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Os roteiristas de filmes e séries de Hollywood podem entrar em greve em maio. O sindicato Writers Guild of America anunciou que a medida foi aprovada por uma votação que terminou com quase 98% de aprovação para a paralisação. A pausa deve começar em 1º de maio caso não haja acordo com produtores.
O sindicato afirma que o principal motivo para a greve é a discrepância entre o volume de trabalho e a compensação para os roteiristas na era do streaming. Os escritores afirmam que a remuneração não acompanhou a explosão de filmes e séries nos mais variados estúdios e plataformas.
Entre as principais reivindicações de compensação estão o aumento do salário mínimo e uma nova fórmula para tornar os “valores residuais” mais justos. Residuais são pagamentos pelo uso das obras após seu lançamento, como lançamentos em DVD, exibição na televisão, etc. Os roteiristas afirmam que esse valor se tornou menor na era do streaming porque as plataformas passaram a pagar um “residual fixo” para compensar a falta de licenciamento para outras plataformas ou lançamento em mídia física.
Os roteiristas também citam que os contratantes adotaram práticas para pagar menos aos profissionais. Uma das citadas são as “minirooms” ou (“mini salas”, em tradução livre), em que estúdios reúnem profissionais para desenvolver uma nova série e até escrever alguns roteiros sem encomendar a obra oficialmente. Alegando que não houve aquisição, o estúdio paga menos a esses profissionais do que pagariam a uma sala de roteiristas convencional.
Por outro lado, vale ressaltar que a aprovação da greve não significa que ela vai acontecer. Em 2017, os sindicatos haviam aprovado a paralisação, mas voltaram atrás após um acordo firmado poucos dias antes da data limite.
A última greve de roteiristas de Hollywood aconteceu em 2007 e durou mais de três meses. Na televisão, a paralisação causou encurtamento ou pausa em temporadas de séries como Breaking Bad, The Big Bang Theory, How I Met Your Mother, House e The Office. Para os estúdios, o período marcou um prejuízo de mais de US$ 2 bilhões.
Para este ano, projeta-se que os primeiros afetados serão os talk-shows, que devem ser paralisados imediatamente. Filmes e séries roteirizados não devem ser afetados de início, já que os textos são produzidos com antecedência. Porém, essas produções podem ser impactadas caso a paralisação se estenda.
Conscientes de que a greve pode estar próxima, plataformas e emissoras começaram a se preparar em duas frentes. A primeira foi “estocar roteiros”, enquanto a segunda foi focar na produção de muitos reality shows.
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Jessica Pinheiro
Juliana Melguiso
Paloma Pinheiro)
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