Na era do multiplayer competitivo, PAYDAY é um dos poucos títulos puramente cooperativos que consegue espaço entre os jogos mais populares. A combinação de tiro em primeira pessoa com a fantasia criminosa de executar roubos perigosos ao lado dos amigos segue divertida e fascinante — e PAYDAY 3 é a prova disso.
O novo jogo chega quase uma década após o antecessor, mas consegue ser ainda mais satisfatório ao afinar a jogabilidade e trazer mais opções para concluir assaltos. Só faltam mais deles.
Criminosos de todos os tipos

De início, o game conta com oito assaltos, que vão desde missões simples, como roubar uma agência bancária, até tarefas mais exigentes, como invadir a área VIP de uma balada para hackear servidores de criptomoedas. Cada assalto tem complexidade própria e todos podem ser feitos de inúmeras maneiras.
É possível chegar com o pé na porta, com rifles em mão, gritando com civis indefesos e trocando tiros com a polícia, ou então apelar para a furtividade de forma que ninguém sequer perceba o crime. Além do nível de dificuldade, que dita o dano, quantidade e brutalidade dos inimigos, é a sua abordagem e ambição que determinam o quão tensa será a execução da fase.
Chegar aos berros e tiros é mais fácil, mas impede (ou dificulta muito) lucros maiores. Já um ataque silencioso abre portas para levar mais dinheiro, porém isso pede coordenação da equipe, curiosidade para vasculhar os mapas e muita sorte para não ser avistado. Na maioria das partidas, o plano inicial não dará certo, e você se verá na posição de ter que improvisar para sobreviver e fugir com algo de valor.

Para os mais esquentados, o tiroteio é aperfeiçoado com bom controle das armas e várias opções de armamentos, como pistolas, rifles, submetralhadoras e escopetas. Para complementar, a movimentação é mais fluida, permitindo correr e deslizar com eficiência quando as balas começam a voar. Parte dessa sensação de fluidez parece surgir pelo fato de que a engasgada engine proprietária do antecessor deu lugar para a Unreal Engine, que oferece infraestrutura muito mais robusta e polida, além de ótimos visuais.
Há várias novas funções que diversificam o decorrer dos roubos. Há maior interação com os civis, como usá-los de escudo humano ou como moeda de troca durante a inédita fase de negociação, quando a polícia não está ativamente invadindo o prédio para eliminar os assaltantes.
É possível pegar guardas e civis especiais para destravar portas que precisam de verificação biométrica, por exemplo. Tudo isso ajuda a criar um pouco mais de variedade nos assaltos — o que se torna especialmente necessário nessa etapa inicial do jogo.
Cores e valores

Além dos objetivos primários, os assaltos trazem também missões paralelas, que são encontradas ao ler emails, ouvir conversas ou se deparar com documentos de texto. Realizar essas tarefas secundárias é totalmente opcional, mas elas te recompensam com mais grana ao custo de mais tempo no assalto ou então tomar rotas mais arriscadas pelo mapa.
E o que fazer com a toda a grana, afinal? O que falta de fases, PAYDAY 3 compensa com customização. Há bastante opções de máscaras, ternos, armamentos e habilidades para investir, que te permitem criar ladrões estilosos e builds robustas, alinhadas com seu estilo de jogo. Customizar a experiência ajuda a criar variedade nas partidas, tanto pela estética quanto nas mecânicas.
Rejogar os oito roubos, inclusive, se torna uma questão de tentar maximizar os lucros e diminuir os erros, que é o mesmo apelo de algo como Hitman. Se esse é o tipo de experiência que você gosta, como buscar a execução perfeita da fase e criar seus próprios objetivos, então o jogo já está no estado perfeito para você. Agora, se a novidade de realizar o assalto pela primeira vez é o que te move, você pode se sentir cansado rapidamente.

Além disso, procurar partidas segue algo bastante complicado, com longos tempos de espera para encontrar outros jogadores e a necessidade de conexão online até para jogar sozinho. Tudo isso pede cautela, claro, mas costumam ser as primeiras correções de todo lançamento multiplayer.
Seja como for, PAYDAY 3 pega tudo que era bom do antecessor e torna ainda melhor, mantendo a mesma premissa simples e chamativa, e adicionando ainda mais camadas e mecânicas para conquistar os mais diferentes tipos de ladrões. No estado atual, o jogo já é robusto e satisfatório, mas deve crescer ainda mais nos próximos anos visto que a Starbreeze tem um plano ambicioso de conteúdo. Seja como for, o novo game é um acerto que comprova que a vida do crime não deixará de ser sedutora tão cedo assim.
PAYDAY 3 já está disponível para PlayStation 5, Xbox Series X | S, PC, Xbox One e PlayStation 4. Há crossplay e progressão compartilhada entre todas as plataformas, e o jogo está no catálogo do Game Pass. A review foi feita com base na versão de PC, com chave enviada pelos desenvolvedores.