Mesmo perto de completar sete anos de vida, Dead by Daylight segue firme e forte com uma boa quantidade de jogadores - especialmente no Brasil. Tanto pelos seus vários personagens de filmes de terror, jogabilidade online viciante, quanto por ter uma versão de celular bastante competente, o game da Behaviour conquistou um público considerável no país.
O resultado de todo esse carinho é a introdução dos primeiros personagens brasileiros no jogo como parte da mais recente expansão, chamada de “Tools of Torment”. A DLC conta com a assassina conhecida como Negociante de Crânios, e os irmãos sobreviventes Renato Lyra e Thalita Lyra.
A adição pode até parecer inusitada, mas na real é parte de uma tendência da Behaviour de dar mais atenção aos jogadores brasileiros. Vale lembrar que o game já está inteiramente traduzido para português do Brasil e, há alguns anos, o estúdio recrutou o Youtuber brasileiro SouzaSoul ao seu programa oficial de criadores de conteúdo, os Fog Whisperers. Recentemente, o game também ganhou perfis oficiais brasileiros nas redes sociais.
Mas a chegada de personagens, claro, é muito mais empolgante, e o trio traz algumas adições bastante interessantes para o game de terror.
Quem é a assassina brasileira de Dead by Daylight?

No game, Adriana Imai é uma milionária brasileira filha de japonês. Seu pai, um homem chamado Seita, trocou a cidade de Hokkaido, no Japão, por Fortaleza, no nordeste brasileiro. Por lá, acabou conhecendo sua esposa, e juntos tiveram Adriana, uma garota brilhante, talentosa e violentamente competitiva desde cedo.
Os pais da menina tinham uma vida modesta, com Seita trabalhando em uma fábrica de dia e tentando a sorte como autor de mangás no tempo livre. Enquanto isso, Adriana foi convidada a estudar em uma prestigiada escola particular. Quando o pai perde o emprego para se dedicar às suas obras, a família cai em tempos sombrios e dificuldades financeiras.
É nesse contexto que Seita eventualmente abandona esposa e filha, deixando para trás manuscritos de uma HQ inacabada muito mais sombria que seus outros trabalhos. A trama acompanhava uma mercenária conhecida como Negociante de Crânios, que atacava suas vítimas com garras metálicas e drones.
Segundo o texto, Adriana encontra os manuscritos deixados pelo pai, e tenta entender o que se passava na cabeça dele. Já adulta, ela se torna uma empresária ambiciosa, conhecida por manipular o mercado sem medo das consequências. É só quando encontra um oponente no mundo dos negócios que seu instinto assassino desperta, se inspirando na personagem criada pelo pai para matá-lo. A partir disso, ela passa a eliminar CEOs de diversas empresas que pretende comprar, como uma vigilante deturpada.
Sua história no game é concluída durante uma dessas investidas, quando atrai um executivo para uma armadilha em um galpão abandonado no meio da floresta. Ela persegue sua vítima e o estripa com suas garras, mas nota que dois irmãos testemunharam seus crimes. Antes que consiga fazer algo, ela se vê cercada pela névoa preta que atrai todos os assassinos e sobreviventes à realidade de Dead by Daylight.
Como é jogar com a Negociante de Crânios?

É curioso até que uma teoria recorrente, inicialmente divulgada por supostos insiders, é de que a personagem surgiu como uma parceria da Behaviour com Predador que não foi para frente, com o projeto sendo retrabalhado em uma maníaca original. Isso explicaria o visual tecnológico da killer, as garras metálicas e drones, e até mesmo seu Mori, que parece saído de O Predador: A Caçada (2022). Até o momento, nada foi confirmado, sendo só especulações dos fãs.
Suas habilidades também não são das mais chamativas. A assassina não é das mais rápidas em termos de movimentação e, além de um ataque padrão com suas garras, conta apenas com drones que podem ser lançados em vários pontos do mapa. As máquinas marcam determinadas áreas, e qualquer sobrevivente que fique tempo demais nelas acaba Exposto - ou seja, passa a cair direto com um único golpe ao invés de dois.
Entre os jogadores mais engajados, sua recepção melhorou um pouco desde que foi anunciada. De início, ela parecia uma killer fadada ao fracasso por não conseguir se sustentar em perseguições. Porém, ao ritmo que mais combinações de habilidades e táticas são exploradas, fica claro que seu talento é segurar geradores.
Com builds mais focadas em controle de mapa e regressão do progresso, é possível impedir que os sobreviventes completem os cinco geradores necessários para abrir as portas de saída. Já os drones até são úteis na mão de jogadores experientes, uma vez que ajudam a isolar certas partes do mapa. Assim, por mais que a Negociante de Crânios não vá se tornar uma sensação na comunidade, ela pode sim ser muito bem aproveitada por quem tem paciência e bom planejamento estratégico.
Quem são os sobreviventes brasileiros de Dead by Daylight?

Segundo a lore do jogo, os irmãos são cariocas, filhos de um agente de bandas de forró com uma guia turística do Rio de Janeiro. Ambos sempre foram um pouco competitivos e agitados, e passaram a disputar suas diferenças empinando pipas, graças à influência de um tio que era dono de uma vendinha. Eventualmente, os dois passaram a trabalhar nessa vendinha, além de organizar toda uma comunidade de pipeiros.
Com o tempo, porém, os irmãos se afastaram um pouco quando Thalita começou a ganhar popularidade com vlogs que fazia da disputa de pipas que aconteciam em seu bairro. Seu carisma lhe rendeu trabalhos como modelo, e ela achava que isso a deixaria mais próxima de seu sonho de se tornar uma atriz de novela. Já Renato, o irmão mais novo, era um garoto prodígio na escola, ainda que sem muitos amigos. Por conta disso, conseguiu se formar dois anos antes do previsto, e decidiu ajudar em centros comunitários do Rio de Janeiro.
Eventualmente, os dois irmãos perceberam o quanto aqueles dias na loja de pipas faziam falta, e decidiram montar sua própria vendinha. Com boa divulgação, eles conseguiram novamente montar uma comunidade, e até organizar um grande campeonato de pipeiros. Na noite após a disputa, enquanto recolhiam lixo deixado na praia, eles avistaram um drone sobrevoando a mata ao redor do mar. Para atazanar a vida de quem fosse que estivesse o controlando, eles decidiram subir uma pipa para atrapalhar o vôo da máquina.
Quando a pipa de Thalita se enrosca no drone, os dois correm até a mata para encontrar o dispositivo caído. E lá encontram um homem sendo dilacerado por uma mulher com equipamento tecnológico. Renato sofre um golpe no braço das garras metálicas da Negociante de Crânios, e os dois fogem. Antes de conseguirem escapar de volta para a praia, os irmãos se vêem cercados pela névoa preta.
Como é jogar com os sobreviventes brasileiros de Dead by Daylight?

Algo em comum entre os irmãos são habilidades focadas para trabalho em equipe. Ou seja, perks que garantem bônus para mais de um jogador na partida quando utilizados, como não deixar rastros para o assassino após curar alguém, ou mais agilidade no reparo de geradores se feitos com mais de uma pessoa.
Por mais que sejam úteis, não são tão vantajosas para jogadores mais experientes. Geralmente, os perks que mais caem nas graças de sobreviventes veteranos são aqueles cujo efeitos podem ser combinados com outros, para criar builds eficientes para determinados estilos de jogo. Há builds focadas em reparar geradores mais rápido, em escapar do assassino, ou até mesmo para sobreviver por mais tempo em perseguições, mantendo o killer ocupado enquanto o resto da equipe corre com os geradores.
No caso, apenas dois perks de Renato se mostraram úteis para isso. “Disparada Sangrenta”, que permite trocar um ponto de vida para se recuperar do efeito de Exaustão, se combina muito bem com habilidades como “Duro na Queda” (o famoso “Dead Hard”), já que permite uma segunda utilização sem ter que esperar o personagem se recuperar do cansaço.
Já “Jogador Tático”, que dá um curto boost de velocidade quando o assassino pega outro sobrevivente caído no colo, lentamente está começando a ser explorado pelos jogadores veteranos.
O potencial está em facilitar resgates, como alcançar pallets para derrubar no assassino desatento, ou então uma melhor posição para um flashlight save, quando o killer é forçado a soltar o assassino ao ser cegado por uma lanterna. SouzaSoul, o já citado Fog Whisperer brasileiro, explorou o potencial dessa habilidade em um vídeo recente, demonstrando que é bem mais útil do que inicialmente imaginado.
Quem gosta de sabotar ganchos para impedir que os colegas sejam enganchados também verá utilidade no perk, podendo dar uma disparada em direção ao gancho para desarmá-lo antes do assassino chegar perto.
Assim como a Negociante de Crânios, Renato e Thalita não são muito fortes por si só, mas podem ser bem explorados pelos mais habilidosos. Pelo lado bom, há alguns detalhes bem divertidos que a Behaviour colocou nos personagens. Renato, por exemplo, tem um vira-lata caramelo tatuado no braço. E os sobreviventes também se cumprimentam em português quando ambos são selecionados na mesma sala. Não que eles falem durante a partida, salvo por gritos e grunhidos, mas é um detalhe fofo e atencioso por parte dos desenvolvedores.
Por não se tratarem de personagens licenciados, é possível adquirir a Negociante de Crânios e os sobreviventes brasileiros com Fragmentos Iridescentes, a moeda virtual que é recompensa para completar desafios e partidas. Sendo assim, dá para jogar com o trio sem sequer abrir a carteira, mas o pacote do capítulo Tools of Torment também está à venda por dinheiro de verdade nas lojas virtuais de suas respectivas plataformas.
Dead by Daylight está disponível para Xbox One, PlayStation 4, PC, Xbox Series X | S, PlayStation 5 e Nintendo Switch. Há crossplay entre todas as plataformas, mas a progressão não é compartilhada. Nas plataformas da Microsoft, o game pode ser encontrado no catálogo do Xbox Game Pass.