeterra possui cards únicos e um estilo de jogo distinto. Por exemplo, as cartas de Noxus são focadas em dar dano massivo rapidamente, enquanto as opções do deck de Freljord são mais voltadas em controlar a mesa com feitiços de congelamento. É possível montar um deck misto com duas regiões, e personalizá-lo com o que funcionar melhor no estilo de jogo de cada um.
Inicialmente, seis regiões fazem parte do game: Ionia, Noxus, Piltover/Zaun, Demacia, Freljord e Ilha das Sombras. Expansões posteriores trarão novas regiões de Runeterra e novas cartas, incluindo campeões para o que foi lançado antes.
Durante a apresentação do jogo, a Riot Games também deixou claro que o conteúdo pago será limitado para evitar que a experiência dos jogadores seja afetada — o famoso pay to win. Será possível comprar itens cosméticos, como pets, e algumas cartas específicas, mas, inicialmente, haverá um limite semanal para esse tipo de transações. A ideia é que os jogadores não comprem seus decks com dinheiro de verdade, mas sejam capazes de adquirir uma carta ou outra para completarem seus combos.
Vale ressaltar que, para jogar o LoR, não é necessário ter uma conta do League of Legends e vice-versa: os jogos são independentes e compartilhar o launcher.
Primeiras impressões
Tive a oportunidade de testar o Legends of Runeterra, e o que mais me marcou foi o ritmo das partidas. Com o oponente podendo responder enquanto você ainda está baixando suas cartas, é necessário se adaptar rapidamente pois os planos podem ser frustrados em um piscar de olhos. No começo, achei que as partidas seriam demoradas, mas não é o caso — depois de aprender como o deck funciona e estar familiarizado com as cartas, os rounds passam rapidamente e quando vemos, já é nossa vez de atacar de novo.
Ao evoluir seu campeão cumprindo missões na partida, uma animação é exibida de acordo com o personagem — meio como uma habilidade ultimate. Os campeões possuem ataques únicos que são inspirados diretamente do League of Legends, então é possível ver a Elise virando uma aranha, a Katarina usando sua Lótus da Morte, Draven e seus machados.
Para quem já conhece o universo de League of Legends, é muito legal ver alguns dos personagens que são importantes para a história representados dentro de um jogo, como é o caso de Senna, a esposa de Lucian, que interage não só com ele mas também com Thresh.
Inicialmente, o jogo conta com uma boa quantidade de cartas divididas entre as regiões, então haverá muito o que aprender.
Legends of Runeterra inova no gênero sem se distanciar muito do que já conhecemos, e é um ambicioso passo da Riot Games que vai precisar contar com sua comunidade para emplacar o jogo em um mercado que já está estabelecido.
O game vai passar por alguns testes beta no PC, e os jogadores poderão conseguir convites assistindo à streams ou jogando League of Legends. Após cada período de testes, o progresso será resetado.
Legends of Runeterra está previsto para 2020, e será lançado para PC e mobile simultaneamente. Todas as imagens acima e datas estão sujeitas a alterações.