Com 11 jogos já lançados, Far Cry é uma daquelas franquias que já temos uma ideia do que esperar a cada projeto anunciado.
E com Far Cry 6 não é diferente. O game promete reciclar a fórmula e os elementos que funcionaram em seus antecessores, mas dando uma pequena mexida em alguns aspectos.
Para entender melhor o que vem aí, tivemos a oportunidade de conferir as primeiras horas do jogo e conversar com Ben Hall, diretor de mundo aberto, e Stephanie Brenham, líder da equipe de programação 3D.
Mais um Far Cry, mas com mexidas no DNA
A história de Far Cry 6 é ambientada em Yara, uma nação governada por Antón Castillo, um tirano que não tem receio de sujar as mãos de sangue para conseguir o que quer.
O jogador é Dani Rojas, um guerrilheiro (ou guerrilheira) que precisa ajudar as forças rebeldes do local para desmantelar as forças do temido El Presidente e colocar um fim em seu governo de terror.
Mas é claro que não será tão fácil assim, e Dani também não estará sozinho: terá uma porrada de NPCs com missões e atividades para ajudá-lo a ficar forte o suficiente para a tarefa.

As primeiras horas contaram com uma boa quantidade de missões de história, que já mostraram um padrão: bem compridas e focadas em ação. Além de apresentarem constantemente personagens divertidos e lunáticos.
Destaque para Juan Cortez que, poucos minutos depois de conhecer Dani, já manda seu jacaré de estimação, que usa moletonzinho, matar um inimigo.
O jacaré também faz parte de uma nova mecânica: os animais companheiros. Ao decorrer do game, será possível desbloquear alguns bichanos para ajudar nas lutas, como um cachorrinho de cadeira de rodas e um galo assassino.
A jogabilidade, de forma geral, mantém a estrutura dos outros títulos da franquia, adicionando poucas mudanças, como um celular para marcar inimigos, cavalos que podem ser usados de montaria e uma habilidade suprema.
Há espaço para abordagem furtiva também, mas (como era de se esperar) o estilo Rambo continua o mais prazeroso em um Far Cry.

Em relação à narrativa, deu para perceber que há um tom diferente dos outros Far Cry. Dani é apenas mais um no meio dos guerrilheiros, e esse mundo — a nação Yara — vive independente dele.
A impressão que fica é que não há uma relação direta entre o protagonista e o vilão desde o início do jogo, o que era um dos pontos fortes de seus antecessores, desde Far Cry 3 com Vaas.
Pelo menos nas primeiras horas, não houve aproximação direta entre os dois, o que fez perder aquela sensação de que o antagonista poderia aparecer a qualquer momento.
Só que, se pensar pelo contexto da história, faz sentido. Afinal, Antón é o presidente e, obviamente, não vagará pela ilha sozinho apenas para cutucar as feridas de Dani.
Mundo aberto ambicioso
Apesar de sentir falta de uma relação entre Dani e Antón, isso se reflete na maneira como o mundo aberto de Far Cry 6 é construído.
Segundo o diretor Ben Hall, Yara é o mapa mais ambicioso de todos os Far Cry. E acredite: é realmente enorme.
Mas o desenvolvedor não disse “ambicioso” por conta de seu tamanho. Dividido por várias regiões e ilhas, a ideia é que Yara pareça uma nação de verdade.
“[Yara] foi baseada na ideia de construir uma nação pela qual você pode lutar como um guerrilheiro. [...] Então, todos os sistemas que você espera ver em um país totalmente operacional está presente e adiciona novas camadas de gameplay, mais verticalidade por exemplo. Os postos também dão margem para diferentes tipos de abordagem, o que afeta muito o ritmo de um jogo como Far Cry”.
Com isso, o mundo aberto tem o objetivo de incentivar os jogadores à exploração, para evitar que apenas avancem de missão a missão.
Os desenvolvedores, então, buscaram tornar esse universo mais imersivo e chamativo, “misturando elementos que os fãs gostaram de títulos anteriores com novidades e aproveitando a alta performance dos consoles atuais”.
Yara é um mundo vivo que não foi criado pensando no jogador, e é Dani que precisa se adaptar às suas regras (e não ao contrário). Um dos exemplos dados por Hall é o novo sistema de coldres, em que é possível guardar e esconder suas armas em áreas de forte militarismo para não arranjar encrenca gratuita.
Outra novidade foi explicada por Stephanie Brenham, que lidera a programação 3D, que adiciona “uma camada extra de detalhe no mundo aberto”: o sistema dinâmico de tempo.
Os climas causam efeito em outros elementos e até NPCs. A chuva, por exemplo, pode apagar e dissipar venenos, causando consequências para o jogador, que pode usar isso ao seu favor durante a gameplay.
O que esperar de Far Cry 6?
Existe um potencial imenso para Far Cry 6 ser o maior capítulo da franquia, principalmente em termos de mundo aberto.
A ambientação resgata aquele sentimento de ilha altamente perigosa de Far Cry 3, e o mapa é realmente gigantesco e repleto de atividades opcionais.
Já a história é uma incógnita, por ter um tom diferente e não deixar tão claro qual caminho seguirá. Ao contrário de outros vilões da saga, que esbanjam excentricidade, Antón é mais imponente, impiedoso e fatal.
Só nos resta esperar para ver como será a experiência completa de se tornar um guerrilheiro nesse universo.
Far Cry 6 será lançado no dia 7 de outubro para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S, Stadia e Luna.