Ninja Gaiden 2 Black chegou sorrateiro durante o Xbox Developer Direct, assim como um bom ninja deve ser. Se você estava com saudades de Ryu Hayabusa, 2025 é um ano para comemorar, já que três jogos da franquia terão o lançamento em sequência: este Ninja Gaiden 2 Black, Ninja Gaiden Ragebound no meio do ano, e Ninja Gaiden 4 no segundo semestre.
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O plano da Tecmo Koei é explorar o máximo da franquia Ninja Gaiden até o lançamento da quarta iteração do game, anunciada para o final do ano também no evento da Microsoft dedicado aos seus desenvolvedores. Mas será que vale a pena jogar Ninja Gaiden 2 Black em 2025?
Ninja Gaiden 2 Black: remake ou remaster?

A Microsoft parece ter gostado do burburinho causado pelo lançamento surpresa de Hi-Fi Rush, e agora sempre há uma novidade durante os eventos especiais. O termo para isso no meio gamer é “shadow drop”, e o jogo da vez foi Ninja Gaiden 2 Black, uma versão atualizada de Ninja Gaiden 2, lançado originalmente (e exclusivamente) no Xbox 360.
O jogo está impecável, como já era de se esperar. Apesar de ser um lançamento de 2008/09 (em versão Sigma), com exceção da câmera – mais rebelde, próxima da ação e sem a opção de travar no inimigo –, todo o gameplay não envelheceu um dia sequer. É como se fosse um lançamento atual, e dada a escassez de jogos memoráveis dentro do gênero, fica fácil se apaixonar.
O que a Koei Tecmo fez foi aprimorar o game com a ajuda da Unreal Engine 5, versão mais atual do motor gráfico mais popular da indústria, atualmente responsável por jogos como Hellblade 2, Avowed e Black Myth Wukong, por exemplo.
Texturas, luzes, taxa de frames, a fluidez de Ninja Gaiden 2 Black impressiona da mesma forma que o jogo original impressionou em 2008. Diferente da versão do game encontrada na coletânea Ninja Gaiden Master Collection (2021), o remake funciona mais ou menos da mesma maneira do que foi visto em The Last of Us Part 1, que melhorava a performance e visual, mas mantinha o gameplay intocado.
É ou não é o jogo de 2008?

Uma informação que só fica mais clara à medida que jogamos Ninja Gaiden 2 Black, é referente a qual dos Ninja Gaiden 2 ele é um remake. E isso pode soar um pouco confuso, mas ele é um remake de ambos, do segundo jogo original e também do Sigma 2.
Essa “bagunça” começou em 2021. Em entrevistas da equipe responsável pela coletânea Master Collection, já foi dito que o código original, tanto de Ninja Gaiden Black quanto de Ninja Gaiden 2, ambos da Microsoft, desapareceram do banco de dados da Koei Tecmo.
Pela falta dos originais na época, a remasterização dos jogos aconteceu em cima das respectivas versões Sigma, lançadas no PlayStation 3. Na época, muita gente não gostou da escolha dos jogos, porém, nem de longe são versões ruins, já que vinham com um monte de extras no pacote.
Mas aí temos Ninja Gaiden 2 Black, que supostamente é um remake do jogo de Xbox 360. Mas como, se os originais haviam se perdido para sempre? Aqui é onde a magia da Unreal Engine 5 começa: o jogo roda em cima do código e dos assets de Ninja Gaiden Sigma 2 (do Master Collection), enquanto o motor gráfico atualizado cria as novas e mais detalhadas texturas, inclusive, adicionando a violência gore do jogo – que pode ser desligada pelo menu.
Claro que nada disso é um demérito para o game. A única tristeza, especialmente para os fãs hardcores da franquia, é que toda a dificuldade encontrada no original não está presente da mesma forma no remake. O jogo se esforça para entregar uma experiência próxima, deixando de lado um pouco da firula do Sigma, ao mesmo tempo que abraça as melhorias – você não precisa lutar contra a estátua gigante do começo do Sigma 2, mas ganha a possibilidade de utilizar outros personagens além de Ryu, como Rachel, Momiji e Ayane, exclusivas da versão Sigma até então.
Dificuldade na medida

Apesar de não ser tão difícil, não se engane achando que Ninja Gaiden 2 Black é um passeio no parque. Quanto mais jogamos, mais procuramos por combos otimizados para acabar com os inimigos de forma mais eficiente. Por conta da mecânica de desmembramento, os piores adversários são aqueles que já perderam braços e pernas e não tem mais nada a perder.
O jogo possui quatro níveis de dificuldade já destravadas de início, e uma extra quando zeramos pela primeira vez. A inserção de uma dificuldade mais fácil ajuda os inexperientes a entenderem melhor o combate do jogo, com grande foco no botão de defesa e combos precisos finalizados com Izuna Otoshi – o famoso pilão giratório do herói.
A câmera pode parecer sua inimiga, mas uma vez que a entendemos, tudo fica mais fácil. Originalmente ela sempre vai manter o foco no inimigo mais próximo de Ryu, e não precisamos mexê-la para lá ou para cá, ela se arruma sozinha, mas no seu próprio tempo (que pode prejudicar a gente em alguns momentos de tensão).
Mas ela não é ruim como muitos comentam, só funciona de forma diferente das câmeras encontradas nesse tipo de jogo – às vezes mais afastadas, outras vezes travada em inimigos que o jogador escolhe enfrentar.
As dificuldades maiores do jogo colocam o jogador em partidas cujo dano causado pelos inimigos é mortal. Não dá para dar bobeira na defesa, e qualquer combo adversário pode ser um game over. Pode ser meio frustrante, porém, aos poucos, faz a gente melhorar os reflexos e entender um pouco mais do sistema de ataque e defesa do jogo, super bem equilibrado e responsivo.
A dificuldade se faz no dano, e não na quantidade de inimigos na tela, o que é uma pena, já que a versão de Xbox 360, na época, colocava cerca de 10 inimigos ao mesmo tempo para serem enfrentados em certos momentos. Não vamos ter isso aqui, infelizmente.
Arsenal shinobi

Ryu Hayabusa conta com a espada lendária, a Dragon Sword, para dar cabo de quem resolve enfrentá-lo. Mas ao longo da jornada é possível destravar outras. Ao todo são 10 tipos diferentes de armas, um arco e um canhão portátil, algumas delas sendo entregues sem muito alarde – logo, é possível chegar ao final do jogo sem certos equipamentos.
Apesar da Dragon Sword ser extremamente versátil, trocar de armas pode facilitar a vida na hora de enfrentar certos tipos de inimigos. Sete em dez jogadores acabam se apaixonando pelo bastão, o nunchaku ou até mesmo a foice gigantesca que conquistamos quando vencemos Volf, o Senhor das Tempestades.
Cada arma – com exceção do arco e do canhão – possui três níveis de aprimoramento, e cada vez que o fazemos, ganhamos novos combos e um poder destrutivo maior. Isso pode ser feito na lojinha do Muramasa, o ferreiro lendário amigo de Ryu, um belo aliado nos momentos de crise – mas a idade avançada o impossibilita de ser mais ativo.
Uma parte importante do arsenal é a habilidade de utilizar a arte secreta do Ninjutsu, as magias especiais do herói. É preciso encontrar os pergaminhos para destravá-las e elas também podem ser aprimoradas durante a jogatina, mas requerem itens especiais para tal.
Depois de terminar o jogo pela primeira vez, dois novos modos são liberados. Esses modos são desafios especiais que não estão atrelados à narrativa. Um deles deixa o jogador repetir as fases em novas dificuldades, mantendo todos os seus upgrades em busca da melhor pontuação; o outro, coloca você e um personagem controlado pela CPU para enfrentar hordas de inimigos em sequência, cada estágio com o seu próprio nível de dificuldade.
Esses desafios são bem divertidos e devem consumir algumas horas do seu tempo. Como recompensa por vencê-los, duas roupas especiais são destravadas para Ryu Hayabusa.
No final das contas, Ninja Gaiden 2 Black é um pouco de Ninja Gaiden 2, mas também um pouco Ninja Gaiden Sigma 2, deixando de lado algumas particularidades bastante requisitadas dos jogadores, mas não perdendo a sua essência. Continua sendo um dos melhores hack’n slash já criados, não importa a versão.
Ninja Gaiden 2 Black está disponível para PlayStation 5, Xbox Series X|S, PC e Game Pass.
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