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Crítica | Capitão América: Guerra Civil (sem spoilers)
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Crítica | Capitão América: Guerra Civil (sem spoilers)

Conflito entre heróis é sério e alimentado constantemente por sentimentos de culpa, vingança, desconfiança e ideais opostos

Marina Val
Marina Val
25.abr.16 às 16h00
Atualizado há cerca de 9 anos
Crítica | Capitão América: Guerra Civil (sem spoilers)

Capitão América: Guerra Civil é um filme baseado em uma saga dos quadrinhos da Marvel, mas com uma diferença fundamental das páginas das revistas para as telonas: os motivos para cada um dos heróis tomarem as decisões que levam à batalha estão melhores justificados e parecem muito mais próximos da nossa realidade.

Isso não quer dizer que você vai apoiar Tony Stark (Robert Downey Jr.) e Steve Rogers (Chris Evans) imediatamente. Apenas que vai conseguir entender os motivos para assumir um dos lados da batalha com muito mais clareza, mesmo que não concorde com eles. Não se trata de remover máscaras ou revelar identidades secretas – até porque a maioria delas já foi revelada com os documentos da HYDRA/S.H.I.E.L.D. vazados pela Viúva Negra em Capitão América: Soldado Invernal. Trata-se de um conflito que conhecemos muito bem: segurança versus liberdade.

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Os superpoderes servem como uma bela metáfora sobre o momento que todos nós, humanos comuns, estamos vivendo. Com órgãos governamentais  como a NSA, dos Estados Unidos, vigiando e acessando informações pessoais de cidadãos que não cometeram nenhum crime, com a desculpa de que isso seria para a segurança de todos, mas ameaçando a privacidade e a liberdade das pessoas. Os conflitos de Capitão América: Guerra Civil surgem de maneira similar.

Leia Mais: Tudo o que você precisa saber para assistir ao filme

Crenças diferentes

Tony, um cara mais propenso a agir por emoção, é confrontado com os desastres que aconteceram desde que os Vingadores surgiram e sente o peso da culpa pelas vidas inocentes perdidas em A Era de Ultron. Ele defende a ideia de que os heróis têm de ser fiscalizados, para garantir que o poder não será usado de maneira leviana, ferindo ou matando pessoas que não têm nada a ver com o conflito.

Steve, que desconfia do governo depois de tudo o que passou, defende que não há ninguém mais apropriado para decidir o que é melhor em uma situação de risco do que os próprios Vingadores, e se recusa a aceitar um futuro no qual ele pode ficar de mãos atadas durante um desastre - que pode ganhar proporções colossais até que o governo decida intervir. Além disso, quando o Capitão percebe que o Soldado Invernal está em perigo, não hesita em entrar na briga para salvar o amigo, mesmo que se torne fora da lei.

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O que torna tudo mais tenso é que não são dois estranhos lutando, são velhos conhecidos. Em Capitão América: Guerra Civil, companheiros de batalha que tantas vezes defenderam a humanidade juntos agora se encontram em pontos oposto. O peso de lutar contra alguém que você confiou é muito maior que o de batalhar contra ameaças de outro planeta ou vilões sem rosto. É pessoal e doloroso.

Para o Homem de Ferro, é quase uma traição não aceitar a ideia de que os heróis precisam ser vigiados de alguma forma, enquanto o Capitão América sabe que a vida do amigo pode estar em risco caso ele não se oponha à nova lei proposta pelo tratado de Sokovia e que, a longo prazo, pode também colocar muito mais em jogo.

Caras diferentes

Enquanto a equipe dos Vingadores se divide em duas frentes com ideologias conflitantes, dois novos heróis são apresentados: Pantera Negra (Chadwick Boseman) e Homem-Aranha (Tom Holland). Parece muita coisa para apenas um filme, mas os irmãos Russo sabem muito bem o que estão fazendo e conseguem fazer com que o público se importe com esses novos personagens em pouco tempo. A batalha ganha mais cores com a personalidade e as habilidades da dupla.

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A interpretação de Tom Holland como Homem-Aranha é revigorante e serve como para estimular a empolgação para o filme do herói que está por vir, mesmo que o longa esteja sob a tutela de um estúdio diferente. Eles nem precisaram matar o tio Ben de novo para mostrar que o jovem Aranha aprendeu o peso das responsabilidades que ganhou junto com os poderes recém-adquiridos.

Entre tantos heróis de Capitão América: Guerra Civil, um novo vilão se esconde nas sombras do conflito. As intenções e motivações de Zemo (Daniel Brühl) demoram para ficar claras, mas ele consegue ter algumas reviravoltas que o tornam interessante, mesmo que não seja o ponto alto do longa.

Nada no roteiro parece estar ali sem propósito - com exceção de uma leve ceninha de romance - e tudo é muito bem embasado. O conflito não seria crível sem isso e os diálogos explicam até algumas ausências nos times.

Pesos diferentes

A guerra entre os heróis é séria e alimentada constantemente por sentimentos de culpa, vingança, desconfiança e ideais opostos. Porém, ainda estamos falando do Universo Cinematográfico da Marvel, e o longa precisa manter consistentemente o clima leve, alternando momentos de tensão e de grandes perdas com piadinhas amenas e referências bem escolhidas.

Capitão América: Guerra Civil consegue entregar cenas de ação de qualidade enquanto desenvolve bem os conflitos internos de cada um dos personagens. É um filme divertido que empolga quem está na sala de cinema, e um ótimo primeiro passo para a fase 3 deste universo.

Leia mais: Capitão América – Guerra Civil

Capitão América: Guerra Civil estreia em 28 de abril no Brasil e em 6 de maio nos Estados Unidos.

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