A maneira mais fácil de explicar Abzû é descrevê-lo como um Journey, só que debaixo d’água.
No controle de um personagem sem nome e usando uma espécie de roupa de mergulho, o jogador inicia o game sem nenhum objetivo aparente e a única coisa a se fazer é explorar o fundo do mar.
No decorrer do jogo, é possível até perceber uma certa narrativa sendo construída ao encontrar ruínas e estruturas submersas que tentam contar uma história. Porém, o que realmente importa para a experiência são os momentos impressionantes que Abzû proporciona ao jogador a todo instante.
No fundo do mar
As semelhanças entre o jogo da novata Giant Squid Studios e o clássico da Thatgamecompany não são coincidência, porque três pessoas que trabalharam em Journey estão no time de desenvolvimento de Abzû. Entre elas está o diretor de arte Matt Nava, o que faz ambos terem visuais bem parecidos.
Por causa disso, Abzû pode ser visto como um sucessor espiritual, uma “continuação” para Journey que muitos diriam não ser necessária, mas que consegue usar a mesma fórmula do jogo que o inspirou e adicionar elementos próprios e igualmente impactantes.
Essa sensação é causada principalmente pelo ambiente aquático do jogo e a presença de algas, peixes, tubarões e outras criaturas marítimas ao redor do jogador. De alguma forma, eles parecem estar em sintonia a cada movimento feito com o personagem. É possível até mesmo pegar carona com alguns dos bichos.
Esse aspecto de proximidade com os animais e a natura marítima é essencial para os pontos altos da jornada em Abzû: os momentos ao mesmo tempo impressionantes e assustadores que passamos no fundo do mar enquanto jogamos.
Pode ser pular da água junto com golfinhos à lá Free Willy.
Ou presenciar de perto as enormes baleias na escuridão misteriosa do fundo do mar.
E essa é só uma amostra de momentos que podem deixar os jogadores boquiabertos!
Mesmo que Abzû possua alguns desafios de quebra-cabeça (bem simples, por sinal), são esses trechos que vão ficar mais guardados na memória de quem jogar.
O mérito do jogo
O que deixa tudo ainda mais interessante em Abzû é ele saber dosar essas partes mais de impacto com momentos calmos, de quase contemplação da vida marinha.
O mérito para que isso aconteça também fica para os detalhes que o estúdio Giant Squid se preocupou em inserir no jogo, como cada criatura vista ser uma representação de animais marítimos reais: do estranho peixe-víbora até as enormes baleias-jubarte.
É possível gastar alguns bons minutos passeando entre eles, tentando observar e conhecer mais sobre a vida marinha e tendo sucesso onde as aulas de biologia no colégio falharam.
Por todas essas qualidades que Abzû consegue ser uma experiência audiovisual e interativa tão impressionante, algo que não tínhamos desde Journey. Sorte nossa que jogos como Abzû ainda continuam trazendo experiências tão fantásticas.
Abzû está disponível para PC (Steam) e PS4. A cópia do jogo para análise foi concedida pela Sony.