Martin Scorsese mais uma vez comentou sobre os problemas que ele acredita existirem no cinema. Em um artigo publicado na Harper Magazine, o diretor falou sobre a sua admiração pelo cineasta e roteirista italiano Federico Felini, e disse que cinema agora está sendo esquecido.
Para ele, a "arte do cinema está sendo sistematicamente desvalorizada, marginalizada, rebaixada e reduzida ao seu menor denominador comum", e ele acredita que isso acontece devido à denominação dos filmes como “conteúdo".
"Há 15 anos, o termo 'conteúdo' era ouvido apenas quando as pessoas discutiam o cinema em um nível sério, e era contrastado e medido em relação à 'forma'. Depois, aos poucos, foi sendo usado cada vez mais pelas pessoas que assumiram o controle de empresas de mídia, a maioria das quais nada sabe sobre a história da arte, ou mesmo nunca se importou o suficiente para pensar que deveria."
O cineasta continuou e disse que esse "conteúdo" se tornou uma expressão comercial para a ideia de imagens que estão em movimento. "Um filme de David Lean, um vídeo de gato, um comercial no Super Bowl, uma sequência de super-herói, um episódio de uma série. Está ligado, é claro, não à experiência de estar em uma sala de cinema, mas à exibição em casa, nas plataformas de streaming que vieram para superar a experiência de ir ao cinema, assim como a Amazon ultrapassou as lojas físicas."
Vale lembrar que o diretor lançou O Irlandês na Netflix e o seu próximo trabalho, Killers of the Flower Moon, chegará pela Apple TV+.
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Em 2019, Martin Scorsese criou polêmica ao criticar filmes da Marvel e dizer que isso “não é cinema”. Depois, ele se explicou e disse não querer desmerecer o trabalho de nenhum diretor.