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1917 | Crítica
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1917 | Crítica

Novo filme de Sam Mendes consegue encantar em meio aos horrores da guerra

Fernanda Talarico
Fernanda Talarico
21.jan.20 às 10h39
Atualizado há cerca de 5 anos
1917 | Crítica

1917, o novo filme de Sam Mendes (Beleza Americana), começa com dois soldados dormindo sob uma árvore: Schofield (George MacKay de Capitão Fantástico) e Blake (Dean-Charles Chapman, de O Rei). Este momento de tranquilidade e paz chega a ser irônico se pensarmos na sequência de fatos que acontecem ao decorrer da 1h59 de duração.

Os dois integrantes do exército são recrutados para uma missão de extrema importância: eles têm que atravessar lugares inóspitos, terrenos cheios de cadáveres e armadilhas para entregarem uma mensagem que cancelará uma ofensiva britânica contra os alemães, pois se trata de uma armadilha e, caso aconteça, 1600 homens morrerão, incluindo o irmão do soldado Blake (Richard Madden, de Game of Thrones). Todos os meios de comunicação foram cortados e os dois cabos do exército são a única esperança de conseguir cancelar o ataque.

Para fazer o espectador se sentir imerso na história, o filme já começa com um plano sequência: acompanhamos os soldados descobrindo qual a missão que devem cumprir, o início dela, até que acontece um corte abrupto, possível de perceber. Claro, o diretor fez outros cortes antes, mas assim como Alfred Hitchcock fez em Festim Diabólico, de 1948, eles acontecem de maneira sutil, sem que o público perceba.

Sam Mendes, ao lado de Roger Deakins, o diretor de fotografia, e do editor Lee Smith, produzem uma extravagância visual a qual mantém o público admirado por um cenário que, normalmente, não seria bonito ou motivo de adoração: o da guerra. O trabalho de fotografia chega a ser milagroso por conseguir encantar no meio dos horrores do conflito.

Já o roteiro, escrito por Mendes junto com Krysty Wilson-Cairns, foi baseado em histórias contadas pelo avô do diretor, Alfred Mendes, um mensageiro da frente belga da Primeira Guerra Mundial a quem 1917 foi dedicado. A história do longa, então, traz momentos cinematográficos, típicos do gênero, mas também apresenta sutilezas e metáforas, como o catártico momento em que Schofield já está quase desistindo de lutar, mas pétalas de cerejeiras caem em seu rosto, como símbolo de esperança e renovação – o fim do inverno e o começo da primavera –, além de conexões claras com outra cena do filme.

Assim, a narrativa vai além de apenas uma missão a ser cumprida; ela fala de amizade e de se dedicar a algo com base no amor – seja à sua nação ou a alguém próximo de você. O roteiro, então, abre espaço para boas atuações, que contam com momentos contidos, ao mesmo tempo, apresenta interações humanas intensas e verdadeiras. Além de George MacKay e Dean-Charles Chapman, os astros Andrew Scott, Benedict Cumberbatch e Colin Firth também estrelam 1917 e, mesmo com aparições curtas, têm presenças marcantes e importantes para a trama.

Sem estragar o filme, vale dizer que a produção termina com uma linda rima visual que ajuda a fixar a produção na memória do espectador. Afinal, esta é um daqueles longas marcantes, seja pela sua estrutura cinematográfica, pela história ou por todo o conjunto: é difícil se sentir indiferente ao assistir a uma obra com 1917.

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