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Depois de 15 anos e uma talagada de filmes como a cola que liga os Vingadores, é até difícil lembrar que o Nick Fury de Samuel L. Jackson nunca estrelou, sozinho, uma produção da Marvel. Tal fato é, para muitos, a grande expectativa em torno de Invasão Secreta, série que estreia no próximo 21 de junho, trazendo Fury lidando com uma ameaça dos alienígenas Skrull à Terra. A boa notícia é que, sim, não só Samuel L. Jackson prova que ainda tem muita lenha para queimar, como a trama de espionagem se revela uma das gratas surpresas da franquia no streaming, com um início promissor.
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O Nerdbunker conferiu, em primeiríssima mão, os dois primeiros episódios da série, e garantimos que a espera de mais de uma década é compensada com uma abertura frenética. Só nos primeiros minutos, descobrimos que um grupo rebelde de skrulls se infiltrou na Terra e está disposto a dominar o planeta por meio de ataques terroristas para desestabilizar a paz mundial. Os alienígenas tornam-se ainda mais perigosos pela habilidade de replicar qualquer forma humana. Nick Fury vê-se, então, obrigado a voltar do auto imposto exílio no espaço para resolver a confusão.
Como é de se esperar, Samuel L. Jackson domina a série, mais confortável do que nunca no papel do espião. Invasão Secreta dá ao ator a chance de brilhar trazendo também o frescor de vermos um Fury diferente do f*dão sarcástico dos Vingadores. Agora, ele é tratado como uma relíquia obsoleta em um tempo onde os vilões não são às claras, como um titã roxo com uma Manopla do Infinito.
A série reserva até um espaço para mergulhar nas contradições do herói, já que, apesar do heroísmo, o próprio Fury é o responsável revolta skrull ao não cumprir a promessa de achar um novo lar para a espécie, assim como a sempre sumida Carol Danvers (Brie Larson).
Kingsley Ben-Adir lidera skrulls rebeldes. Crédito: Marvel Studios/DivulgaçãoO espectador mais criterioso pode julgar que o argumento do “espião aposentado que se vê forçado a voltar à ação em um mundo que mudou" é mais velho do que andar em pé (e de fato é), mas o carisma de Jackson compensa com o espião fazendo o que sabe melhor: espiar.
Nesse sentido, mergulhamos no lado urbano do MCU, longe dos grandes eventos cósmicos e das batalhas de lasers e magia. A comparação mais próxima no próprio universo Marvel seria Falcão e o Soldado Invernal (2021), o que guarda um dos trunfos mais interessantes da produção.
Assim como a trama estrelada por Anthony Mackie e Sebastian Stan, Invasão Secreta faz um excelente trabalho em situar o MCU dentro do “mundo real”, na medida do possível. Os dois episódios abordam também os conflitos políticos ocorrendo no planeta, e como a existência de heróis e vilões entre a sociedade altera a frágil estabilidade das relações internacionais.
É neste contexto que surgem boas adições ao MCU, como a moralmente ambígua espiã britânica Sonya (a excelente Olivia Colman, de The Crown), e os skrulls G’iah (Emilia Clarke) e Gravik (Kingsley Ben-Adir), à frente da facção rebelde. Ben Mendelsohn retorna como Talos, replicando a divertida dinâmica com Fury já vista em Capitã Marvel (2019), além, claro, dos sempre fiéis Maria Hill (Cobie Smulders) e Rhodey (Don Cheadle).
Rostos conhecidos como Maria Hill retornam na série. Crédito: Marvel Studios/DivulgaçãoMesmo com o senso de urgência em alta, Invasão Secreta equilibra o andamento focando mais em diálogos e sequências de tensão do que em ação propriamente dita. O primeiro episódio deve, inclusive, deixar muitos fãs na ponta da cadeira com uma eletrizante perseguição que ilustra bem o quão assustadora a chegada dos skrulls pode ser. Resta acompanhar se a experiência chefiando os Vingadores conduzirá Fury a um fim digno, ponto fraco das produções do Marvel Studios para streaming.
Invasão Secreta chega com dois episódios para streaming em 21 de junho, no Disney+. Ao todo, a trama terá 6 capítulos, exibidos de forma semanal.
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Jessica Pinheiro)
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