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Halo Infinite | Review
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Halo Infinite | Review

Mundo aberto, gancho e campanha segura garantem o sucesso do melhor Halo feito pela 343 Industries

Claudio Prandoni
Claudio Prandoni
06.dez.21 às 16h52
Atualizado há cerca de 1 ano
Halo Infinite | Review

Pode parecer tentador reduzir Halo Infinite a um ‘Halo de mundo aberto’ que deu certo, mas o novo jogo da 343 Industries é muito mais do que isso. Em primeiro lugar, ele é sim o melhor jogo do estúdio, criado em 2007 justamente para cuidar da franquia após a Bungie encerrar os trabalhos no universo de Master Chief e companhia.

Além disso, e aqui o impacto é mais profundo, Infinite também reinventa a experiência de Halo de uma maneira que tanto promove um resgate dos primórdios da série quanto inova e estabelece uma base muito promissora para o futuro.

Um gancho perfeito para lutar

O principal atrativo de Halo sempre foi sua jogabilidade e é um alívio ver como a 343 acertou em cheio com Infinite. Controlar Master Chief é algo prazeroso e seguro, os movimentos do personagem transmitem uma segurança que ajuda a ter certeza do que você está fazendo, qual o timing de cada ação e como se planejar melhor para cada combate.

Isso vale também o arsenal do game, sempre um destaque em qualquer episódio de Halo. Cada arma tem estilo e funções distintas e o design de jogo sempre te incentiva a usar modelos diferentes e arriscar novas estratégias, o que ajuda a manter os duelos diferentes. Até é possível se prender a alguns poucos modelos e experimentar pouco nas batalhas, mas Halo Infinite recompensa a ousadia ao apresentar maneiras diferentes (e muitas vezes mais práticas) de lidar com inimigos, especialmente usando algumas interações do cenário, como rampas, buracos e caixas explosivas.

O grande destaque neste departamento, porém, é o novo gancho acoplado ao braço de Master Chief. O recurso funciona tão bem que é difícil imaginar que já não era parte dos episódios anteriores.

Em um primeiro momento, o gancho ajuda a alcançar plataformas mais altas, mas isso é só a pontinha desse iceberg. Rápido e prático, o arpéu ajuda na locomoção mais rápida pelo cenário de forma geral, seja para explorar, seja para atacar e se defender. É muito mais fácil usar o gancho para escalar uma construção ou só acertar o chão mais distante e escapar para longe do que sair correndo.

Não só isso, o gancho também é uma arma e você pode acoplar em inimigos para se lançar a eles e acertar um socão. Com algumas melhorias, dá até para paralisar adversários e usar a ferramenta não só para se locomover, mas também controlar grupos de oponentes.

Master Chief em Halo Infinite Master Chief volta à ação com novas habilidades e o gancho rouba a cena como uma ferramenta que muda toda a dinâmica de jogo

Master Chief também conta com outros dispositivos e habilidades para coletar, evoluir e usar a qualquer momento, como uma barreira portátil, um sensor de inimigos e um empurrão, um dash (um salto rápido) para atacar, se defender e também fugir de emboscadas. Ainda assim, nada brilha tanto quanto o gancho, que muda completamente e aprofunda a dinâmica de combate e locomoção em Halo.

Enquanto de um lado temos toda essa inovação, por outro Infinite preserva tudo que fez a série ser sucesso nas décadas anteriores. Veículos marcam presença constante e ganham ainda mais importância por conta do tamanho do mapa do game.

Os duelos contra inimigos e chefes se intercalam entre grandes arenas e corredores, todos sempre cheios de obstáculos e construções para usar de cobertura. As missões são sempre bem objetivas e geralmente envolvem ir de um ponto a outro do mapa para acionar algo - e detonar todos os inimigos no caminho. Enquanto algumas missões são bem lineares e sem muito espaço para exploração, há outras que possibilitam quem joga criar abordagens e estratégias diferentes ao explorar o mundo aberto do Zeta Halo, o cenário da aventura.

Imagem de Halo Infinite Boa parte das missões opcionais no mundo aberto envolve capturar bases dos inimigos - as estratégias são infinitas!

Aliás, achei emblemático e bonito como essa reinvenção de Halo se dá  em um cenário tão parecido com o do primeiro game da série. A objetividade do jogo é grande, de simplicidade e inocência que na real são possibilitados pelo excelente trabalho de renovação feito pela 343, que soube exatamente desta vez o que devia manter e o que mudar para modernizar toda a experiência e também criar uma base sólida para expandir no futuro. Dá para imaginar fácil os próximos anos de Halo  incorporando essa estrutura de mundo aberto com cenários diferentes.

O que me leva a minha principal reclamação sobre a campanha: falta variedade de ambientes. Ao longo das pouco mais de 10 horas de história (sem focar muito nas missões secundárias) você está ou explorando os campos verdejantes do Zeta Halo ou correndo por corredores metálicos dentro de naves e outras construções. Enquanto os combates conseguem sim garantir uma ótima variedade de desafios e situações, não senti o mesmo com relação aos cenários. Sim, é tudo muito bonito e mesmo eventuais problemas de ‘pop up’, com elementos distantes de cenário aparecendo do nada (e jogando no Xbox Series X), não incomodam ou atrapalham. Mas percorrer quilômetros de cenários parecidos por horas pode soar repetitivo e entediante para alguns em sessões longas de jogo.

Master Chief joga seguro

Depois de narrativas confusas e complicadas nos últimos episódios numerados, especialmente com toda a confusão ao redor de Locke em Halo 5 e uma tentativa rasa de pintar Master Chief como vilão, achei reconfortante ver uma história menos ousada e até clichê em Infinite.

Ainda que simples, a trama é bem contada e acredito que neste caso isso tem muito mais valor do que um enredo complexo e complicado. Infinite joga muito com o passado da série, focando no que sempre foi a principal tensão da franquia, o relacionamento entre Master Chief e a inteligência artificial Cortana.

Imagem Não se deixe enganar pelas aparências: a história de Halo Infinite joga seguro, mas também reserva surpresas e mistérios

Obviamente, não vou entrar em spoilers, mas a aventura leva em conta tudo que aconteceu em Halo 5 e leva isso adiante com pitadas de mistério enquanto a facção mercenária Banidos (que já apareceu em Halo Wars 2) caça o herói verde de forma incessante e vigorosa.

Talvez para diluir a tensão dessa caçada e o eventual tédio das longas caminhadas, achei curioso como Halo Infinite é pontuado por muito humor e piadinhas por parte do elenco de apoio, seja a nova inteligência artificial, seja o piloto Echo 216, que auxilia Master Chief pelo caminho - aliás, até o próprio Spartan caladão solta uma brincadeira irônica vez ou outra.

E o multiplayer de Halo Infinite?

Bom, ao que parece, o lançamento da campanha de Halo Infinite não impacta o que já vem sendo feito com o modo multiplayer do game, lançado de graça e já disponível tanto no Xbox One e família Xbox Series quanto no PC. Ou seja: caso você tenha algum interesse nesta modalidade, não há muito que eu possa acrescentar aqui que supere a experiência de você baixar e jogar de graça o multiplayer.

Ainda assim, deixo minhas considerações. O modo multiplayer parece seguir filosofia parecida com a história da campanha, focando principalmente em entregar uma experiência simples e muito caprichada, que conversa diretamente com a essência frenética e competitiva dos multiplayer dos primeiros Halo.

Além disso, em pouco menos de um mês de disponibilidade já vimos a 343 Industries acertar e também errar, mas, especialmente, ser rápida em fazer mudanças e conversar com a comunidade, um esforço claro para mostrar que está atenta e quer fazer o multiplayer funcionar bem.

Além de algumas novas habilidades especiais e um modo 12 contra 12, os duelos online de Halo Infinite adotam a fórmula free-to-play consagrada de outros jogos como serviço hoje em dia, como Fortnite, PUBG e outros jogos de tiro e até MOBAs, oferecendo diversos itens para desbloquear em passes de batalha. Quanto mais jogar, mais itens você abre e há opção de um passe premium para comprar com dinheiro de verdade e que oferece itens diferentes.

Veículos de Halo Infinite Veículos continuam sendo parte importante da campanha de Halo Infinite: um Banshee voando pelo cenário ajuda muito no mundo aberto do Zeta Halo

Denso e promissor

Vejo Halo Infinite como um tremendo sucesso para a Microsoft e um jogo já feito sob medida para a era do Game Pass. A jornada de Master Chief pelo Zeta Halo é densa e cheia de segredos para explorar ao longo de um vasto cenário. As muitas possibilidades de habilidades incentivam a jogar de novo em dificuldades maiores e com modificadores.

Por sua vez, o complemento gratuito do multiplayer online também conquista pelos embates intensos e diretos, de controles afiados, e muitos itens para desbloquear.

Com tudo isso, sinto que finalmente a 343 Industries honra a difícil missão de suceder a Bungie no comando da série Halo e entrega tanto um jogo que honra o legado da franquia, mas que também prepara o caminho para jornadas mais épicas e lutas ainda mais difíceis e empolgantes para terminar no futuro.


O jogo está disponível no Magalu, garanta! Caso compre o game pelo nosso link, o Jovem Nerd pode receber comissão. 

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