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“O sacrifício daqueles 300 espartanos é um exemplo de honra”, diz autor de Portões de Fogo
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“O sacrifício daqueles 300 espartanos é um exemplo de honra”, diz autor de Portões de Fogo

Romance histórico é leitura obrigatória no treinamento dos Marines dos EUA

Cesar Gaglioni
Cesar Gaglioni
01.nov.18 às 20h40
Atualizado há mais de 6 anos
“O sacrifício daqueles 300 espartanos é um exemplo de honra”, diz autor de Portões de Fogo

Em 1998, o autor Steven Pressfield lançou Portões de Fogo, romance histórico que remonta a história dos 300 de Esparta e da Batalha das Termópilas. O livro, que está sendo republicado no Brasil pela Editora Contexto, é leitura obrigatória no treinamento da Marinha dos EUA, e continua sendo um sucesso de vendas no mundo todo. Conversando com o NerdBunker, Pressfield contou que tudo começou com um livro de US$ 1,25.

“Isso vai ser decepcionante”, conta, “mas eu li o relato de Heródoto em um volume de bolso da Penguin Books que me custou US$ 1,25. Sempre fui fascinado pela mitologia grega, a Odisséia, a Ilíada, tudo isso”, completa.

Uma passagem específica deste livro chamou a atenção de Pressfield. Nela, Heródoto, historiador grego que viveu entre 485 e 425 a.C., relata como o batalhão de 300 homens espartanos liderados pelo Rei Leônidas, se depararam com milhares e milhares de flechas atiradas pelo exército persa de Xerxes I, evento que, supostamente, teria ofuscado a luz do sol e levado o general Dieneces a fazer uma piada com o assunto.

“Essa foi a semente de Portões de Fogo”, disse o autor, “eu decidi que queria contar essa história, a história dessa batalha, com Dieneces como o personagem principal".

Para Pressfield, escrever um romance baseado em eventos reais não é um fator limitante para sua criatividade. “Você sabe o que vai acontecer”, explica, “e então você tem de pensar sobre o tema dessa história, sobre o herói dela, sobre o que ela significa”.

Eu tenho um amigo, Randall Wallace, ele escreveu o filme Coração Valente. Um dia fui perguntar sobre as pesquisas que ele faz para esse tipo de projeto. Ele me explicou que faz o mínimo possível. Ele me ensinou que a história é tudo. Qual é o começo? Qual é o meio? Qual é o fim? Quem é o herói? E a partir disso, ele encaixa esses elementos dentro do contexto histórico.

O autor diz que a Batalha das Termópilas ensina valores universais e eternos, e por isso acredita que seu livro continua um sucesso, sendo leitura obrigatória no treinamento militar dos Marines dos EUA e em outras forças armadas ao redor do mundo. “Sabendo o que sabemos da Batalha das Termópilas, nós nos perguntamos ‘como eles fizeram isso? Que código de honra, filosofia ou treinamento fez com que eles agissem com uma coragem exemplar e até imortal?’”.

A resposta para essas perguntas são eternas. Honra; a vergonha de ser visto como alguém menor; o amor pelos companheiros de batalha e uma dedicação para o bem maior de toda a Grécia, não só da cidade de Esparta. Essas virtudes da guerra são eternas. É por isso que os soldados e os Marines, não só dos EUA, aspiram por esses valores. É por isso que uma história como a dos Espartanos das Termópilas, que aconteceu há 2.500 anos, pode ser vista como uma lenda moderna. O sacrifício daqueles 300 espartanos relatado em Portões de Fogo é um exemplo poderoso, e imortal, desses valores.

Vinte anos depois do lançamento de Portões de Fogo, Pressfield acredita que sua escrita piorou desde então. “Eu não sabia o que estava fazendo nos meus três primeiros livros, eu os escrevi por instinto. E desde então nunca escrevi algo tão bom quanto eles. Talvez deveríamos permanecer jovens e estúpidos, parece funcionar melhor”, explica.

Portões de Fogo já está disponível nas lojas brasileiras.

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