Homem-Aranha Através do Aranhaverso está chegando aos cinemas trazendo uma penca de versões alternativas do nosso querido Amigão da Vizinhança. Uma das variantes mais celebradas pelos fãs é o Homem-Aranha 2099, que vai ganhar destaque nas telonas mais de 30 anos após sua estreia nas HQs. Um feito e tanto para um herói que iniciou e encerrou todo um universo.
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Em 1992, a Marvel decidiu investir em uma nova linha de gibis situados no distante ano de 2099. Usando um futuro distópico como cenário, a editora apresentou personagens inéditos que herdaram o nome dos grandes medalhões da casa. A estratégia foi colocada à prova com Spider-Man 2099 #1, revista que inaugurou o chamado Universo 2099 com Miguel O’Hara, o Cabeça de Teia do futuro.

A HQ escrita por Peter David (Hulk: Futuro Imperfeito) e desenhada por Rick Leonardi (X-Men) estabeleceu o novo Amigão da Vizinhança com uma série de diferenças em relação ao original. Em primeiro lugar, seus poderes não vieram da mordida de uma aranha radioativa, mas sim de um experimento sabotado para matá-lo.
O herói era cientista na maligna corporação Alchemax, que o contratou para um projeto de aprimoramento genético baseado no DNA do Homem-Aranha original. As coisas começam a complicar quando a empresa exige um teste do projeto em um ser humano, o que acaba com a morte da cobaia. Furioso com o acontecimento, Miguel tenta se demitir, mas acaba chantageado a ficar por um chefe que o droga com uma substância altamente viciante vendida exclusivamente pela Alchemax.
Miguel finge que aceitou continuar no projeto apenas para manter acesso ao laboratório. Na mesma noite, ele volta ao local para tentar reescrever o próprio DNA e voltar a ser quem era antes da droga impregnar em seu sistema. O experimento é sabotado por um de seus funcionários, que tentou matá-lo ao misturar o DNA aracnídeo à mistura. O herói sobrevive, mas sofre uma mutação que lhe confere garras nas mãos e nos pés, agilidade e super-força. Assim nasce um novo Homem-Aranha.
Para manter sua identidade em segredo, ele veste uma fantasia que comprou quando foi festejar o Dia dos Mortos. Além de preservar o anonimato, a roupa é perfeita por ser feita de um tecido de moléculas instáveis – o mesmo usado nos trajes do Quarteto Fantástico. Com isso, ele poderia saltar Nova York afora sem se preocupar que as garras rasgassem suas roupas.

Com novos poderes, vêm velhos inimigos
Esse foi o ponto inicial não apenas do Homem-Aranha 2099, como de todo o Universo 2099, que se desenrolou ao longo de diversas revistas. O carro-chefe da empreitada foi a revista de Miguel O’Hara, que se tornou queridinha do público e é lembrada até hoje como o ponto alto da iniciativa.
Na publicação, ele se tornou uma espécie de campeão do povo, lutando contra a opressão da Alchemax e incentivando todos a fazerem o mesmo. Para isso, ele usa superpoderes que se dividem entre os que herdou do Homem-Aranha original e outros inéditos.
Além das já esperadas superforça e agilidade, ele conta com um fator de cura e uma versão avançada do Sentido Aranha, que permite que ele veja no escuro – o que causa maior sensibilidade à luz. Além disso, Miguel tem teias orgânicas, presas e garras que expelem veneno paralisante.
Ele coloca todo esse conjunto à prova contra vilões novos e versões repaginadas de clássicos inimigos do Cabeça de Teia. Com isso, ele luta com variantes novinhas de Abutre, Venom e tem até um Duende para chamar de seu.

As boas vendas da revista, no entanto, não impediram que o Universo 2099 chegasse ao fim. Graças a uma série de fatores – incluindo uma crise financeira que quase faliu a Marvel –, a linha perdeu autores e títulos até chegar ao fim oficialmente em 1998 com 2099 - Manifesto Destino. A revista mostra ninguém menos que o Capitão América acordando no futuro, se tornando o novo Thor e reunindo um novo time de Vingadores.
O fim não é o fim
É claro que o fim do Universo 2099 não encerrou a carreira heróica do Homem-Aranha 2099. Miguel O’Hara fez diversas aparições no universo Marvel desde então, com destaque para uma parceria com os Exilados, nome de uma equipe composta por heróis vindos de universos diferentes.
Porém, ele só retornou ao Universo Marvel dos quadrinhos em 2013, no título Homem-Aranha Superior. A rápida participação não apenas trouxe o personagem de volta, como se tornou o ponto de partida para uma nova revista solo, escrita por ninguém menos que Peter David, seu criador original. A revista durou um ano e fez parte da saga do Aranhaverso nas HQs.

O primeiro encontro entre Homem-Aranha 2099 e Peter Parker
Curiosamente, a saga do Aranhaverso não foi a primeira vez em que o Homem-Aranha 2099 ficou cara a cara com o Peter Parker que conhecemos. Os dois teiosos se encontraram em uma revista especial lançada em 1995. A história começa como uma espécie de Sexta-Feira Muito Louca em que um herói acorda no lugar do outro.
Com esse início, a história dá a Miguel O’Hara a chance de viver um dia nos anos 1990, enquanto Peter Parker precisa lidar com o distópico futuro de 2099. Após enfrentar vilões um do outro, eles se encontram em um futuro ainda mais distante para descobrir que foram trocados por um Duende Macabro viajante no tempo que queria destruí-los.

Homem-Aranha 2099 em Aranhaverso 2
Anos após conhecer Peter Parker nas HQs, o Homem-Aranha 2099 voltará a encontrar heróis teiosos em Homem-Aranha Através do Aranhaverso. De acordo com os trailers e sinopses, Miguel O’Hara é o responsável por criar a Sociedade Aranha, o local onde todos os Seres-Aranhas se reúnem. Aparentemente, é quem recruta Homens, Mulheres (e Criaturas) Aranha para a iniciativa.
Porém, o papel dele na nova aventura parece não ser apenas amigável. Ao que parece, ele tentará convencer Miles Morales a abrir mão de um ente querido para que o universo sobreviva. Como o garoto se recusa, eles entram em rota de colisão.
Homem-Aranha 2099 além das HQs
O fato de Homem-Aranha Através do Aranhaverso dar destaque ao Homem-Aranha 2099 põe fim a uma injustiça de quase quase duas décadas. Isso porque em 1999, o herói quase ganhou uma série animada própria, uma ideia que acabou descartada após a bem-sucedida estreia de Batman do Futuro. Com isso, a animação do Aranha 2099 foi remodelada para virar Homem-Aranha: Ação Sem Limites, seriado que durou 13 episódios e não é lembrada como um grande clássico pelo público.
Porém, vale lembrar que Miguel O’Hara fez sim aparições fora das HQs. Nas animações, ele apareceu em Ultimate Spider-Man, quando a série fez uma adaptação do Aranhaverso. Ele também fez sua estreia nos cinemas em 2019, na hilária cena pós-créditos de Homem-Aranha no Aranhaverso.

Além disso, o Homem-Aranha 2099 é figurinha carimbada nos games. Ele ganhou destaque em Spider-Man: Shattered Dimensions (2010), Spider-Man: Edge of Time (2011), Lego Marvel Super Heroes 2 (2017), além de ser uma das skins dos jogos Marvel's Spider-Man (2018) e The Amazing Spider-Man 2 (2014).
Agora, resta saber o que o futuro reserva a Miguel O’Hara após Homem-Aranha: Através do Aranhaverso. A aguardada animação chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (1).