"Horas Decisivas" conta a história real do maior salvamento da guarda costeira americana, quando em 1952 uma grande tempestade fez um navio/plataforma de petróleo se rachar, lançando 84 tripulantes ao mar. Apesar de diversas embarcações da guarda tentarem salvar esses homens a deriva, é um pequeno grupo de três oficiais, liderados por Bernie Webber (Chris Pine) em um barco diminuto, que mais se aproxima do acidente e tem condições de realmente fazer alguma coisa.
Apesar da história real ser impressionante e merecer ser pesquisada por qualquer um que goste do tema, o filme não consegue transmitir a tensão e grandiosidade deste evento, salvo nos momentos em que os efeitos especiais entram em cena. O principal motivo disso é a interpretação dos atores, difícil compreender se foram as instruções do diretor Craig Gillespie (A Hora do Espanto) ou se simplesmente cada um deles não estava em um bom dia, mas é impossível notar qualquer emoção em suas interpretações. Todos eles, incluindo Pine, Holliday Grainger seu par romântico e Casey Affleck, que faz o papel de um dos tripulantes do petroleiro à deriva, esboçam em suas interpretações a magnitude do que está acontecendo. Parece que estão todos dando um simples passeio no parque.
É difícil se concentrar no filme e no que está acontecendo, tamanha é a distração que essas interpretações ruins causam. Verdade seja dita o roteiro não ajuda muito, ele não consegue por exemplo mostrar a importância da relação entre Bernie (Pine) e Miriam (Grainger), o casal principal do filme que teoricamente seria o responsável pelos momentos mais impactantes da trama, incluindo o final. O início da relação entre os dois é mostrada de uma maneira tão rápida e esquisita, que é fácil ficar se questionando se os dois realmente se amam ou na verdade apenas uma pessoa da relação que realmente se importa, enquanto a outra parece que não tem nada melhor para fazer.
O que salva o filme são as cenas em alto mar, os efeitos especiais fazem o seu papel mostrando a magnitude do acidente e todo o trabalho e coragem dos homens que tentaram sobreviver a ele. É claro que alguma licença poética aconteceu, certos momentos parecem ser impossíveis demais para terem realmente acontecido, mas levando em conta que essas são as cenas mais empolgantes e que mais prendem a atenção é justo relevar qualquer liberdade criativa.
Apesar das cenas de ação serem muito boas e tensas, elas não são o suficiente para tornarem este filme bom. O roteiro pouco é inspirado, com diálogos bobos e em alguns momentos confuso, não consegue em nenhum momento mostrar qualquer relacionamento entre os personagens. Um ato tão heroico quanto este merecia um filme bem melhor.