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Hazel Sky | Review
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Hazel Sky | Review

Com história e gameplay inteligentes, o jogo brasileiro entrega uma experiência curta com charme único

Tayná Garcia
Tayná Garcia
21.jul.22 às 11h45
Atualizado há mais de 2 anos
Hazel Sky | Review

Desenvolvido pelo Coffee Addict Studio, Hazel Sky é um jogo brasileiro de aventura que, com história e jogabilidade ambiciosas, entrega uma experiência com charme único.

O protagonista é Shane, um garoto levado pelo pai a uma ilha misteriosa, onde terá que passar por três testes de habilidades para se tornar um Engenheiro — papel considerado extremamente importante no universo do título.

Os testes são uma tradição da cidade de Shane. Embora considerados perigosos e letais, eles são cruciais para o funcionamento e a ordem do local. No entanto, há mais mistérios do que parece por trás de tudo, e o garoto acaba em uma jornada de autodescobrimento.

Engenharia e exploração

Com essa premissa, o objetivo de Hazel Sky é superar os testes de habilidades, que colocam o jogador em situações como reparar máquinas, utilizando ideias básicas de engenharia, e explorar ilhas em busca de recursos para os consertos.

Encontrar os suprimentos necessários requer que você seja curioso e explore os locais com atenção, desvendando quebra-cabeças de ambiente que têm uma lógica simples, mas são desafiadores na medida certa.

O mesmo pode ser dito do conteúdo opcional do game, que consiste em coletáveis escondidos pelos cenários, que oferecem mais informações sobre outras pessoas que passaram nas ilhas e fizeram os mesmos testes.

Apesar de ser o foco na trama, a engenharia é apresentada de forma bem simples e direta no gameplay

A jogabilidade conta com câmera em terceira pessoa e mecânicas voltadas para exploração. Shane pode nadar, escalar estruturas e interagir com diversos objetos dos ambientes, o que dá uma boa sensação de liberdade. Os elementos do gameplay funcionam bem juntos, mas são levemente truncados. Nada que prejudique a experiência como um todo, mas os comandos poderiam ser mais fluidos.

Já os cenários são bem pensados. Cadáveres, coletáveis e pequenos detalhes nos ambientes adicionam camadas narrativas aos olhares mais atentos, oferecendo mistérios e questionamentos a todo momento. Isso ajuda a manter quem está com as mãos no controle intrigado com o que está acontecendo por trás dos testes. Ao avançar na história, não demora para Shane se deparar com cadáveres de familiares, que falharam nos testes no passado, o que adiciona um aspecto sombrio à atmosfera do jogo, apesar da paleta de cores vibrante que percorre as ilhas.

No entanto, a trilha sonora não acompanha o mesmo tom. Com foco em acústico no violão, as músicas estabelecem um clima de aventura fofa e relaxante, mas encontrar primos mortos no caminho e descobrir mentiras da família não combinam muito com isso.

Não sabemos o que aconteceu com Paul, o primo de Shane, mas coisa boa não foi...

Hazel Sky oferece texto, legendas e dublagem em português brasileiro. As atuações de vozes são convincentes, mas oscilam em alguns momentos e não entregam a emoção necessária para as cenas. Isso aconteceu poucas vezes, mas foi suficiente para causar uma quebra de imersão, me tirando do game por alguns segundos.

Além disso, há itens importantes de quebra-cabeças que estão em inglês e não há como mudar isso. Por exemplo, um tecido é o recurso de um dos testes e está escondido dentro de uma caixa que estampa a palavra “cloth” na parte externa, o que prejudica aqueles que não sabem a língua inglesa.

Por fim, música é uma parte importante da história, tanto que o jogador pode encontrar partituras e até interagir com um violão para tocá-las. As faixas ainda têm ligação com a narrativa (e até enigmas), mas todas também estão em inglês.

Aventura com charme único

Hazel Sky não é um jogo perfeito. No entanto, é um título com muita personalidade, que não tem medo de explorar uma história mirabolante e complexa em um universo com conceitos próprios, além de apresentar uma jogabilidade divertida.

Apesar de ser relativamente curta, com conteúdo que dura entre três e seis horas, é uma experiência que consegue ser densa e profunda de um jeito simples e cativante — mesmo abordando temas sombrios aqui e ali.

Shane não é o único personagem jogável, mas vamos parar de falar sobre isso para não estragar nenhuma surpresa

Todo o suspense da atmosfera que é moldado de forma gradual durante o jogo chega ao ápice no capítulo final. Tudo o que Shane (e você!) vivenciaram nas ilhas é colocado à prova em um desfecho contemplativo e aberto a interpretações, o que conversa com o que foi construído na narrativa até então e surpreende com reviravoltas até o último segundo.

No fim, Hazel Sky é aquele tipo de game que, mesmo após finalizar a história, ainda fica com o jogador por um tempo. Principalmente com aqueles que gostam de fazer teorias.


Este review foi feito com uma cópia cedida pela Neon Doctrine.

Hazel Sky está disponível para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One, Nintendo Switch e PC.

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