Logo do Jovem Nerd
PodcastsVídeos
Dragon Ball Z: Kakarot | Review
Games

Dragon Ball Z: Kakarot | Review

Apesar dos tropeços, Kakarot guarda boas surpresas para os jogadores

Jeff Kayo
Jeff Kayo
24.jan.20 às 13h28
Atualizado há mais de 1 ano
Dragon Ball Z: Kakarot | Review

Dragon Ball Z: Kakarot é uma ode a um dos animes mais populares de todos os tempos. Criado por Akira Toriyama, mesmo quem nunca assistiu a um episódio do anime (ou leu o mangá) conhece um pouco da história de Goku, sua ambição de sempre ir em busca de adversários mais fortes, suas inúmeras transformações e a gritaria que as acompanham.

O que a Cyberconnect2 tentou aqui foi apresentar uma visão mais completa da obra, através de um RPG de ação com tudo que a fase Z de Dragon Ball já ofereceu em outras mídias. Vale lembrar que a empresa foi responsável pela série Naruto Ultimate Ninja e Naruto Ultimate Ninja Storm — tidas como as melhores adaptações de animes para games.

O coração parece estar no lugar certo, mas a impressão que dá é a de que faltou alguma coisa, principalmente aquele exagero característico dos jogos da CC2. Fiquei em dúvida se era pelo fato do próprio Dragon Ball Z já ser um exagero por si só, ou se os desenvolvedores não tiveram a mesma liberdade para recriar algumas das cenas mais memoráveis da saga como fizeram em outros jogos.

Um lado de Vegeta que não costumamos ver

Sem as tradicionais “cutscenes jogáveis” (os quick time events) que ficaram famosas nos demais jogos da empresa, o que temos em Kakarot é um misto de conversas que acontecem durante o combate (um tanto difíceis de acompanhar, já que a câmera móvel normalmente foca o personagem principal da batalha), sequências realizadas com os gráficos do jogo (em tempo real, com janelas de diálogos e vozes) e cutscenes bonitas que se mantém muito próximas do original animado.

O que mais incomodou foi a falta de uma maior dramaticidade durante momentos cruciais do game. A morte de Chaos, o bonequinho de porcelana que anda com Tenshinhan para cima e para baixo, ou mesmo a clássica pose fetal de Yamcha quase passam despercebidos. E prepare-se, porque esses não são os únicos momentos em que o game falha com o jogador — mas fiquem tranquilos que a transformação em Super Saiyajin contra Freeza continua linda.

Em certos pontos, o game deixa de ser interativo e transforma-se num simples episódio resumido. O primeiro deles acontece durante o final da saga de Freeza, em Namek, quando o plano do Sr. Kaioh precisa ser explicado e posto em prática. Juntando todos os interlúdios, são quase dez minutos de conversa e nenhuma interação. Nos androides e na fase final, de Majin Boo, acontecem coisas semelhantes. Não chega a estragar a diversão, mas é algo incomum dentro dos trabalhos do estúdio.

Saiyaman também está presente em DBZ: Kakarot

A história é aquela mesma que todos conhecemos de anos e anos acompanhando e reassistindo a série. No entanto, é nos momentos livres de diversão com os desafios secundários (e não obrigatórios) do game que somos apresentados a um conteúdo inédito e inusitado dentro da Saga Z. Dentre eles, por exemplo, a participação de Towa e Mira, os vilões de Dragon Ball Xenoverse e, anteriormente, Dragon Ball Online (inédito no ocidente). Surpresas desse tipo são sempre bem vindas.

Uma pena que passagens como o Caminho da Serpente e alguns dos treinamentos mais icônicos de Son Goku não passem de simples caixas de texto dentro de Kakarot. Por ser um RPG, esses momentos de acumular experiência se encaixariam muito bem no jogo. Uma pena.

Combate: a alma de um RPG

Dragon Ball Z: Kakarot conta com um sistema de combate que parece simples à primeira vista, mas evolui junto com o jogador. Aos poucos, aprendemos que não se trata de um combate simples, cujo apertar do mesmo botão o tempo todo garante a vitória, como as primeiras horas de jogo podem sugerir.

Não é tão fácil assim soltar um golpe especial

O layout de comandos é simples, com um botão para ataque, um de defesa e outro para esquivas, basicamente. Para acionar os ataques especiais e transformações de cada lutador, é preciso segurar os gatilhos ou botões de ombro do controle e abrir um menu de habilidades.

A diversão está em como você controla o fluxo de ataque e defesa, afinal, apesar de não parecer, estamos falando de um RPG e mesmo o Raditz pode dar um certo trabalho caso o jogador não consiga fugir de seus ataques especiais.

Com o tempo, o jogador aprende exatamente como atacar e usar a esquiva de maneira mais eficiente (se a esquiva acontece no momento exato do ataque, seu personagem fica em condições de contra atacar imediatamente), e mais os combates se assemelham com os vistos na televisão.

É possível jogar com um grupo de até três personagens

Quando não estiver seguindo um momento específico da história, o jogador pode escolher e personalizar seu próprio grupo de até três lutadores. Cada um dos personagens representa um estilo diferente que varia entre ataque, defesa e suporte. Não que isso influencie muito na hora do combate, mas algumas configurações de lutadores trazem benefícios extras, então é bom sempre testar combinações variadas.

Tabuleiros de comunidade, XP e as Esferas do Dragão

Para facilitar a vida do jogador dentro do mundo de Kakarot, foram criados os "fóruns de comunidade" — os Community Boards. Distribuídos em diversos formatos, cada um deles gera um tipo de bônus especial, seja na hora das batalhas, na coleta de experiência ou recompensas em geral.

Para preenchê-los adequadamente, é necessário coletar os emblemas de personagens, adquiridos após um certo tempo de campanha principal e em algumas missões paralelas. Esses emblemas também testam o conhecimento do jogador com a série original, já que a criação de certos grupos específicos podem acionar recompensas especiais.

O Community Board é como um tabuleiro

Ganhar experiência dentro de combates aleatórios no mundo aberto é o primeiro passo para a evolução dos seus personagens. Essa experiência serve para aumentar um pouco os seus status básicos, mas depois ainda é preciso desbloquear novos poderes dentro de uma gigantesca árvore de habilidades, destravadas com o uso das orbes coloridas encontradas no mundo de Kakarot.

A coleta de orbes é uma das partes controversas do game. Não que seja algo chato ou difícil de se fazer, mas é a atividade que mais distancia o jogador da experiência “Dragon Ball”. Elas estão espalhadas por todos os lugares e, sem nem perceber, estamos lá, voando atrás delas por todos os cantos do mapa. É uma experiência relaxante de certa forma, mas completamente solta dentro do game.

Desafios especiais encontrados em áreas de treinamento específicas liberam alguns golpes dos personagens. É sempre bom dar uma passadinha para ver se alguma nova habilidade pode ser desbloqueada ao custo de batalhas intensas e “Medalhas Z”, que também podem ser adquiridas no mapa.

Obviamente, as Esferas do Dragão estão no jogo

Também é possível coletar as sete Esferas do Dragão para realizar um desejo dentro de Kakarot. Claro que as opções são extremamente limitadas aqui e os desejos são pré-determinados, variando entre enfrentar novamente inimigos já derrotados, ganhar dinheiro, orbes coloridas e itens raros.

Dragon Ball Z: Kakarot não conta com a mesma quantidade de atividades que a série Xenoverse apresentava, mas garante boas horas de diversão e segredos. Hoje ele é, de longe, o jogo mais fiel em relação ao conteúdo original criado por Akira Toriyama. Apesar de algumas decepções, é sem dúvida o segundo melhor jogo inspirado na franquia — seria o melhor, não fosse um certo game de luta lançado dois anos atrás.


Este review foi feito com uma cópia cedida pela Bandai Namco, em um PlayStation 4 Pro.

Dragon Ball Z: Kakarot já está disponível para PlayStation 4, Xbox One e PC.

Encontrou algum erro neste conteúdo?

Envie seu comentário

Veja mais

Utilizamos cookies e tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossas plataformas, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao continuar navegando, você concorda com estas condições. Este site utiliza o Google Analytics para entender como os visitantes interagem com o conteúdo. O Google Analytics coleta dados como localização aproximada, páginas visitadas e duração da visita, de forma anonimizada.
Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.
Capa do podcast

Saiba mais