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Uma Dobra no Tempo | Físico fala sobre a ciência do filme
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Uma Dobra no Tempo | Físico fala sobre a ciência do filme

70% do longa se baseou em ciência real

Cesar Gaglioni
Cesar Gaglioni
12.mar.18 às 21h29
Atualizado há cerca de 7 anos
Uma Dobra no Tempo | Físico fala sobre a ciência do filme

O TheVerge teve a oportunidade de entrevistar o físico Stephon Alexander. Ele atuou como um consultor científico durante a produção de Uma Dobra no Tempo, o sci-fi dirigido por Ava DuVernay. Na entrevista Alexander, que trabalha na Brown University, comentou sobre a ciência do filme, explicando que 70% do que é visto em tela usa preceitos reais para ser construído:

Eu diria que 70% do filme foi baseado em física real e os outros 30% se inspiraram em fantasia. É algo estabelecido de que o espaço pode se dobrar. O fato da Terra girar em torno do sol é um exemplo disso. Nós achamos buracos negros no cento de várias galáxias, isso é um exemplo da dobra espacial. Recentemente descobrimos ondas gravitacionais e essa pesquisa ganhou um prêmio Nobel — e é um exemplo do espaço criando ondulações, assim como acontece na praia. O filme usa essa ideia de uma dobra extrema no espaço que faz com que você consiga viajar grandes distâncias.

A ideia do filme é que se você encontrar a frequência certa, você vai conseguir criar um rasgo no tecido do espaço e do tempo. Esse é o elemento de ficção científica. No filme, o Dr. Murry inventa um dispositivo que transforma a energia do som em energia de luz e isso acerta essa frequência, criando uma instabilidade e uma dobra no espaço em volta do Dr. Murry, criando um portal para que ele vá para outros planetas.

Então, o filme combina essas ideias da Física Moderna de Einstein com a física do som e joga com a ideia da sonoluminescência, que é a transformação do som em luz. Misturamos esses ingredientes de fantasia e física para fazer com que essa mágica acontecesse.

Segundo Alexander, apesar do filme não ter completamente baseado em preceitos científicos reais, ele espera que as crianças que assistam ao longa se inspirem com aquela história e passem a sonhar grande:

Quando físicos estavam pensando na física quântica, esse cara chamado Schrodinger foi tirar férias e voltou com essa ideia de que um elétron pode ser uma onda. Se você pensar nisso, vai parecer algo de ficção científica. Era algo absurdo há 100 anos. Mas ele tinha esse desejo de entender como a natureza funciona em um nível mais fundamental e é por isso que temos celulares e computadores. Toda essa tecnologia surgiu dessa ideia esquisita de que elétrons, ou até mesmo a matéria, podem ser ondas que estão em dois lugares ao mesmo tempo. Era algo totalmente sci-fi na época.

Essa ideia de misturar o amor com essa coisa de ser parte do universo, de se dobrar o espaço, o tempo, o som, a vibração e as frequências — tudo isso pode ser cafona e saído de ficção científica, mas na verdade isso é um convite para que os jovens tenham a coragem de sonhar grande. Ter uma grande imaginação é, para mim, a coisa mais importante em um cientista. Ter a coragem de encarar as pessoas que dizem que suas ideias são loucas.

Lançado em 1962, o livro Uma Dobra no Tempo, de Madeleine L’Engle, mostra a história de Meg, uma menina curiosa que vai atrás de seu pai desaparecido após descobrir a pesquisa em que ele trabalhava anos antes sobre um cubo cósmico com o poder de influenciar o tecido do tempo e espaço.

O longa é dirigido por dirigido por Ava DuVernay (Selma). O elenco conta com Chris PineOprah Winfrey e Reese Whiterspoon.

Uma Dobra no Tempo tem estreia prevista para 29 de março de 2018.

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