Chegamos ao terceiro episódio da série de The Last of Us, que foi ao ar no último domingo (29) e mostrou que a produção começou a trilhar caminhos mais ambiciosos.
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Com um capítulo quase inteiro de conteúdo inédito, temos a introdução de Bill, um antigo amigo de Joel e Tess e um rosto já conhecido pelos fãs, de uma forma completamente inesperada.
[Atenção! Spoilers do 3º episódio de The Last of Us logo abaixo]
Após a morte de Tess, Joel e Ellie partem para a cidade de Lincoln para encontrar Bill, um antigo parceiro de negócios dos contrabandistas. As primeiras cenas mostram uma nova dinâmica em tela, com a dupla principal da história conversando e interagindo mais entre si, cada um com seu próprio jeito: Joel quase monossilábico, enquanto Ellie fala pelos cotovelos. Mais uma vez, Bella Ramsey e, principalmente, Pedro Pascal entregando excelentes atuações.
Os fãs do jogo ainda vão perceber um easter egg que deixa o coração quentinho. Ao procurar por suprimentos em uma lanchonete abandonada, Ellie encontra uma máquina arcade quebrada – que é uma conversa opcional do game. A sequência ainda conta com uma cena curiosa, em que a garota acha um infectado no porão e tem um momento de reflexão, uma vez que a criatura mostra um semblante triste.
Então há uma reviravolta após Joel explicar para Ellie como a epidemia do Cordyceps teve início, o que leva a uma série de flashbacks, que introduzem Bill (Nick Offerman).

O capítulo se foca em desenvolver o arco de Bill até os dias atuais, começando em 2003, e traça um caminho muito diferente do jogo.
Bill foi o único habitante de Lincoln a não ser pego pelos militares das quarentenas, então decidiu se virar sozinho no local. Assim, vemos como ele conseguiu sobreviver por tanto tempo sem ajuda, montando armadilhas para infectados, sistemas de câmeras e arsenal parrudo de armas. Até que, quando menos esperava, alguém caiu em uma de suas armadilhas, um homem chamado Frank (Murray Bartlett). E Bill decide ajudá-lo.
Frank existe no jogo, mas não com vida. Já a série opta por mostrá-lo ainda como um humano normal e vai além. Há mudanças significativas no arco e no desfecho dos dois personagens, mostrando facetas diferentes de suas personalidades.
Com uma direção cuidadosa e íntima de Peter Hoar (Demolidor), o episódio explora o relacionamento entre Bill e Frank, algo que era subjetivo no game, mas é confirmado de forma explícita na série. Assim, o roteiro acerta em cheio ao dar destaque à dupla e entregar acontecimentos inéditos, que expandem o universo de The Last of Us além dos olhos de Joel e Ellie.
Offerman mostra uma atuação brilhante e muito expressiva, principalmente em cenas em que Bill está desconfiado ou vulnerável. Já Bartlett se entrega da mesma maneira ao papel de Frank, roubando os holofotes em vários momentos.
Assim, a maior parte do episódio se foca em Bill e Frank, que terminam com um desfecho extremamente agridoce, construído de forma gradual e comovente no roteiro. De forma inteligente, a série aproveita que é uma mídia mais flexível para fazer tais mudanças, que funcionam e dão uma cara mais fresca à produção da HBO.
Quando o foco volta para Joel e Ellie, o terceiro capítulo do live-action finaliza de forma triunfal, entrelaçando os arcos dos personagens e estabelecendo uma nova jornada para a dupla principal. Definitivamente, foi um episódio cuja ambição eu quero ver mais vezes ao decorrer da temporada.
The Last of Us ganha novos episódios aos domingos na HBO e HBO Max.