Logo do Jovem Nerd
PodcastsNotíciasVídeos
Westworld - 4ª temporada | Crítica
Séries, TV e Streaming

Westworld - 4ª temporada | Crítica

Série se prepara para final grandioso, com temporada que corrige erros e busca retomar brilho dos primeiros episódios

Camila Sousa
Camila Sousa
15.ago.22 às 16h04
Atualizado há mais de 1 ano
Westworld - 4ª temporada | Crítica

Não é incomum que séries de Hollywood passem por um desgaste com o passar do tempo. Há vários exemplos de produções que começaram grandiosas, mas não souberam encerrar suas histórias. Felizmente, esse não parece ser o caminho de Westworld. Embora tenha perdido grande parte de seu brilho em uma terceira temporada estranha, o seriado voltou com outra energia em seu quarto ano, mais segura da história que quer contar ao público.

Há uma parcela de fãs que não voltou para a nova temporada, após a experiência confusa da terceira leva de episódios. Lançada em 2020, no começo da pandemia de COVID-19, a temporada 3 de Westworld levou os personagens para o que seria o “mundo real” dentro da história. A escolha gerou muita expectativa, após duas temporadas situadas em parques da Delos, mas a promessa não se cumpriu.

Com essa frustração como pano de fundo, o quarto ano estreou com a responsabilidade de retomar o bom caminho, ao mesmo tempo em que teve menos pressão para ser um grande sucesso. O resultado foi recompensador para quem continuou. A nova temporada retomou o que tornou a série um fenômeno: discussões profundas sobre o que significa ser humano, cenas grandiosas, boas atuações do elenco e, claro, muitas reviravoltas.

Estes momentos de virada, em particular, foram os responsáveis por recuperar a força da história. Ainda que o fã de Westworld esteja habituado a “questionar a natureza da realidade”, foi gratificante ver como a produção voltou a construir sequências inesperadas. Em mais de um momento, os espectadores puderam contemplar reviravoltas dignas da primeira temporada, lançada em um longevo 2016 - quando o mundo e a cultura pop eram bem diferentes.

Westworld voltou, com muita força, a questionar o que faz de cada um de nós humanos. Seriam as nossas escolhas? Nossas almas? Nossa forma de encarar o mundo? Tudo isso é colocado em cheque da forma mais criativa possível e, quando surge uma resposta, ela é agridoce. É curioso ver tais dilemas após o auge da pandemia de COVID-19. Em sua quarta temporada, a série da HBO ressalta como as pessoas podem ser autodestrutivas, e há um sentimento diferente ao assistir isso após ver como a humanidade se comportou diante de um vírus que tomou conta do mundo. Em vários episódios, a realidade distópica proposta pelo seriado não pareceu tão distante assim.

Mas, enquanto o público pensava sobre a própria existência, Westworld mostrou que ainda têm fôlego, ao virar o jogo e questionar também os anfitriões. Ora, se eles são produtos da mente humana, não seriam eles tão falhos quanto nós? Essa resposta é dada aos poucos ao longo de oito episódios e, quem esperava um final feliz, vai descobrir que o roteiro escolheu a dureza da maturidade, ao invés de entregar o que gostaríamos de ver.

As cenas mais emocionantes da nova temporada também funcionam pela entrega do elenco. Além dos sempre competentes Jeffrey Wright, Thandiwe Newton, Ed Harris e Tessa Thompson, vale destacar a atuação de Evan Rachel Wood como Christina, uma personagem extremamente doce, que lembra Dolores em vários momentos, mas é diferente nos detalhes. Rachel Wood faz um ótimo trabalho ao apresentar uma jovem sensível e assustada, de um modo quase infantil, mas ao mesmo tempo forte e determinada - características que remetem à jornada dos próprios anfitriões.

Também é importante citar o trabalho de Aaron Paul, de volta ao papel de Caleb Nichols. Humano no meio da causa dos anfitriões, Caleb protagoniza um dos momentos mais emocionantes e devastadores da quarta temporada, em uma cena capaz de fazer qualquer um perder as esperanças de algo melhor. Paul evolui o personagem com novas relações e, até o último episódio, se torna a âncora emocional que faz a quarta temporada ser tão delicada, ao mesmo tempo em que é tão intensa em sua mensagem.

O sentimento ao chegar ao final do episódio oito é que valeu a pena continuar essa jornada ao lado de Jonathan Nolan e Lisa Joy. Não há dúvidas de que a terceira temporada foi um (grande) tropeço, mas os novos capítulos provam que a dupla está novamente alinhada com a mensagem que quer passar para o público. E, ao que tudo indica, ela não será positiva nem para humanos, nem para os anfitriões.

Todas as temporadas de Westworld estão no catálogo do HBO Max.

Encontrou algum erro neste conteúdo?

Envie seu comentário

Veja mais

Utilizamos cookies e tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossas plataformas, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao continuar navegando, você concorda com estas condições.
Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.
Capa do podcast

Saiba mais