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Amnesia: The Bunker é o melhor "game de terror que você não jogou" de 2023
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Amnesia: The Bunker é o melhor "game de terror que você não jogou" de 2023

Survival horror cria experiência intensa, punitiva e memorável

Arthur Eloi
Arthur Eloi
31.out.23 às 14h17
Atualizado há quase 2 anos
Amnesia: The Bunker é o melhor "game de terror que você não jogou" de 2023
Amnesia: The Bunker/Cultured Vultures/Reprodução

2023 tem sido um ano surpreendente pela avalanche de excelentes jogos. Os fãs de terror não têm o que reclamar, com os remakes de Dead Space, Resident Evil 4 e o lançamento de Alan Wake II mostrando a força do gênero nos blockbusters, e I Did Not Buy This Ticket, Dredge, Teleforum e muitos outros representando os indies.

Seja por estar soterrado de coisas para jogar ou por questões financeiras, é perfeitamente normal deixar algo incrível passar batido — mas Amnesia: The Bunker merece ser resgatado da onda de lançamentos e reconhecido como um dos melhores jogos de horror de 2023.

Ambientado na Primeira Guerra Mundial, o game te coloca no papel de um soldado francês que se vê ferido no intenso combate nas trincheiras. Após mal sobreviver a uma explosão, ele é levado pelo exército alemão para um bunker.

Eventualmente acorda sem noção de quanto tempo passou, de onde está ou de que aconteceu. Sozinho no local, descobre que o bunker foi evacuado e a porta destruída. O motivo logo fica evidente: um monstro sanguinário vaga pelas sombras e tubulações do lugar.

Sobrevivência para sádicos

O jogo até te dá um revólver, mas isso não significa muito [Créditos: Amnesia: The Bunker/Divulgação]
Amnesia: The Bunker pega a jogabilidade mais cadenciada dos antecessores e combina com a fórmula de survival horror de um Resident Evil clássico: bastante exploração de um mapa interconectado, gerenciamento de itens, e combate arriscado e letal. O ideal é evitar conflitos para poupar recursos e sobreviver. Mas a experiência é muito mais punitiva que o jogo da Capcom.

Para garantir que esse conto macabro seja impactante, o game deixa o jogador miserável — o que é bom, claro, se você for meio masoquista. As mecânicas abraçam a precariedade da ambientação e da trama para criar uma jornada muito envolvente, mas também perigosa para os inconsequentes e descuidados. Toda ação precisa ser minimamente planejada, e nem isso é garantia de que você não passará por alguns apertos.

The Bunker leva escassez a sério. O jogador precisa se virar com qualquer ferramenta que conseguir colocar as mãos, como um revólver velho, uma lanterna de fricção e um gerador a combustível, nenhum deles particularmente confiável. Balas e gasolina são luxos que você não encontrará com facilidade. O único mapa do local está disposto na Sala Segura, sem a possibilidade de ser levado com você.

Vai sair da Sala Segura? É melhor memorizar as rotas no mapa antes [Créditos: Amnesia: The Bunker/Divulgação]
O cenário é repleto de corredores escuros, tomados por lama, água suja, ratos e cadáveres. Com o caos da guerra no exterior, tudo ameaça ruir a qualquer minuto. Já parece ruim o bastante sem sequer citar a criatura. Isolado do mundo, você é caçado por um monstro sanguinário que se espreita pelas tubulações e corredores, guiado pelos barulhos e pela luz emitida pelo jogador.

O game triunfa ao te sobrecarregar de elementos adversos à sobrevivência, o que te força a considerar seus movimentos. Usando a Sala Segura como base, você explora o mapa em pequenas aventuras macabras. É possível acender algumas luzes através de um gerador, mas o combustível é limitado e cada galão dá apenas alguns minutos de claridade. Cada saída do abrigo pede que você memorize rotas e conte o tempo de luz disponível, com a ajuda de um relógio de bolso, ou então você se encontrará vagando perdido no escuro.

A satisfação de Amnesia: The Bunker vem dos acertos e dos erros do jogador. Realizar uma aventura eficiente, como atravessar o local para realizar um enigma fundamental e voltar antes das luzes se apagarem, é tão intrigante quanto se ver desolado na escuridão, se espremendo em um canto enquanto ouve o monstro rosnando no corredor ao lado. A curva de dificuldade é um pouco acentuada, mas cria uma experiência deliciosa para quem curte o desafio em dominá-la.

A criatura é impiedosa e sempre está te espreitando [Créditos: Amnesia: The Bunker/Divulgação]
A ambientação é marcante, as mecânicas são perfeitas para os saudosistas por survival horror clássico, e o design do monstro é aterrorizante — se você for sortudo, quase não o verá, mas com certeza o ouvirá. O design de som excelente garante que você escute a criatura grunhindo e rastejando acima de você, nas paredes ao seu lado, ou então patrulhando corredores e salas em buscas do jogador. O uso de fones é quase que obrigatório.

Melhor ainda é que Amnesia: The Bunker não estende a duração. Apesar da dificuldade e das várias tentativas que você fará ao morrer, a campanha dura cerca de 5 horas. Rejogar é um exercício ainda maior de sadismo, já que atualizações recentes permitem que novos saves mudem a localização de itens cruciais e senhas de portas e armários, te fazendo explorar tudo de novo.

Amnesia: The Bunker é exigente, mas muito memorável [Créditos: Divulgação]
Se você for realmente masoquista, pode ainda optar por consumir combustível para salvar o jogo, se aventurar sem o auxílio (quase insignificante, mas ainda um auxílio) do revólver, e até desativar a segurança da Sala Segura, permitindo que o monstro possa invadir.

Quando se trata de deixar o jogador indefeso, lutando contra o ambiente e a escassez pela própria vida, Amnesia: The Bunker é uma aula de atmosfera e design. É facilmente um dos melhores jogos de terror dos últimos anos e merece ser celebrado como um dos vários acertos de um ano excelente.

Amnesia: The Bunker está disponível para PlayStation 4, Xbox One, PC, PlayStation 5 e Xbox Series X | S. O jogo está no catálogo do Game Pass.

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