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Sonda MAVEN está ajudando a solucionar um mistério sobre a atmosfera de Marte
Ciência e Tecnologia

Sonda MAVEN está ajudando a solucionar um mistério sobre a atmosfera de Marte

Sonda MAVEN identificou o processo que parece ter sido a chave para a transição climática de Marte

Marina Val
Marina Val
06.nov.15 às 12h53
Atualizado há mais de 9 anos
Sonda MAVEN está ajudando a solucionar um mistério sobre a atmosfera de Marte

Depois da descoberta de novas evidências sobre a existência de água líquida em Marte, muitos questionamentos ressurgiram sobre o que teria acontecido com a água que um dia existiu no Planeta Vermelho. Graças aos dados coletados pela sonda MAVEN (Mars Atmosphere and Volatile Evolution), estamos mais perto da resposta.

A NASA anunciou nesta quinta-feira (5 de novembro) que a MAVEN identificou o processo que parece ter sido a chave para a transição climática de Marte. Sabemos que o Planeta Vermelho já foi um ambiente mais quente e úmido, capaz de sustentar vida assim como a Terra, e em algum momento se tornou o planeta árido e gelado que é hoje.

Os dados coletados apontam que a atmosfera de Marte está lentamente perdendo gás para o espaço e a causa disso seria os ventos solares que vem do nosso Sol e constantemente atingem o Planeta Vermelho e causam a erosão da atmosfera. As descobertas foram publicadas em alguns artigos publicados em 5 de novembro na Science e na Geophysical Research Letters, com base nos dados coletados pela MAVEN no último ano.

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Os cientistas da NASA descobriram sobre a perda dos gases ao estudar como os ventos e tempestades solares afetaram o Planeta Vermelho no último ano. As partículas solares reagiram com os gases na camada mais externa da atmosfera, fazendo com que eles se soltassem no espaço.

Os dados da sonda MAVEN indicam que atualmente os ventos solares tiram cerca de 100 gramas de gás por segundo da atmosfera de Marte. Pode parecer pouco, mas é uma perda constante que se acumula durante um longo período de tempo e acaba fazendo uma grande diferença. Segundo Bruce Jakosky, Principal pesquisador da MAVEN na Universidade de Colorado, “Nós vimos que a erosão atmosférica aumenta durante as tempestades solares, então nós achamos que a taxa de perda era muito maior há bilhões de anos, quando o Sol era jovem e mais ativo”.

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John Grusfeld, um astronauta e administrador associado da Diretoria de Missões da NASA em Washington, declarou que “Marte parece ter tido uma atmosfera densa e quente o suficiente para sustentar água na forma líquida, que é um ingrediente e ambiente fundamental para a vida como conhecemos atualmente”.

E continuou “Entender o que aconteceu com a atmosfera de Marte vai aumentar o nosso conhecimento das dinâmicas e da evolução de qualquer atmosfera planetária. Aprender o que pode causar as mudanças ao ambiente do planeta que passou de um que era capaz de manter micróbios na superfície para um que não consegue é importante de se entender, e é uma questão fundamental que está sendo abordada na jornada da NASA até Marte”.

Isso é algo que pode acontecer com a Terra?

Marte, assim como a Terra, já foi um planeta capaz de sustentar vida, mas perdeu a maior parte de sua água líquida e agora é um ambiente árido. Quais as chances de o nosso planeta também ser afetado pelos ventos solares? Para nossa sorte, existe uma proteção a mais no nosso planetinha azul: o campo magnético.

A Terra também está sujeita aos ventos solares, mas o campo geomagnético faz com que eles sejam repelidos para que não afetem diretamente os gases da nossa atmosfera. A imagem abaixo é uma representação visual do que acontece com Marte (esquerda), contra o que acontece na Terra (direita).

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Porém, há cerca de 4 bilhões de anos, Marte também tinha um campo geomagnético para proteger a atmosfera e garantir que água em estado líquido fluísse pelo planeta. Só depois de perder isso é que o Planeta Vermelho se transformou no ambiente árido que é hoje.

Em relação aos ventos solares, pelo menos por enquanto, estamos seguros e a ameaça mais iminente ao equilíbrio de nosso planeta somos nós mesmos.

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