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Existem obras que são atemporais, para o bem e para o mal, e este é o caso de 1984, romance de George Orwell publicado em 1949, que segue tratando de questões atuais (e dolorosas) para a humanidade.
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E, para celebrar a importância dessa história, a Audible lançou uma versão dramatizada em áudio, com Lázaro Ramos como Winston Smith, Alice Carvalho como Julia Bello, Mateus Solano como O’Brien e Milhem Cortaz como O Grande Irmão. Elenco e equipe do projeto se reuniram para um evento em São Paulo, que falou sobre a qualidade de áudio, as redes sociais e até Felipe Neto.
O Grande Irmão está observando
Parte do elenco e diretores conversaram com imprensa e convidados em SP (Audible/Divulgação)Para quem ama programas em áudio, podcasts e, por que não, música, ouvir um audiolivro ou uma dramatização, como é o caso de 1984, é uma experiência imersiva diferente da leitura. Claro, nada substitui o prazer (e o cheiro) de segurar um livro novo nas mãos, mas o áudio permite que o espectador feche os olhos e mergulhe naquele universo, sem abrir mão da parte de imaginar como tudo está acontecendo.
No evento realizado em São Paulo, no último dia 04, pela Audible, a experiência sensorial foi ainda mais interessante, já que os presentes ouviram o primeiro episódio dentro de uma sala de cinema, com toda a qualidade de áudio que o local proporciona. Mas a equipe da Audible garante que a audição também é interessante para quem vai dar o play em casa, no carro e, especialmente, nos fones de ouvido.
Após a apresentação do primeiro episódio, parte do elenco subiu ao palco para conversar com a imprensa, incluindo Ramos, Carvalho e Solano, e os diretores do projeto, Lena Horn e Roberto Bürgel. Para eles, a chegada de um novo projeto de 1984 tem uma importância maior em 2025, especialmente com as redes sociais. A expectativa é que a dramatização vá além da plataforma e gere discussões interessantes online.
Na verdade, a própria Audible fez isso com a campanha de divulgação do projeto, que teve Felipe Neto encenando uma candidatura à presidência do Brasil - mas tudo não passava de uma ação de divulgação do projeto. Curiosamente, as reações geradas pelo vídeo de Neto, com muitos acreditando no que foi falado sem entender as entrelinhas, mostram como o desenvolvimento da leitura e o pensamento crítico são mais necessários do que nunca:
“São inúmeros os pontos de contato da realidade fantástica criada por George Orwell em 1984 e a realidade em que vivemos hoje, mas eu destacaria como a principal delas a teletela. Como é que na década de 40, quando o livro foi escrito, o autor já podia vislumbrar uma tela que servisse não só para que assistíssemos a programas, mas também para que os programas nos assistissem, estabelecendo assim uma forma de controle? Isso torna a obra, sem dúvida, muito poderosa e que dá muito o que pensar”, diz Solano.
A dramatização para áudio de 1984 da Audible foi escrita pelo britânico Joe White, que permaneceu fiel ao texto original do autor, inclinando-se para o horror do cenário distópico, enquanto aprofunda a história de amor de Winston e Julia. Com direção brasileira de Lena Horn e Roberto Bürgel, a produção de elenco, gravação e edição é da Alma Sintética Companhia de Arte. A música original é de Matthew Bellamy (da banda Muse) e Ilan Eshkeri, com execução da Orquestra Metropolitana de Londres, gravada nos estúdios Abbey Road.
Para quem quiser ter a experiência, a dramatização já está completa no site da Audible, com quase 3h30 de duração completa.
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Junno Sena
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